Assim que chegaram ao banco próximo a um chafariz que já não saia mais água, Louis esperou que Harry se sentasse com as costas no encosto do banco, jogou-se ao seu lado e delicadamente colocou suas pernas em cima das dele, Harry sentindo seu coração acelerar em seu peito segurou as pernas do garoto para que elas não caíssem pra fora do banco. Depois de alguns minutos em silencio, Louis virou seu rosto para admirar Harry. Seu cabelo estava liso em cima com alguns cachinhos nas pontas e umas mechas caindo sobre sua testa, sua boca estava levemente aberta enquanto ele respirava profundamente, a pontinha do seu nariz assim como suas bochechas estavam avermelhadas devido o frio que fazia no lugar.
Ele estava impecavelmente lindo aos olhos do mais novo. Harry percebendo o par de olhos azuis em cima de si virou seu rosto minimamente encontrando o olhar daquele que com apenas alguns telefonemas, conseguira ganhar seu coração.
-Seus olhos são tão lindos...- Suspirou Louis enquanto soltava sua respiração que nem mesmo havia percebido ter prendido.
-Só os olhos? — Brincou o mais velho fazendo Louis corar.
-N-não... — Sorriu bobamente e abaixou a cabeça encarando seu colo.
-Eu não parei de pensar um segundo sequer sobre nossa ultima ligação... Aquilo doeu tanto em mim, que quase eu disse não na igreja... — Louis sentiu um certo tom de amargura na voz de Harry. Levantou sua cabeça rapidamente e antes que pudesse se controlar levou suas mãos ao rosto do homem afastando uma mechinha que caia sobre seus olhos.
-Isso não seria a coisa certa a se fazer... Trocar o certo pelo incerto... Quero dizer, a quanto tempo se conhecem? — Recuou suas mãos, e olhou pra cima vendo as folhas das arvores balançando em sincronia, tornando o ambiente um pouco mais confortável, mesmo que o assunto não fosse apropriado pro momento.
-Louis... — Harry voltou a olhar para o garoto que tinha seu olhar fixo pra cima. — Podemos falar sobre outra coisa? Quer dizer, depois de tanto tempo desejando esse momento... Não seria justo estragá-lo falando do meu casamento... — Sua voz havia saído mais como um sussurro, mas Louis entendeu perfeitamente e assentiu com a cabeça suspirando novamente. Entraram então em um silencio desconfortável. Ambos tinham tanto pra falar, mas nenhum encontrava as palavras certas pra serem ditas o que causava certo constrangimento.
-Harry... — Assim que abriu a boca, Tomlinson a fechou sem saber ao certo o que queria dizer. Styles o encarou esperando o menor dizer algo, mas este não fez. Ambos suspiraram e Harry sorriu minimamente.
-Isso esta sendo constrangedor... Eu sempre imaginei nossa primeiro encontro como sendo algo bem agitado, com nós dois falando sem parar e aqui estamos nós... Sentados em um banco de um parque abandonado, parecendo dois bobos sem saber o que dizer... — Louis permitiu-se rir.
-O silêncio é o mais perfeito arauto da felicidade. Eu estaria pouco feliz se pudesse dizer o quanto. — Dito tais palavras mordeu seu lábio inferior aguardando alguma reação do maior que apenas riu e se ajeitou no banco de modo que suas mãos ficassem consideravelmente próximas uma da outra.
-William Shakespeare... — Afirmou movendo seus dedos de encontro aos de Louis que prontamente os entrelaçou.
-Sou grande apreciador de coletâneas poéticas... — Sorriu de si próprio agradecendo mentalmente os sermões que Liam o dava sobre o quão bom seria se ele fosse a biblioteca municipal da cidade. Harry ao perceber que o garoto havia abaixado a cabeça, levou seu indicador ao queixo dele erguendo-o fazendo com que seus olhares se encontrassem e um se perdesse na imensidão do outro. O famoso verde no azul e azul no verde.
-As mais sinceras promessas de amor, são ditas no brilho de um olhar... — Sussurrou com seus rostos a poucos centímetros de distancia. Louis inconscientemente ou nem tanto assim, lubrificou seus lábios deixando o outro hipnotizado com a visão. Assim que se inclinou minimamente pra frente, algo pareceu queimar em Harry que logo balançou sua cabeça negativamente e afastou-se deixando Louis confuso e desapontado.
