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Amanheceu e Magnus sorriu ao sentir o calor do corpo de Alec no seu. Parecia um sonho, mas era real...Ele estava na cama do rapaz e dormiram juntos. Alec moveu-se, o puxando mais para si e resmungou palavras inteligíveis, como já era comum e fazia apenas Magnus sorrir mais. Era um bebê com o sono pesado.

Alec acordou mais tarde, preguiçoso e manhoso, se aconchegando ao mais velho, que pode observar melhor o quarto, iluminado pela luz do sol que entrava pelas cortinas brancas. Quando o mais novo abriu os olhos, os do bailarino estavam cravados na sua fotografia, imensa, na parede.

_ Bom dia... _ Alec falou baixinho, chamando sua atenção.

_ O que este quadro faz aqui? Você sabe que esse sou eu, não sabe? Foi você quem o comprou na exposição?

_ Sim, eu comprei e, claro que sei que é você. Conheço seu corpo _ falou, deslizando a mão por toda a extensão de pele nua sob as cobertas. _ Conheceria essa bundinha gostosa em qualquer lugar... _ elogiou, provocativo.

_ Alexander... _ Magnus bateu na sua mão, que agora acariciava suas nádegas, ainda cobertas pela boxer. _ Comporte-se…

Alec sorriu e o puxou para um beijo. _ Preciso tanto de você, Magnus. Só seu corpo pode fazer essa dor parar _ pediu, manhoso, levando a mão ao próprio peito. _ Me fode, Magnus… Me fode com força... com tudo o que você tem… _ suplicou, com uma afetação brincalhona, o apertando contra o corpo.

Magnus afastou-se e o fitou, lendo tristeza, desespero e necessidade em seus olhos, apesar do tom de brincadeira. Sabia que Alec estava sofrendo por vários motivos, mas não seria usado mais uma vez por ele a esse ponto.

_ Você acha que transar comigo vai aliviar as suas dores, Alexander? _ indagou, sério, se sentando na cama, o que fez o outro imitá-lo. 

_ Sim… _ respondeu, inocente.

_ E depois? 

_ Depois?

_ Sim, e depois? Quem vai cuidar da minha dor? A dor de ter sido usado, novamente? Eu tenho sentimentos e você também... Preciso que seja sincero comigo, que me diga o que estamos fazendo. Preciso saber sobre o depois. O que acontece depois, Alexander? _ questionou.

Talvez aquele não fosse o melhor momento para pressionar Alec, perguntar sobre os dois, sobre o futuro deles, se é que ele existia. Mas, seu coração já estava machucado demais pelas últimas semanas. Não podia simplesmente se entregar a Alec, voltar a ser o amante dele, servindo apenas para sexo e diversão, como antes.

Alec travou os maxilares e suspirou._ Por que esta pergunta agora? _ devolveu.

Magnus sentou-se de frente para ele, na cama e soltou o ar, preso nos pulmões. _ Porque eu amo você! _ declarou-se. _ E preciso saber se é recíproco, porque não aguento mais viver na incerteza. Eu amo você, eu quero você, eu vivo para você. Posso ser para você o que quiser, desde que seja recíproco. Está disposto a ficar comigo em um relacionamento sério? 

Alec o fitava atônito. Sua cabeça doía e seu coração batia descompassado. Tinha medo. Medo de amar, medo de se entregar. Se sentia um covarde, idiota e fraco. Um nó apertava sua garganta ao ponto de não conseguir falar. Buscou ar várias vezes e seus olhos marejaram. Fugiu dos olhos do outro, envergonhado, olhando para as próprias mãos, em seu colo, e apenas negou com a cabeça. 

Magnus engoliu em seco. Não era o que esperava. Não, depois de ter sido o único a conseguir entrar naquele quarto e consolar Alec. Pulou fora da cama, se vestindo rapidamente, as lágrimas escapando sem controle, quando saiu correndo dali, batendo a porta atrás de si. Era humilhante demais amar e ser rejeitado duas vezes.

Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora