XXVII.I- Reconciliação

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"Somos lentos para nos declarar, somos apressados para brigar, somos relutantes na reconciliação. Amor depende de sorte."

- Fabrício Carpinejar.

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Diálogos em itálico estão em japonês
Diálogos sem formatação estão no idioma usual deles

Boa leitura!
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Yuta sonhou e imaginou aquela cena milhares de vezes em sua cabeça, mas sentir na pele foi com certeza diferente.

Doeu bem menos do que imaginou. Apenas porque não tinha mais expectativas.

- Certo. - suspirou pesado pensando no seu próximo passo, enquanto observava o caminhar distante da mulher que o trouxe ao mundo.

Os três estrangeiros se entreolharam sem saber se deveriam falar ou fazer algo, ou esperar alguma iniciativa dele.

- Vamos andando. Aquela é minha mãe, minha casa não está longe.

A frieza com que aquilo foi dito assustou até mesmo o coração de Johnny. Não tinha ideia de como as coisas eram com Yuta e o porquê de ser tão difícil falar sobre sua família; sobre o que deixou pra trás.

Aquela resposta era ruim? Sim, mas com certeza seria pior se enxergasse aquilo machucando seu amigo.

Johnny pensava, será que já estava tão machucado que nem sentia mais?

O caminhar silencioso até sua residência ficou estranho quando a mulher entrou em casa e deixou o portão aberto para que entrassem. Uma clara recepção indireta.

O que estava prestes a aquecer um pouco do coração alheio foi quebrado em um susto.

- Meu marido está de folga depois de trabalhar duro a semana toda, entre em silêncio, vá para o quarto de hóspedes e espere eu terminar o almoço. Lembre-se, aqui não é mais sua casa mas ainda sou sua mãe, Nakamoto. Não abuse da sorte.

Aquelas palavras proferidas tão grosseiramente em japonês não foram para confortar Yuta e sim para lembrá-lo de que ali não era mais o seu lugar.

Taeyong reparou que apesar da voz grosseira, os olhos da mulher brilhavam como se escondesse o que realmente sentia.

E de fato, tudo o que ela mais queria era chorar, gritar e abraçar seu amado filho. No entanto, seu orgulho não a permitia ceder então deixou tudo entalado na garganta. Ainda achava que Yuta virou as costas para ela e isso era imperdoável.

Queria tanto perguntar quem eram aquelas belas pessoas atrás de si, que claramente possuíam zelar e amor nos olhos por seu filho. Que amigos fiéis e especiais arranjara mesmo em um país tão odioso.

E aquela bela moça? Seria sua nora? Yuta finalmente abriu seu coração e encontrou alguém depois de toda uma adolescência evitando qualquer contado e garotas? Oh isso seria ótimo, até mesmo seu pai estava achando que ele poderia ser gay.

Não que isso fosse um problema para eles, afinal, cogitaram muito esta possibilidade até aceitarem de vez essa opção. O único ponto é que Katsuo gostaria de ter netos de sangue, então sonhava muito com Yuta namorando uma bela garota que um dia carregasse o futuro em seu ventre.

The Church 》 Nakamoto YutaOnde histórias criam vida. Descubra agora