Capítulo 32°

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Christopher Uckermann

Eu não conseguia tirar da minha cabeça a imagem do homem que estava observando a mim e a Dulce na cachoeira, óbvio que ele estava encapuzado e era impossível saber quem definitivamente era esse tal homem, mas eu nem precisava pensar muito bem para saber que deveria ser o comparça daquela mulher maluca, Daniele e Dennis estavam errados em dizer que eles não estariam perto de nós, quando na verdade estavam sim, era óbvio que ela já sabia que Dulce e eu estavamos escondidos na fazenda. Resolvi voltar até a cachoeira para me certificar se havia alguém ali, e no caso não havia mais ninguém, porém eu tinha a absoluta certeza do que tinha visto, e precisava contar isso para alguém.

Ucker: Oi Annie, oi Poncho. - Assim que voltei encontrei eles ali na varanda preparando as coisas da festa de amanhã.-

Annie: Oi Ucker, tudo bem? Está procurando a Dulce? Ela está lá dentro brincando com a Luiza e com o Miguel.

Ucker: Na verdade eu vim falar com vocês mesmo. - Digo forçando um sorriso, eles se entreolharam confusos.-

Poncho: O que você aprontou loirinho? - Perguntou ele estreitando os olhos e me encarando.-

Ucker: Nada. - Digo dando uma risadinha.- É que eu preciso contar uma coisa. - Digo puxando uma cadeira e me sentando.-

Annie: O que aconteceu? - Annie me perguntou preocupada.-

Ucker: Hoje à tarde Dulce e eu estavamos na cachoeira, e eu percebi que havia um homem nos observando.

Poncho: Um homem? - Perguntou ele confuso.-

Ucker: Sim, ele estava todo de preto e encapuzado, e assim que me viu saiu correndo.

Annie: Você acha que esse homem... - Annie parou de falar no momento que eu assenti concordando.-

Ucker: Sim, eu acredito que seja o comparça daquela mulher.

Poncho: Mas não pode ser, eles não iriam encontrar vocês, aqui somos todos protegidos, inclusive eu e a Annie recebemos pessoas em perigo porque temos proteção.

Ucker: Sim, eu sei. Mas não pode ser uma coincidência, já que justo essa mulher e o comparça dela ainda estão soltos, me desculpem mas eu não acho impossível eles nos encontrarem aqui.

Annie: Aí meu Deus, e agora? - Perguntou Annie de forma apavorada.- Eu tenho tanto medo.

Poncho: Calma meu amor, eu não vou permitir que nada aconteça nem com você, e nem com os nossos filhos. - Ele garantiu segurando a mão trêmula dela.-

Annie: A Dulce também deve ter ficado apavorada. - Disse ela de forma pensativa.-

Ucker: A Dulce não viu esse homem nos observando, e eu também não contei nada pra ela. - Eles arregalaram os olhos me encarando.- Não me olhem assim, eu não quis e nem quero assusta-la.

Poncho: Eu entendo a sua preocupação loirinho, mas você e a Dulce estão nessa juntos, você não pode esconder isso dela.

Annie: Eu vou ter que concordar com o Poncho, ela tem que saber Christopher.

Ucker: Tudo bem, eu vou falar mais não agora. - Digo suspirando pesadamente.- Antes eu quero ir até a delegacia da cidade para falar com Dennis e Daniele sobre isso.

Poncho: Negativo loirinho, você não pode sair daqui, é muito perigoso. - Disse ele negando com a cabeça.-

Ucker: Eles não vão vir aqui tão cedo Poncho, e eu também não quero que vocês liguem pra eles.

Annie: Mas o certo seria ligarmos para eles virem até aqui, esse foi o combinado Christopher.

Ucker: Eu sei Annie, mas eu não quero assustar a Dul agora, eu vou falar com ela só que depois, é melhor eu ir até a cidade.

Poncho: Deixa de ser um cabra teimoso loirinho, já disse que você não pode sair daqui de jeito nenhum.

Ucker: Mas eu vou disfarçado, e vai ser rápido, por favor Poncho me leve até lá. - Peço de forma insistente, ele me encara.-

Annie: Christopher você enlouqueceu? Quer correr perigo e levar o meu marido junto? Ele não pode ser visto com você, e nem ninguém também pode te ver.

Poncho: Se souberem que você está aqui, eu corro o risco de nunca mais poder sair sozinho, e os nossos filhos de nunca mais poderem ir pra escola tranquilos.

Ucker: Vocês não cansam de viver assim? Refugiados e com medo? O que adianta proteger as pessoas se no fundo vocês podem correr esses riscos tão grandes?

Annie: Nós ganhamos bem pelo serviço Christopher, o programa de proteção a testemunhas é como se fosse um emprego para nós dois, e precisamos disso para nos manter e pensar no futuro dos nossos filhos.

Poncho: Mas você não entenderia isso loirinho, já que sempre foi cheio da grana, e teve tudo do bom e do melhor desde de cedo. - Disse ele me encarando, suspirei pesadamente.-

Ucker: Eu sempre tive todo o dinheiro que eu quisesse mesmo, porém eu nunca tive os meus pais presentes na minha vida, e muito menos eu tive o amor, o carinho ou o cuidado deles, isso o meu dinheiro nunca foi capaz de comprar. Aqui vocês podem até ter pouco, mas são muito felizes, e agora eu entendo o porque.

Annie: Sentimentos são coisas que não podem ser medidos ou comprados jamais Christopher, o amor, carinho, cuidado, são coisas impagavéis. Eu sinto muito que você não teve nada disso dos seus pais, deve ter sido uma infância difícil.

Ucker: Sim, foi. Mas eu é a hora de falar sobre isso. - Digo balançando a cabeça afim de espantar os meus pensamentos negativos, falar sobre a minha infância era traumatizante de mais.- Eu preciso ir na cidade.

Poncho: Mas que cabra da peste teimoso. - Disse ele suspirando irritado.- Não vou te levar na cidade, sossegue a sua bufança gorda nessa cadeira.

Ucker: Bufança gorda? - Pergunto erguendo uma sobrancelha, ele sorriu.-

Annie: Vou lá dentro ligar para o Dennis e a Daniele, e vocês não saiam daqui. - Disse Annie saindo dali rapidamente.-

Ucker: Qual é Poncho? Me ajuda vai, eu juro que me disfarço rapidinho. - Tentei mais uma vez, ele fechou a cara.- Você é o meu amigo ou não?

Poncho: Você me considera seu amigo? - Perguntou ele sorrindo, assenti sorrindo também.- Que bonito isso, mas você não vai me bajular.

Ucker: Me empresta as chaves da sua caminhote então, eu vou sozinho. - Digo estendendo a mão para ele.-

Poncho: As minhas chaves nem ficam aqui loirinho, estão na caminhote, mas... - Ele arregalou os olhos ao ver que tinha falado sem pensar.- Você nem pense hem... - Disse ele ao ver o sorriso que se abriu em meu rosto.-

Ucker: Até mais amigão. - Digo rindo enquanto saía correndo dali, ouvindo os gritos de Poncho atrás de mim.-

{Continuo? A impulsividade pode ser um problema 👀😬}

Na mira do amor (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora