Capítulo 18 - Instigante ✔

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Pov Asher

- Eu aceito! - ela disse em uma firmeza que nunca há vi ter.

Parecia até a mim.

Ardena, era de uma determinação extraordinária, de uma coragem invejável. Protegia sempre os que ama, a tudo custo.

E eu admirava isso, talvez porque me identificava nesse aspecto.

Por um momento quis ser um deles, só para saber o que é ser amado incondicionalmente.

- Eu invejo-na! - confessei sentando-me nos degraus da escada.

Ela me olhou confusa tentando assimilar o que havia ouvido.

- Pelo quê? - questionou cruzando os braços em frente ao peito.

- Por sua coragem de se submeter a uma atitude tão humilhante para salvar sua família e seu povo. - digo a ela olhando para o fundo do corredor a frente, não conseguia olhá-la nos olhos.

- Não faria o mesmo?

Parei para pensar em suas palavras.

Faria isso por eles?

Essa não era uma resposta tão simples de ser respondida.

- Apenas por Dakota. Ela foi a única pessoa que não renegou-me quando a tratei indiferente! - Ardena se sentou ao meu lado mantendo uma distância compreensível, mas acabou por se aproximar mais. 

- Não sabia que eram tão próximos. Nunca o vi brincar com ela no jardim como seus irmãos. - comentou.

- Meus irmãos sempre foram mais próximos. Ela não morava conosco, mas ao fazer 2 anos de idade foi para o colégio interno de princesas mirins. Antes de sua partida eu a tinha visto apenas uma vez, o que foi mais que suficiente para saber o risco que corria e que a fazia correr. Quando a vi pela primeira vez? sabia que ela seria a única pessoa que poderia quebrar o gelo dentro de mim com apenas três palavras. Então me mantive ocupado para não vê-la propositamente. Eu tinha medo, mas havia ido para a escola me senti aliviado, me senti mais calmo em relação a tudo. Minha mãe e meus irmão visitavam-na com frequência, meu pai apenas os acompanhava. Quando ela fez 4 anos resolvi ir visitá-la, fui ao colégio e minha familia estava ao seu lado, não me aproximei deles apenas os observei pela grade na lateral do parquinho onde ela estava. Dakota era a copia fiel minha quando criança, mesma cor de cabelo, mesmos traços, mesmo tom de pele. Estavam todos lá junto a ela. Richard hora a jogava ao alto. Chace a fazia cócegas. William apenas fazia graça para divertí-la. Meu pai conversava com um homem que suponho que seja pai de uma das crianças, e minha mãe observava sua família feliz e completa.

- Não estava completa, faltava você! - ela parecia estar sendo sincera.

- Nunca precisaram de mim para se sentirem completos. Mas mesmo assim continuei a visitando sempre pela grade, nunca me aproximava, passei assim mais um ano, às vezes a visitava em dias consecutivos, acabou se tornando um calmante para mim. Quando queria pensar ou esfriar a cabeça, ía até lá e passava horas em pé encostado a grade. Queria dar a ela um presente, queria que ela tivesse algo meu para se apegar, uma parte de mim. Então peguei o globo de neve que minha avó havia me dado, mas quando tomei coragem para entregá-la não a encontrei, fui ao seu quarto, e o deixei em cima da mesa ao lado de sua cama, e fui embora, mas não sem antes reparar em um quadro cheio de fotos da familia na parede, de todas as que mais haviam era de Richard. Mas o que mais me surpriendeu foi que havia uma minha, mas não no quadro e sim no porta retrato ao lado, não continha nenhum outro porta retrato no quarto, apenas o meu. Nunca fiquei tão feliz e contente por um motivo tão fútil. Eu estava em seu pequeno mundo. Após esse dia senti como se fosse mais próximo a Dakota de alguma forma. Voltei no outro dia e ela estava sentada na areia brincando com o globo. Mas quando ela me viu, eu fugi. Isso foi o suficiente para nunca mais voltar, mesmo desejando muito. Um tempo depois ela voltou para casa, e eu fazia de tudo para não deixá-lo me ver. Mas em uma noite dessas estava a andar por este corredor e uma garotinha loirinha virou a esquina, pensei em dar meia volta, mas já era tarde demais.

Lua Imortal - Dezessete Encarnações 《1° Livro》Onde histórias criam vida. Descubra agora