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Magnus sorriu com os elogios da amiga, e sua nova namorada. Sempre ficava tímido quando teciam comentários sobre o seu corpo bem cuidado, às custas de muitos exercícios, ballet e dança contemporânea. Mas, a maneira que as duas garotas elogiavam sua bunda naquela malha o fizeram rir. Talvez um pouco alto demais e por isso levou a mão à boca, ao mesmo tempo em que seus olhos o levaram ao outro lado do salão, fixando-se no homem alto, vestido inteiramente de preto. Era… Alec!

Seu corpo inteiro respondeu àquela visão, arrepiando-se. Não o via desde a fatídica noite. Havia pensado mil vezes em pedir o número do seu celular para Rafael, mas desistiu, quando o amigo comentou que Alec não estava mais falando com ele.

Rafael admitiu que a maneira como o puxou de debaixo do outro havia sido rude, ainda mais porque tinha uma boa relação com o mais alto, até ali. Porém, assumiu que foi um rompante, mas o outro nunca deixou que se explicasse e desculpasse. Quando tentou falar com ele, Alec apenas disse que não faria isso, porque ele o tratou como um qualquer, e se afastou. 

Magnus sabia que também devia desculpas a Alec, e achava que se o fizesse, talvez conseguisse finalmente tirá-lo de sua mente. Vê-lo ali, depois de dois meses, fez seu coração disparar. Seria a sua chance. 

_ Garotas, se me dão licença, eu preciso falar com uma pessoa..._ desculpou-se, seguindo rapidamente, quando o viu se afastar. Alec tinha pernas longas e fortes, Magnus sabia, porque havia apertado suas coxas e adorado o quão duras eram. Precisava andar rápido se quisesse alcançá-lo, pensou, ao vê-lo sair do salão na direção do corredor. Correu…

Alec estava parado diante do elevador. Por quê???? 

_ Alexander..._ chamou. Precisava falar com ele antes que entrasse naquela caixa angustiante e aterrorizante.

Alec apenas se afastou mais e apertou o botão de outro elevador. Não era possível que não o tivesse ouvido. _ Alexander... por favor… precisamos conversar... _ pediu, em tom mais alto.

A porta de um terceiro elevador se abriu e o outro foi até ela, e somente então virou-se para ele. _ Eu não tenho nada para falar com você..._ sua voz saiu um pouco engasgada, antes de ele entrar na caixa de aço. 

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Magnus respirou fundo. Ainda não havia se preparado psicologicamente para descer de elevador. Imaginava que só faria isso depois de algumas taças de champanhe, e ao lado de algum amigo, mas… 

Apressou-se, entrando um pouco depois de Alec, segundos antes de as portas se fecharem. _ Mas... mas eu tenho que falar com você..._ respondeu, encarando os olhos do maior. 

_ Me deixe em paz _ Alec pediu, fugindo dos seus olhos. _ Nem sei quem é você direito. Sequer me lembro de onde o conheço. Não recordo nem o seu nome. Eu conheço você? _ mentiu, afetadamente, se afastando na direção dos botões, apertando o de acesso a garagem. 

Magnus sentiu o estômago pesar. Não saberia dizer se havia sido pelo choque das palavras de Alec ou pelo impulso do elevador, que começava a descer. Uma tontura leve o fez escorar-se no canto esquerdo, no fundo da caixa e iniciar algumas respirações.

_ Eu... eu preciso... _ começou a falar, mas a claustrofobia, associada ao nervosismo da situação, aumentaram sua ansiedade e ele não conseguiu continuar a falar. 

Alec virou-se um pouco, ao perceber o silêncio súbito. Olhou, pelo canto do olho, Magnus com a testa suada e olhos fechados. 

_ Você... está bem? Porque parece que vai desmaiar a qualquer momento..._ virou-se, totalmente, encostando-se no outro canto.

_ Eu só estou nervoso..._ Magnus falou baixinho. 

_ Por minha causa? _ o maior ergueu uma sobrancelha, satisfeito. Claro que gostava de causar impacto.

Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora