23-Julgamento Vs Parto

44 14 15
                                    

E não é que as duas semanas passaram rápido? Pois, já era sexta feira e para piorar era sexta feira 13,gente dia ruim hein, algumas pessoas não acreditam no azar, mas olha eu acredito e muito.
  Bom este seria o dia em que o juiz ouviria os réus e ao mesmo tempo tomaria uma decisão "sentença final".
Por acaso o dia começou agitado, pois metade da comunidade queria participar do julgamento, coisa que impossível, mas bem que seria fixe se todos conseguissem ir nem? - brincadeira.
No entanto, quem não queria e nem podia perder isso eram as miúdas: Karen, Luane e Maira.
Mesmo a Maira estando no estado que estivesse insistiu que queria participar, e as mesmas foram acompanhadas de seus familiares.

O julgamento tivera sido marcado para às 09:00 da manhã e antes que eles fossem, às mães conversaram novamente com suas filhas, principalmente à dona Luísa, mãe da Maira.

_Maira, você tem a certeza que que gostaria de ir ao julgamento? - Perguntou, olhando fixamente para os olhos de sua filha.

_Sim. - respondeu, com uma expressão facial muito diferente e um tom de voz, um tanto diferente. E continuou falando:- Eu quero olhar para aqueles cães, visto que fui a única que até então não teve a oportunidade de olhar novamente para eles. - insistiu!

_Mas você não precisa disso filha, pensa em si e no seu filho, já estás nos últimos meses de gestação, não estrague isso. - Disse sua mãe, se mostrando preocupada com sua filha e a saúde de seu neto.

_Mãe, não se preocupe, eu vou e ponto. - Respondeu Maira, decidida a ir, e parece que ninguém tiraria aquela ideia da sua mente.

_Certo, parece que eu não vou conseguir tirar da sua cabeça essa ideia maluca, vamos então para a casa dos Valverde, para irmos ao tribunal juntos. - Disse caminhando em direção à porta!

  Caminharam então até à casa da família Valverde, onde também se discutia o facto da Karen também ir ao julgamento, mas para a Karen havia uma desvantagem, pois desta vez seu pai também estava incluso na discussão.

_Você não vai e ponto. - Disse seu pai, todo irritado!

_É isso mesmo filha, você não deve ir .-Acrescentou sua mãe!

_Mas mãe e pai, como assim eu não vou? Quem vocês pensam que será a testemunha? Eu claro, eu devo ir, aliás todas nós "suas amigas" devemos ir. - Respondeu Karen, demonstrando segurança e clareza eu tudo o que dizia e deixando seus pais sem palavras.

_Ela puxou de você essa teimosia, eu desisto. - Disse o pai da Karen, se rendendo.

  Não tardou e a família da Luane e da Maira chegou, quase ao mesmo tempo até à casa da Karen.

_Também não conseguiram deixar essas mocinhas em casa? - Perguntou de princípio a mãe da Karen.

_Infelizmente não. - Responderam em coro às outras duas mães!

_Enfim, nós já estamos prontos, e não falta muito para a hora marcada, melhor irmos andando. - Disse o pai da Karen!

Foram caminhando, na companhia de suas filhas, que quase não dirigiram à palavra uma à outra até chegar ao tribunal, às três famílias não arranjaram advogados porque achavam que não era necessário.

                         ⏳
                     09:00
Chegaram ao tribunal e foram logo encaminhadas à sala magna, onde já se encontravam os jurados, os advogados e outras pessoas que ninguém conhecia, parece que eram da povoação e minutos depois entram os estupradores e a presença deles trouxe uns calafrios às miúdas, pai da Karen não se aguentou e logo gritou:

_Covardes, vocês merecem todo o mal deste mundo!

Foi logo interpelado pelos policiais dentro da sala e pediram que se calasse ou sairia da sala.

              ⏳
             10:00
Entrou a juíza e desculpo-se pela demora:

_Desculpa, podem sentar-se. Estou atrasada pelo simples facto dessa comunidade ser muito distante da cidade, sinceras desculpas à todos. Vamos dar início, à sessão - Disse!

Os dois réus foram ouvidos, e seus advogados também e sabem o que alegaram? :que as miúdas deram em cima deles, que elas ficaram se insinuando para eles, enquanto eles se banhavam no rio, cretinos nem? Sim, também acho que eles sejam isso.

Agora é a altura das miúdas falarem, começou a Luane que deu um bombástico depoimento, explicou tudo como ocorreu, foi tão difícil para ela que tremia enquanto falava, tremia e chorava... Seguiu então a Karen, a principal testemunha e contou tudo e a sua história não se diferia com a da Luane, claro porque estavam juntas quando tudo começou.

_Vamos ouvir a última testemunha - Disse a juíza!

_É sua vez Maira - Disse sua mãe!

Ela foi contando tudo, até ser interrompida por uma voz grossa e cheia de deboche:

_Essa gravidez não é minha não hein sua putinha de merda. - Disse António, um dos estupradores, o que tivera agredido a Maira.

Naquele instante, ela entrou em pânico e começou a chorar e deu um grande grito de dor e foi logo amparada por sua mãe, que no início não percebia o que se passava com sua filha, até ver um sangramento descendo.

_Eu não quero perder meu filho mãe - Disse Maira, chorando tremendo e gritando de dor!

_Calma filha, você e meu neto ficarão bem. - Disse dona Luísa, tentando acalmar sua filha, que estava sofrendo.

Felizmente mãe da Karen estava aí e lhes foi emprestada a viatura da polícia que lhes levou até o hospital, directamente até à sala de cirurgias!
  Recordando que a gravidez tem apenas sete meses, e as chances dela dar a luz um filho prematuro eram baixas por causa da sua idade, mas veremos o que será feito pelas médicas.
  O julgamento foi cancelado, não sabemos até quando, mas de uma coisa nós tínhamos a certeza: eles serão condenados!

Agora estamos com o coração na mão, esperando por notícias da Maira, acreditamos que ela esteja lutando pela sua vida e a do seu filho.

Medo Onde histórias criam vida. Descubra agora