V. II - (Des)Esperado

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"O desespero tem suas formas próprias de trazer a calma..." 

- Bram Stoker

Tentei chamá-lo mais duas vezes antes de ficar sério mais uma vez

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Tentei chamá-lo mais duas vezes antes de ficar sério mais uma vez. Seu semblante estava confuso, como se pensasse muito por conta própria em algo novo.

- Johnny? Por favor me responde.

Como se saísse de um transe, o garoto apenas piscou freneticamente e pareceu ter voltado a respirar, tirando minhas mãos de seu ombro bruscamente e com isso, ficamos em silêncio por alguns segundos tentando compreender a situação.

- Me desculpa, eu não fiz por querer.

- Sem problemas Joh, só me diz o que aconteceu. - Cruzei os braços tentando não transparecer o nervosismo. Poucas eram as coisas que o abalavam de verdade, então para estar desse jeito, algo muito aconteceu.

- Não acho que deveríamos ir à festa.

A seriedade expressa em sua voz me fez estremecer, e duvidar do porquê falava isso.

- Se isso for uma desculpa sua pra não ir à festa, saiba que não tem graça Johnny.

- Não é uma desculpa.

Segurei seu pulso, o guiando para a frente do prédio.

- Olha, isso tem a ver com a ligação? - Mais um silêncio em resposta. Aquilo já estava me deixando agoniado e nervoso. - Johnny!

- Não! Não é isso... Eu só 'to com um mal pressentimento.

Suspirei baixo e segurei os ombros do mais velho, sorrindo de verdade. Era justo ele se sentir assim, já que ano passado deu tudo tão errado.

- Relaxa bro, nada vai acontecer.

Aquela expressão de derrota em seu rosto não me deu nenhum gosto bom por tê-lo convencido. No entanto, dada a facilidade com que ele mudou de ideia, imaginei que nada muito sério tinha realmente acontecido, no máximo um susto ou uma brincadeira sem graça de alguém.

[...]

- Uau... isso aqui está incrível! - _________ dizia agarrada em meu braço, sorrindo para tudo a sua volta.

E não era para menos, afinal, diferente do ano passado o financiamento da universidade para essa festa foi bem maior. A decoração era praticamente toda com cores neon, que em meio a luz negra ganhava vida.

Na porta, tínhamos que assinar nossos nomes na lista de presentes - que àquela altura já estava na quarta ou quinta página -, pegar uma pulseira com numeração e algumas tintas neon para nos decorarmos.

O interior estava tão lindo que dificilmente poderia haver alguma reclamação.

Haviam balões transparentes com luzes brilhantes em seu interior e nas fitas que se prendiam nestes; Em todas as paredes que nos cercavam, cores brilhantes se destacavam em jorros, como se alguém simplesmente as jogasse ali sem nenhum padrão; os copos e as bebidas eram tão coloridas e brilhantes quanto todo o resto e olha, eu não queria nem saber o que colocaram ali pra ficar assim.

The Church 》 Nakamoto YutaOnde histórias criam vida. Descubra agora