Sonhos e metas

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Acordei com alguns batidas baixas na porta. Ao abrir os olhos percebi que estava sozinha no quarto, por alguns segundos pensei que Nat pudesse ter sumido mas logo ela sai do banheiro enrolada em uma toalha, caminhando em direção as batidas. Ela passa e apenas sussurra um bom dia antes de abrir e dar de cara com a ruivinha do quarto ao lado.

O pavor cobriu o rosto de Wanda. Talvez aquela cena tenha sido um pouco sugestiva. Ela pediu desculpas e disse que voltaria depois. Estava para ir embora quando Natasha segurou seu braço e a puxou para dentro.

– Não, tudo bem. Acredito que você esteja procurando a S/N. Eu já estou saindo, vocês podem ficar se quiserem. – Ela troca de lugar com a Maximoff, ficando para fora do quarto. – Vou-me trocar no seu quarto. – Desta vez ela se dirige a mim. – Não se importa se eu pegar uma roupa sua emprestada, não é?

Eu nego e ela fecha a porta atrás de si. Wanda demora a se aproximar.

– Desculpa, interromper, sério. – A ruiva diz caminhando a passos curtos para perto da cama.

– Não, não. Não é o que você tá pensando, não.

– Não precisa se explicar nem nada, S/N. – Ela ri sem graça. – Eu queria me desculpar por ontem, fui meio insensível. É que eu não tenho conseguido dormir direito, isso tem me afetado.

Percebo a mudança em seu semblante, eu não sei o que estava atrapalhando o sono da Wandinha mas queria ajudar se pudesse. Dei alguns tapinhas na cama a chamando para sentar-se ali.

– Você sabe que pode me contar se quiser, né? Você é a pessoa que sou mais próxima aqui e eu confio em você, espero que seja recíproco. – Digo passando meu braço envolta dela, quando a mesma se senta ao meu lado.

Ela dá de ombros.

– Eu tenho tido esses sonhos, mas eles parecem tão reais. Sou eu, com duas crianças. Dois meninos. Nos sonhos, eles me chamam de mãe. Pode parecer bobo, afinal são só sonhos mas eu sinto uma ligação tão forte com eles. Quando eu acordo, me dói não tê-los comigo. Dói de verdade, assim como doeu perder meu irmão, o Vis e... você. Isso tem me abalado. Não entendo o que está acontecendo. – Ela conta tudo, me fazendo queimar os neurônios em busca de respostas, mas sem achar uma solução lógica. – Quando eu estava com o Vis, ele me contou algumas coisas sobre um multiverso, ele tinha algumas teorias... Eu acho, que esses sonhos são uma forma de eles tentarem se comunicar comigo... Sei que pareço louca...

– Não, isso não parece loucura pra mim. Não depois de tudo o que eu passei. Você não estava lá embaixo para ouvir mas em resumo, aquele cara, o Vigia, me levou junto de outros heróis de diferentes universos para salvar a estabilidade do tempo... Ou algo assim. – Penso se era isso mesmo que tinha acontecido. – Mas, o que você pretende fazer sobre isso? – Pergunto com medo da resposta.

Ela apenas da de ombros.

– Acho que nada. Digo, não tem o que fazer, não é?

Um silêncio mortal inunda a sala. Eu também não sabia o que dizer ou fazer. Queria ter lido menos sobre moléculas e mais sobre habilidades sociais quando jovem.

– De qualquer forma, eu só queria pedir seu perdão por ter sido uma babaca. Eu te amo, S/N e amo a Nat. Não sei se ela te disse mas se não fosse ela eu teria pirado nesses últimos dias. – Ela ri fraco e então volta a me encarar com seus olhos indecifráveis. – Espero que sejam felizes.

Ela passa suas mãos por meu rosto e sorri antes de levantar da cama. Meu coração estava descompensado e minha cabeça bagunçada outra vez. Quem me dera relacionamentos fossem tão fáceis quanto baskara.

Wanda anda até a porta mas para antes de abri-la.

– Não pense que eu esqueci o nosso café, ok. Não é porque está com a Natasha que irá me deixar de lado. – Ela ri, genuinamente pela primeira vez.

– Não vou, eu prometo. – Respondo baixo, enquanto a vejo sair.

Eu quis tanto, tanto beijar a Wanda durante aquela conversa. Acho que relacionamentos não funcionam assim, então não o fiz. Triângulos amorosos só causam dor nos livros. Eu não quero machucar ninguém, mas desde ontem tenho pensado na ruiva. Em e meu peito tem batido acelerada assim como quando Nat está por perto.

Dou alguns socos no travesseiro. Não iria estragar um belo namoro e uma bela amizade por egoísmo. Não, não. Preciso me concentrar em outras coisas. Como a surpresa que quero fazer para Morgan hoje e um projeto que tenho em mente. Isso, isso, não irei ficar parada, irei me ocupar.

Levanto da cama animada com meus planos para o dia. Faço dez polichinelos antes de me sentar na cama, novamente, cansada. Talvez eu deva começar a me exercitar mais, também.

Após um banho relaxante e uma xícara de café bem grande, a qual eu estava precisando quase mais do que o ar, neste momento, olhei para o relógio pendurado na parede perto do fogão da minha nova casa. Era quase dez horas, eu teria menos de duas horas para começar a trabalhar na minha nova ideia antes de ir pegar Megs na escola. Minha meta era já ter um rumo, até lá.

Fui até o laboratório e ativei Segunda, uma interface criada por mim e Tony para me ajudar em meus experimentos.

- Segunda, preciso que analise esta armadura e que me dê o máximo de informações possíveis sobre ela. - Pedi pondo o capacete da armadura que o outro Tony havia me dado em cima da mesa principal.

"Análise iniciada… Análise completa. Materiais usados: Não encontrados na tabela periódica. Tipo de tecnologia: Não encontrado. Digitais: S/N Stark e inexistente. Fonte de energia: Retor Arc de autor Antony Edward Stark."

- Uau! Grande ajuda Segunda, obrigada.

“É um prazer ajudá-la, senhorita Stark.”

Revirei os olhos, me voltando para o resto da armadura que estava em cima do sofá. Não deve ser tão difícil. Tenho certeza que é possível criar um meio de comunicação para outros universos. Eu sei. Tony conseguiria e se ele conseguiria, eu consigo. Apenas preciso pensar…

Ando até a armadura e a olho em várias posições. Talvez eu possa começar com isso. Tiro o reator Arc da mesma. Talvez, eu posso juntar a tecnologia do universo de Tony com a minha e…

- Você fica muito sexy desse jeito, toda nerdzinha e concentrada. - Natasha aparece na porta do laboratório. Sinto minhas bochechas corarem. - Ainda quer aquela carona até a escola de Morgan?

Aceno positivamente e corro para guardar minhas coisas e não deixar Nat esperando.

(Não revisado, ainda)

O legado de Stark (Wantasha+S/N)Onde histórias criam vida. Descubra agora