Capítulo XI | A fuga

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     Ficamos conversando por um bom tempo. Hector havia dito que sabia onde era a saída, pois passou por ela antes de ter sido trazido pra cá.

    — Então só precisamos achar um jeito de sair dessa cela — planejou — Depois disso eu posso nos guiar até a saída!

    De repente uma ideia surgiu.

    — Quando eu estava lutando contra os homens encapuzados, um poder novo despertou em mim. Quem sabe se eu me concentrar, posso usá-los pra quebrar a cela e tirar nós dois daqui?

    Os olhos dele brilharam, animados com a ideia.

     — Então o que está esperando? Use-os, vamos ser livres!

    — Não é tão simples. Eu não faço a mínima ideia de como eu liberei esses poderes.

    — Confio em você, meu amor! — incentivou — Você consegue!

    Diante de toda confiança que ele colocava em mim, resolvi tentar. Hector estava em silêncio para me ajudar, mas seus pensamentos estavam a todo vapor.

     Tentei ignorar. Me concentrei profundamente, até já não estar mais escutando os pensamentos dele. Por um momento imaginei que se eu me aperfeiçoasse bastante nessa técnica, poderia facilmente silenciar os pensamentos das pessoas ao meu redor.

    Forcei meu cérebro a focar apenas nas grades à minha frente. Com a mente focada, estiquei meus braços para frente, e me posicionei de forma como se eu estivesse tentando amassar as barras da cela.

    Um minuto se passou, e de repente, eu estava escutando uns sons de metal rangendo.

    — Está dando certo! — exclamou Hector, antes de silenciar abruptamente.

    Em sua mente estava a imagem das barras de metal sendo brutalmente amassadas pro lado aos poucos, abrindo uma pequena paisagem.

    Mantive minha mente focada nas barras, fechei minhas mãos em punhos e as empurrei pra frente, quebrando todas as barras e a porta e as lançando para frente, causando um tremor no chão e um enorme barulho.

    Hector estava boquiaberto, e correu pra me dar um abraço apertado.

     — Você é incrível. Eu sabia que conseguiria! — dizia, apertando o abraço.

     Debrucei minha cabeça na dele, aproveitando o momento, mas logo ele foi atrapalhado porque um grupo de homens encapuzados escancararam a porta da prisão. O que estava na frente olhou para a porta da cela caída e amassada no chão, e berrou:

     — NÃO DEIXEM QUE ELES ESCAPEM!

     Eu e o Hector pegamos barras de ferro para nos defender, e assim mais uma luta se iniciou, mas rapidamente estavam todos no chão, com exceção de dois que também pegaram barras de ferro para se defenderem.

    Estávamos nos posicionando para atacá-los, mas algo os golpeou por trás e eles se estatelaram no chão, revelando meu pai e a Dolores segurando bastões.

    — Alice! — exclamou Dolores, me envolvendo num abraço apertado.

    — Filha! — meu pai se juntou ao abraço — Que bom que você está bem!

    Eles viram Hector e o cumprimentaram, felizes por vê-lo são e salvo.

    — Vocês vieram... — falei, sem esconder a emoção.

    — Recebemos a mensagem — explicou Dolores — Mas demoramos um pouco para encontrar o alçapão.

    — Depois que nós achamos, nos esgueiramos até aqui — disse meu pai — O lugar está vazio, então é melhor aproveitarmos e fugirmos antes que eles voltem!

Alice Madrigal [+10]Onde histórias criam vida. Descubra agora