Capitulo 26 - Medo

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Pov. Asher

Não há nada pior do que ser abandonado. Você se vê no meio de uma guerra, sem armas e indefeso.

Estava indo rumo ao carro que me levaria de volta ao palácio. Ao avistar Jeffrey cansado e com sono, sinto culpa por ter o feito acordar tão cedo.

Peço ao meus seguranças que o levem para casa. E digo a eles para não me seguirem, eu mesmo iria dirigindo.

Giro a chave e ligo o carro, o ponho na estrada e testo até onde vai sua velocidade. A cada curva o sinto deslizar, a qualquer momento perderia o controle, e pelas circunstâncias, não sobraria nada, nem do carro nem de mim.

Adorava velocidade, a adrenalidade que se mantinha em mim me impedia de ter medo.

Vou ao atalho em direção ao palácio, esse carro não alcançava a metade da velocidade que precisava. Em uma hora e meia chego ao meu destino.

Pego alguns pertences, e vou me despedir de um amigo. Hayke. Era mais que um cavalo, era meu companheiro.

Ardena não se casaria comigo, então não seria mais o Rei, não seria mais nada. Vou a garagem, e entro em meu carro, sabia que aquilo era suicídio. Mas não havia mais nada a perder.

Mas esse foi o real motivo de ter comprado o carro mais veloz do mundo, mais de 435km/h. Nunca havia o usado, tinha medo, quando queria correr apenas usava os menos potentes, estava na hora de fazer um teste drive com esse aqui.

As estradas de frente ao palácio estavam desertas, o que só me favorecia. Ligo o carro e caminho calmamente com ele até passar pelos portões, paro para vê-los se fechando uma última vez atrás de mim, para colocar o pé despreocupadamente no acelerador.

Olho pelo retrovisor meu futuro sendo jogado no ralo. E tudo por causa de uma garota.

Acelero perigosamente, minha velocidade se comparava a um raio, e percebi que nenhum medo me assombrava naquele momento mesmo sabendo o risco que corria.

Deixei minha família para trás, mais precisamente Dakota.

Freio bruscamente quando ouço sua voz me chamando. Como poderia?

A escuto novamente.

Dou meia volta, e me vejo rumo ao palácio novamente. Ao me aproximar do mesmo vejo uma pessoa no portão, era pequena demais para ser um adulto e grande demais para um cachorro, suponho então que era uma criança.

Percebo que se tratava de Dakota, havia uma mala ao seu lado.

Desço do carro um pouco confuso.

- Estava com medo que não me ouvisse - ela diz fazendo um sinal para abrirem o portão. - Pega a minha mala, ela está muito pesada.

- Onde pensa que vai? - a pergunto curioso.

- Aonde você for - ela disse impaciente abrindo a porta do carro.

- Você não pode ir. Seria sequestro.

- Não seria sequestro se você tivesse a minha guarda - ela balança um papel na mão.

Vou até ela e puxo o papel de sua mão. Era legítimo, assinado por minha mãe e meu pai.

- Como conseguiu isso? - pergunto-lhe desconfiado.

- Pessoas desatentas e ocupadas assinam coisas sem ver. Agora entra no carro.

- Tem certeza?! - pergunto-lhe com cautela.

- Absoluta. E antes que me esqueça...contei a mamãe que Ardena foi embora - a última frase seu sorriso desapareceu.

Resolvi esquecer qualquer parte que relacionava Ardena.

Lua Imortal - Dezessete Encarnações 《1° Livro》Onde histórias criam vida. Descubra agora