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As semanas se seguiram leves. Alec ia buscar Magnus no trabalho quase todo fim de tarde. Às vezes jantavam juntos, e o maior levava a comida de algum restaurante caro e famoso para o mais velho saborear. Voltaram a reserva ambiental para ver a lua cheia, tomando chocolate quente com canollis, e se amaram no carro. Dormiam juntos e Alec já tinha até uma escova de dentes ao lado da de Magnus, no banheiro do loft. 

Mas, também havia os dias em que ele não aparecia. Sempre deixando mensagens e nudes, para agradar o bailarino. Os dois se entendiam, mas não nomeavam o que tinham. Não cobravam nada um do outro e se davam muito bem assim.

"Hoje vou a boate com os amigos. Estão me cobrando presença, porque eu vivo sumido. Que tal se amanhã jantarmos aquela massa italiana que você gosta? Ou prefere a sushi? xoxo"

A mensagem de Alec não obteve resposta naquele fim de tarde de sábado. Magnus não podia negar que o incomodava ser "escondido" dos amigos de Alec, de não fazer parte da vida dele, no todo.

Está certo que também não o havia encaixado em sua vida privada, totalmente. Não o apresentou a Catarina e Ragnor, tampouco ao pai, mas isso porque o outro também o excluía. 

Havia conversado com Rafael, finalmente, na casa Aline, mas não foi como esperava. O amigo não quis aceitar o que viu, os dois discutiram e a amiga teve de intervir, pedindo que Rafael saísse. Desde então, estavam sem se falar.

_ Vamos sair também..._ Aline sugeriu, quando contou que não teria Alec naquela noite. _ Ainda não comemoramos a volta de Catarina de sua viagem de férias. Podemos beber todas e acabar a noite flertando com alguns garotos, como fazíamos antes. 

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A boate estava lotada. Era a mais requisitada da cidade, onde podiam encontrar ricos e famosos, misturados aos demais. Magnus, Catarina e Aline já chegaram tarde. Jantaram juntos e perderam a hora, fofocando sobre milhares de assuntos.

Infelizmente, não demorou muito para Magnus ver Alec, na pista de dança, rodeado por seus amigos e com um desconhecido enlaçando sua cintura. Seu coração saltou na garganta e tudo o que ele queria era sair correndo dali. Principalmente quando o viu beijar o homem, que era moreno e tinha cabelos cacheados. 

_ Eu não posso ficar aqui..._ falou nervosamente para Catarina. A amiga não entendeu e ele apontou.

_ Que merda! _ ela bufou. 

Aline também ficou irritada. _ Helen me disse que iam para Manhattan..._ reclamou.

Os três saíram da boate tão rápido quanto entraram e Magnus avisou que iria para casa, não aceitando companhia. 

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As lágrimas escorriam por seu rosto copiosamente, antes mesmo de entrar no loft. O cheiro de Alec ainda estava em seu quarto e sua presença era quase palpável na cama. Magnus gritou, quando se jogou nela, e chorou mais. 

Era algo esperado. Não tinham um relacionamento definido. Não havia nada sério, apenas estavam transando, ficando juntos, e se acostumando um com o outro.

Aquela não devia ter sido a primeira vez que Alec saía com outros homens. Ele era assim, não se ligava a ninguém. O que era para ele, então? Uma trepada fixa, para os tempos de poucas conquistas? Então era assim? O faria de brinquedo até cansar?

Chorou até dormir, naquela madrugada, mas foi acordado pela campainha, tocando incessantemente, quase 4 horas da manhã.

Alec estava visivelmente bêbado, os olhos baixos e cheirando a whisky. 

Ele cambaleou na entrada, mas equilibrou-se no aparador. _ Ops... acho que cheguei cedo demais para buscá-lo para o jantar..._ brincou, rindo bobo, com a língua pesada. 

Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora