Capítulo 28 - Briga

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Pov. Asher

- O que faz com isso? - Ardena pergunta-me nervosa.

Ela se referia ao papel em sua mão que logo o reconheci, era a carta que havia encontrado na floresta.

- Ah...eu achei - disse meio desconfortável.

- Você leu?

- Não consegui. Estava corren... quero dizer andando pela floresta quando vi este papel no chão dobrado com seu nome, tive vontade de abrir mas a culpa me corroía a medida que abria o papel, então apenas o trouxe e coloquei dentro desse livro - omiti algumas partes.

Ela não haveria de saber o que estava fazendo na floresta. Tive que mentir, ultimamente era o que mais fazia, mentir para ela.

- Vou leva-la comigo por garantia - ela disse desconfiada.

Em um segundo ao observa-la não consigo me conter em pensar como ela reagiria ao descobrir meu segredo. E por um momento senti medo da verdade. Medo de ser abandonado, de ser esquecido pelo passado.

- O que faz na floresta? - novamente sinto sua desconfiança.

- Faço caminhada. Exercício físico ao ar livre faz bem - por sorte minha, era bom em mentiras.

- Ah...entendi - percebo que sua descrença em mim não desaparece.

Em troca dou-lhe um sorriso amigável.

- Quem sabe amanhã não fazemos uma corrida por ela?!

- Sim, claro. Será um prazer - respondo-lhe escondendo o nervosismo.

- Mas você pode fazer esforço? - desta vez ela parecia preocupada.

- Não lhe entendi. Me chama para uma corrida depois pergunta se posso fazer esforço?! Descide-se senhorita Ardena - digo divertido.

- É que você é tão bom em esconder sentimentos que por um momento esqueci que estava doente - ela diz ironica.

- O que disse? - pergunto com um sorriso largo.

A vejo ficar tensa, tenho o defeito de causar isso nas mulheres. Mas com Ardena era diferente, ela ficava desconfortável quando tinha que falar sobre mim.

- Ah...é que sempre se faz de forte que nos esquecemos que você também é um humano.

- Humano?! Acho que não, estou mais para um deus grego - ela ri e revira os olhos a mim.

Gostava do sorriso dela, ela sabia sorrir, gostava de quase tudo nela, para dizer a verdade estava gostando de mais dela.

Era para ser um jogo, um acordo mas estava se tornando algo a mais.

- O que está acontecendo comigo?! - pergunto a mim mesmo.

- Como assim? - arregalo os olhos ao perceber que ela havia escutado.

- Ah...ah...nada - gaguejo.

Ela caminha até a janela e prende seus olhos ao jardim.

- Você sempre quis ser Rei? Quer dizer...governar um país?! - ela me pergunta.

- Não.- ela me olha surpresa - Na verdade nunca quis.

- E por que aceitou o trono?

- Não se trata de uma escolha. Eu poderia me abdicar, mas é o meu dever. Fui treinado para isso, não poderia falhar com meu povo deixando que outro ocupasse um cargo feito para mim. Não importa se odeio planejar guerras ou se odeio a parte de administração - confesso-lhe.

Lua Imortal - Dezessete Encarnações 《1° Livro》Onde histórias criam vida. Descubra agora