"Lugar de ex é no passado, será?"
<>><><><><><>×<><><><><><><>O tempo passou e, hoje o Bruno vai passar o dia em casa dos avós paternos, e há quem se está perguntar como é que eu estou? Bom eu estou bem, nos últimos tempos fiquei muito próxima daquela família, tanto que deixo João ficar com o filho sempre que quiser, mas hoje é diferente, temos um almoço marcado na casa deles, eu não sei o que vai acontecer, mas estou com medo.
_Você tem a certeza que quer ir pra lá? - perguntou minha mãe, é que pareces muito pensativa,disse.
_ Mamã, você acha que devo ir? Eu estou meio como medo, sabe. - Indecisa, respondo.
_Se dependesse de mim, não. Mas essa decisão quem deve tomar é você filha, então pense com sabedoria. - Respondeu.
_Eu vou, não tenho por que me esconder e tampouco esconder o Bruno da família paterna.
⏳
Duas horas depois, estamos prontos, o Bruno está de um conjunto de calções e camisete azul bebé e um par de sapatilhas pretas (air Nike) que a tia Karen deu-lhe e eu estou com vestido thandela vermelho, com um decote nada exagerado e umas sandálias pretas com um pequeno salto e uma bolsa preta, e sem deixar de lado a mochila do Bruno, onde colo os biberões, fraldas e roupas._Vocês estão lindos, quer conquistar e João mana? - risos e gargalhadas por toda casa. Brincou minha irmã caçula!
_Obrigada e claro que não, eu só vou acompanhar o Bruno mesmo! - até logo, despedi! E elas responderam em uníssono, tchau.
⏳
_Ah vocês chegaram, sejam muito bem-vindos, pode deixar o Bruno aqui comigo. - Disse mãe do João, num abraço forçado.
_Obrigada. - agradeço, tirando o Bruno do colo e dando a ela.
_Você está tão linda. - uma voz que eu conhecia muito bem, que me fez arrepiar até a espinha, disse se aproximando de mim, me deixando com a garganta seca e sem fala, até que por fim me viro e respondo:
_Olá, e obrigada tu também não estás nada mal. - com a voz trémula, agradeço.
Antes que tivéssemos qualquer tipo de conversa afiada, uma voz nos interrompe, chamando a atenção de todos pra ir a mesa.
_ Como vocês estão minha filha? - perguntou pai do João.
_Nós estamos bem, obrigada pai. - respondi, sem rodeios.
_Que bom filha, vamos comer e bom apetite a todos!
O almoço está gostoso, a família é bem silenciosa, diferente da minha que estaria fazendo muito barulho à mesa, aqui único som é dos talheres, nada além disso. O que mais me deixava envergonhada eram os olhares do João sobre mim, eram discretos mas dava pra perceber.
_Gostou da comida Maira? - Sim gostei muito, respondo rápido.
_Eu também gostei mãe. - diz João, fingindo ciúmes.
E do nada o Bruno começa a chorar e saio da mesa pra ver o que se estava a passar, e a fralda é que estava suja, e estava com uma fome. E mais uma vez a voz do João me deixa trémula.
_Está tudo bem com ele? - perguntou. Está sim, era só a fralda. Respondi!
_ Que bom. Você está muito linda e não paro de te admirar, acho que já notaste Maira. - me encarando disse o João.
_Notei e confesso que fiquei envergonhada, mas você deve entender que eu não estou pronta pra um relacionamento, estou sempre a te dizer a mesma coisa.
_Eu sei, mas eu não consigo te esquecer, você foi sincera comigo, é o tipo de mulher que vale a pena e sem contar que agora tem o Bruno, eu estou tão arrependido por tudo o que te fiz. - cabisbaixa, fala.
_Vamos esquecer isso, é passado. E antes mesmo que eu terminasse a frase, fui interrompida com um beijo gostoso, e eu estava com saudades daqueles lábios carnudos, gostosos, ahhh mas mesmo gostando, eu tive que parar.
_Pára João, não te admito. - digo me afastando dos braços dele.
_Desculpa, eu não me contive. - se desculpou se afastando lentamente.
_Tudo bem, mas agora quero ficar sozinha enquanto faço o Bruno dormir. - balançando a cabeça afirmativamente, foi.
Confesso que gostei do beijo, mas ao mesmo tempo tenho medo me envolver demais, vai que tudo se repete e volte a estaca zero, não quero mais ficar pra baixo e tampouco ficar deprimida, o meu filho precisa mais de mim, do que qualquer outra pessoa.
Será difícil, mas esse limite entre mim e o João será de grande ajuda, mesmo que me doa será essencial._Filha, tem sobremesa, deixe o Bruno comigo e vá comer, é uma torta de abóbora, está muito boa. - disse mãe do João.
_Oh, muito obrigada, vou já mãe. Deve estar muito deliciosa!
_ Saí de fininho do quarto, deixando o Bruno com sua avó e fui a mesa pra terminar a refeição e provar da sobremesa. E o João já não conseguia me encarar, mas foi bom porque assim eu não preciso de ficar envergonhada.
_Como é que vão as coisas lá em casa? - Perguntou o pai do João.
_Ah, vai tudo bem, graças a Deus e por aqui? - Não entendi a relevância da pergunta, mas respondi por educação. E logo respondeu:
_Aqui também está tudo bem filha. Quando é que pretende voltar à escola?_Dentro em breve pai, estou só a espera do Bruno completar 1 ano, e logo hei-de me inscrever no pós laboral, para terminar o meu médio e mais a frente ver outras coisas. - Respondo.
_Faça isso filha, pra ver se não conseguimos um emprego pra ti, és tão esforçada que mereces ter uma independência financeira.
_Vamos ver sim pai, e obrigada pelo elogio, tomara que num futuro próximo, haja emprego mesmo. - disse isso, com os olhos brilhando alegria, é a primeira conversa que nós falamos do meu futuro, mas acredito que será a primeira de muitas.
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Medo
Short StoryO trama, conta a história de três adolescentes que são estupradas numa floresta, uma delas engravida, porém o que ninguém sabia é que a adolescente já estava grávida antes do sucedido. Embarquem connosco nessa história, que de certa forma nos fará...