-Bem... Acho melhor voltarmos pra pizzaria antes que alguém venha atrás de nós... — Não era pra ter acontecido, mas sua voz saiu embargada por conta de algumas lágrimas que se formavam involuntariamente em seus olhos. Rapidamente o menor se levantou do banco temendo que Harry percebesse o quão patético ele é, por querer beijar um homem casado. Mas assim que se colocou de pé, sentiu um aperto firme porém delicado em sua mão o puxando. Harry então se levantou e aproximou seu corpo do de Louis envolvendo delicadamente sua cintura e o trazendo mais para si.
Louis sabia que era errado. Sabia que não deveria se sentir assim por alguém que ele sabe que nunca será dele. Ele sabia que no fim disso tudo, sairia ainda mais machucado do que estava. Mas com Harry o tratando assim, de forma tão carinhosa como ele poderia resistir? O garoto já havia sofrido muito na vida e a única coisa que queria era se sentir amado e protegido, e porque ansiar esses sentimentos logo por alguém casado? Por esse motivo Louis passou seus braços pelo pescoço de Harry e se entregou a tal demonstração de afeto. Seu rosto se encaixara perfeitamente na curva entre a clavícula e o pescoço do mais velho e ele permitiu que as lágrimas escorressem de seus olhos, molhando a pele exposta do cacheado que percebendo como o garoto estava, aumentou o aperto fazendo seus corpos ficarem completamente colados. Ficaram ali por vários minutos apenas sentindo um ao outro. Harry passava a mão carinhosamente pelas costas de Louis na intenção de fazer o garoto se acalmar e parar de chorar, mas quanto mais ele movimentava suas mãos, mais o de olhos azuis chorava por saber que nunca poderiam passar de um simples abraço.
-Lou... Anjo... — Sussurrou no ouvido do menor que estremeceu e sentiu todos os pelos de seu corpo se eriçarem.
-M-me d-desculpa... E-eu eu n-não... — Parou a frase ao meio ao perceber que não tinha nada em mente.
-Ta tudo bem Lou... Não precisa ficar assim... — Afastou-se minimamente pousando ambas as mãos no rosto do menor que fechou os olhos assim que sentiu os dedos polegares de Styles massageando suas bochechas. — Um menino tão lindo como você, deveria ser proibido de chorar... Se bem que... Abra os olhos... — Pediu gentilmente sendo logo atendido. E novamente Harry se perdeu na imensidão azul a sua frente. Seu coração batia descompassadamente em seu peito e tudo o que ele mais queria era ter o garoto a sua frente, somente pra si. — Seus olhinhos ficam ainda mais lindos quando você chora... Oh Lou... — Ninguém poderia negar que Harry estava completamente derretido naquele momento. O amor em seu peito crescia mais e mais a cada segundo que passava.
-Harry... — O sorriso bobo no rosto de Louis parecia que ia rasgar seu rosto de tão grande que estava. Se Harry estava o correspondendo, então não tinha problema nenhum e pensar por alguns minutos que os dois seriam felizes juntos, não é?
-Você parece um ursinho... Ta todo vermelhinho por causa do frio... — O maior gargalhou depois de ver o sorriso no rosto de Louis.
-Eu não pareço um ursinho... — Fez um bico e Styles mordeu o lábio inferior tentando se controlar pra não morder a pequena criatura a sua frente.
-Parece sim... Olha o jeito que esta vestido... Olhe pra suas bochechas... Seus olhos... Sua boca... — E se Harry Styles tinha alguma duvida sobre seus sentimentos por Louis Tomlinson, agora não tinha mais. Ele estava completo e perdidamente apaixonado por aqueles olhos azuis.
-Er... Acho melhor voltarmos... — Sussurrou virando-se de costas ainda segurando as mãos de Harry e puxou o garoto pra frente fazendo suas costas chocarem-se com o peitoral de Harry que prontamente espalmou suas mãos na barriga dele. Louis fez o impossível para não gemer ali mesmo com aquele contato, mas quando Harry afundou o rosto em seu pescoço e começou a distribuir beijos pela extensão, foi meio difícil de segurar. — Harry... — O mais novo gargalhou e saiu na frente deixando Styles com cara de bobo apaixonado pra trás.
Se o amor nasce de pequenas coisas, esses dois encontravam-se perdidos.
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Call me maybe - Larry Stylinson
Genç KurguUma ligação errada, pode gerar sentimentos jamais conhecidos pelo jovem Louis Tomlinson. #22 #30 #33