7

336 47 7
                                    

Alec nunca havia sentido tanto prazer em uma noite de sexo como aquela, depois da crise de ansiedade de Magnus, dentro daquele elevador. Uau, senhores, que homem!

Estavam tão ligados, tão sincronizados, havia sido tudo tão intenso e especial. Ele nunca havia se sentido tão completo e entregue no ato, como ali, nos braços daquele indonésio. O primeiro de sua lista, diga-se de passagem. Se todos os indonésios fossem assim, já queria se mudar para aquele arquipélago, imediatamente. Havia sido elétrico, louco, encantador, avassalador, lindo, perfeito. 

Alec havia sentido toda a entrega de Magnus, e fez o mesmo. Não porque quisesse, pois entregar-se não era o seu normal, mas porque simplesmente não conseguiu evitar. Seus corpos se completavam, suas essências pareciam ser incrivelmente iguais. Foi tudo inevitável e Alec não resistiu. 

A luz era branda quando abriu seus olhos devagar. Sentiu um peso sobre o peito e sorriu ao ver os cabelos lisos e bagunçados do moreno, abraçado ao seu corpo. Que horas eram? Já havia amanhecido? Dormiram ali mesmo, no tapete, exaustos, após a noite mais intensa da sua vida. 

Aos poucos, para não acordar Magnus, conseguiu se desvencilhar e o deixou abraçado nas almofadas que puxou do sofá. Ainda perdeu algum tempo admirando o rosto bonito e os olhinhos apertados. Magnus era lindo e seu corpo era apenas a perfeição. Que bunda durinha e gostosa, pensou. Sem conseguir controlar-se, roçou o nariz na lateral do seu pescoço, antes de se levantar, recolhendo suas roupas e preservativos, espalhados por toda parte. No banheiro, descartou o que devia e ficou vários minutos parado diante do espelho, ainda sem entender direito que trem havia sido aquele que passou sobre si. Que noite, senhores!! 

Observou alguns arranhões e chupões. Sorriu ao lembrar de quando e porque recebeu cada um deles. Magnus também tinha suas marcas. Será que ele lembraria também como e por que de cada uma delas? Sacudiu a cabeça e jogou água no rosto. Que diabos estava pensando? O que ainda estava fazendo ali? Não dormia com os caras com quem transava. Não os adorava dormindo, tampouco ficava suspirando pelo que havia acontecido na noite. Mas, o que fazer, se nenhum deles havia sido tão perfeito quanto Magnus? Bufou e saiu do banheiro.

.

Magnus apertou as almofadas e sentiu uma sensação de vazio. Era estranho e, por um instante, sentiu-se como no dia em que percebeu que todos os seus coleguinhas haviam sido adotados e apenas ele havia restado. Uma súbita vontade de chorar fez um nó se formar em sua garganta. Não abriu os olhos até ali, apenas encolheu-se, em posição fetal, como costumava fazer quando tinha medo. 

Sentiu algumas partes do corpo doloridas. Partes que há muito tempo não ficavam assim, já que se exercitava bastante todos os dias. Um sorriso bobo teve lugar em seu rosto e seus olhos pequenos se abriram devagar, ao mesmo tempo em que seus lábios murmuraram. _ Alexander…

Lembrou-se de cada detalhe daquela noite e sabia que talvez nunca esquecesse, porque duvidava muito que alguém o fizesse sentir tudo o que aquele homem conseguiu fazer.

Quando Alec disse que seria a melhor trepada da sua vida e o buscaria nos corpos alheios, porque o que teriam seria perfeito, achou presunçoso, embora gostasse de saber que o outro acreditava em si. Porém, agora sabia que não havia presunção, apenas verdades, em suas palavras. Alec havia sido o cara a lhe dar prazer extremo e não apenas uma vez, mas pelo menos seis vezes, de maneiras distintas. Havia ido às lágrimas em várias oportunidades, sem conseguir reprimir as sensações intensas demais. 

E havia sido lindo. Havia sido único e eles estavam totalmente conectados, como um balé, incrivelmente perfeito. Suspirou longamente, apertando as almofadas, ao lembrar dos olhos de Alec, do seu sorriso, seus carinhos, suas palavras doces e outras cheias de malícia. A maneira como o segurava, parecendo ter medo de quebrar. Como perguntava se estava tudo bem. As lembranças fluíram e as lágrimas também. Foi impossível não sentir-se só, não sofrer, quando lembrou que não o teria mais em seus braços, quando se imaginou nunca mais recebendo seus carinhos e aquele sexo incrível. Alec havia sido seu melhor presente de aniversário, mesmo sem saber. Aquela noite, que começou de forma estranha e quase o matou de ansiedade e pavor, se encerrou da melhor maneira possível. Pena que acabou.

Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora