_ Chegamos..._ Alec falou quando parou diante do prédio, de quatro andares, com tijolinhos vermelhos.
Magnus assentiu, as mãos grudadas no estofamento do carro, nos lados do corpo. Ainda se sentia nervoso e não queria afastar-se do maior. Não saberia explicar, mas ele o acalmava.
Fechou os olhos, suspirou, e assentiu. _ Obrigado… eu nem sei como agradecer…
_ Eu vou subir com você..._ Alec devolveu. _ Não acho que já esteja bem o suficiente para subir sozinho _ ofereceu-se, cortês. _ Não se importa que eu suba. Importa?
_ Não… eu... eu adoraria… _ um sorriso leve se formou em seu rosto abalado, pela primeira vez naquela noite.
Alec sorriu levemente. _ Eu posso fazer um chá... Você tem chá?
_ Sim… eu tenho chá..._ ele respondeu, sentindo o coração acelerar com a atenção e cuidado do outro para consigo. Era impossível que Alec fosse o monstro que Rafael havia criado em sua mente.
O maior o amparou todo o caminho, pelas escadas, até o apartamento, afirmando que "só por precaução" fazia aquilo, pois sabia que ele ainda devia estar se sentindo meio tonto. O que era verdade, mas Magnus se sentia protegido e sabia que Alec estava apenas ganhando mais espaço em seu coração bobo.
Magnus tomou um banho rápido, atendendo as ordens de Alec, enquanto ele "se encontrava" naquela cozinha e fazia o chá.
Quando voltou para a sala, vestido em um confortável moletom cinza, sentiu o cheiro morno de ervas.
Saindo da cozinha com uma bandeja, Alec já estava sem o blazer, deixado no sofá, mas mantinha a camisa abotoada até o colarinho. Na cintura, o rapaz bonito usava um avental, e parecia sexy assim. O sorriso de covinhas e ruguinhas ao redor dos olhos foi o tiro de misericórdia. Definitivamente, Rafael não podia estar certo.
_ Se sente melhor depois do banho? Agora vai provar meu chá calmante. Acho que vai gostar..._ o rapaz foi logo dizendo, colocando a bandeja na mesinha de centro e servindo uma xícara a Magnus, que sentou-se no sofá. Alec desfez-se do avental e sentou ao seu lado, também servindo-se.
O chá estava delicioso, com hortelã, limão, notas de canela e adoçado com mel. Alec havia se esmerado para agradá-lo.
Um silêncio confortável se formou na sala, enquanto ambos degustavam o chá. Estavam lado a lado e Magnus puxou as próprias pernas para cima do sofá, as encolhendo diante do corpo. Sentiu o braço de Alec cobrir seus ombros, o trazendo para si e relaxou, se aconchegando a ele. Deitou a cabeça em seu ombro e suspirou. Alec o havia salvado naquela noite, mas ainda precisavam conversar. Havia sido rude e magoado o rapaz. Aquilo havia sido injusto, diante de tudo o que ele fez para mantê-lo seguro algumas horas antes.
_ Alexander… eu preciso me desculpar..._ falou baixinho.
_ Desculpar do quê? Crises de pânico não são culpa de quem as têm. Você não tinha como evitar..._ o tranquilizou, acariciando seu ombro.
Magnus afastou-se do corpo do maior, se acomodando de frente para ele. Alec sentou-se um pouco de lado, e os dois se encararam.
_ Você lembra quem eu sou e claro que lembra do que aconteceu naquela festa, no deserto. Disse que não lembrava, mas me chamou pelo nome a noite inteira, no elevador. Eu sei que magoei você, fui um idiota… e, mesmo assim, foi incrível comigo durante toda essa crise. Acha que pode me perdoar?
Alec não o encarou, olhava para as próprias mãos, no colo. _ Você não precisa pedir desculpas por... aquilo. Ninguém é obrigado a... gostar das particularidades dos outros. Eu... superei... _ falou, dando de ombros, finalmente erguendo os olhos e fitando os de Magnus, que ajoelhou-se no sofá e foi para mais perto dele, se acomodando entre as suas pernas, uma delas dobrada sobre o estofado, antes de sentar nos calcanhares, perigosamente próximo.
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Por Acaso
FanfictionO carro de Magnus quebra no meio do deserto e ele se vê obrigado a pedir carona. Alec é uma alma livre, surge em seu clássico possante, o resgata e fica a fim de se divertir com o boy suado e de beleza exótica. Mas Magnus, que parece descolado em um...