Capítulo 07 - Destruição ✔

55.1K 4.8K 3.4K
                                    

✴✴✴✴✴♠✴✴✴✴✴

✴ Pov Ardena ✴

Ser carregada pelo corredor à força era um tanto desagradável, ainda mais quando topávamos com um dos empregados da casa. Eles nos observam atentos, mas não tão surpresos como deveriam.

- Por que me deixou mofando naquele escritório? - me atrevi a perguntar. - Se puder me soltar, eu agradeço.

- Tinha assuntos a revolver! - afirmou sem ao menos me olhar. Seu aperto se intensificava em meu braço a cada passo.

- Ai! - exclamei irritada. - Você está me machucando - me balanceu na tentativa de me livrar dele.

- Oh, que pena! - zombou sarcástico.

- Por que me trancou lá dentro? - insisti. - Eu estou morta de fome!

Ele respirou fundo exasperado.

- Mesmo a trancando, a senhorita aprontou, imagina se não a houvesse trancado?! - Ele me encarou soltando-me pelo corredor onde havíamos parado. Soltei um suspiro de alívio quando me desvencilhei de seu aperto. Passei a mão no local pressionando na tentativa de amenizar a dor, mas não adiantou muito.

Ele percebeu e balançou a cabeça em negação. Sua expressão não era de raiva, era algo além que não soube identificar.

- Ardena - sussurrou fitando-me seriamente. -Não se aproxime dele, é um bom garoto e não merece que o machuque!

Eu o encarei ainda perdida e confusa no rumo que havíamos tomado para aquela estranha conversa. Eu não havia entendido o quê ele havia dito, tão pouco compreendi suas intenções.

- Por que eu o machucaria?

- Nada com o que deva se preocupar - garantiu, dando-me as costas e seguindo adiante pelo extenso corredor.

- Não é você decide isso! - afirmei em alto e bom som.

- Nem você!

Eu respirei fundo ciente de que ele não me diria.

- Onde está todo mundo? - perguntei mudando de assunto.

Havia um certo estranhamento em não ter visto minhas primas ou minha tia ou qualquer outra pessoas além dos empregados.

Seu corpo parou e se virou para mim. Seus olhos claros me fitavam sérios e misteriosos.

- Eles foram ao castelo e voltarão hoje à noite, então esteja pronta para o jantar - anunciou.

- Eu estou com fom... - Antes que eu pudesse terminar a frase o filho caçula de Teodore surgiu no corredor, bem a minha frente, interrompendo-me.

- Primeiro, a senhorita irá aprender algumas regras! - Brian explicou ignorando-o por completo.

- Qual é o seu nome? - perguntei ao rapaz que se virou para mim.

- Adrian - Os cantos de sua boca se curvaram em um sorriso amigável.

- Vamos! - Brian comandou com uma imensa frieza na voz.

Eu avancei para segui-lo, mas ouvi Adrian dizer:

- Ela não é a Ramona! - seus olhos estavam perdidos, e não se mantinha focados em um único ponto.

Quem é Ramona?! - eu me perguntei.

- Eu nunca disse que ela era! -
Brian anunciou ainda contendo uma faísca visível de raiva no olhar.

- Mas a trata como se fosse! - acusou erguendo a cabeça ao dizer. E então ele continuou: - Sim, elas tem aparências bastante semelhantes, a mesma cor dos olhos, o mesmo tom de cabelo, elas tem até o mesmo jeito de se vestir. Mas... - ele se calou.

Lua Imortal - Dezessete Encarnações 《1° Livro》Onde histórias criam vida. Descubra agora