Capítulo XVII | Lição

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     Eu podia sentir toda energia pulsando em meu ser. Senti que era capaz de derrotá-lo facilmente. Não sabia como, mas eu podia ouvir os pensamentos dele novamente. Ele estava assustado com minha forma, meus olhos brilhantes, minha áurea, e com meus cabelos esvoaçando.

     — Seu dispositivo que bloqueia minha telepatia é inútil agora! — falei — Eu vejo o seu medo. Você sabe que não pode me vencer, então faça um favor pra si mesmo e se renda!

     — NUNCA!!! — ele estendeu o braço pra me dar uma surra bem forte, mas sem nenhuma dificuldade, conseguir parar a mão e a arranquei fora.

     — Não… Não é possível… — dizia, se afastando — Meu robô é indestrutível!

     — Parece que novamente subestimou nossos dons. Coitadinho!

     Estendi a mão, e arranquei o outro braço do robô.

     — PARE! — gritava, assustado.

     Em poucos segundos arranquei as duas pernas do robô, deixando apenas o tronco flutuando no ar. Pus o tronco no chão, e abri o peito, revelando Hernando encolhido, ainda tentando mexer nos controles.

     — Acabou, Hernando — falei — Você mexeu com a família errada!

     — Que poder, que força. Nunca vi nada igual…

     — E nunca mais verá! — respondi, levitando ele da armadura e o parando no ar com uma das mãos. Com a outra peguei uma corda e o amarrei.

     Um barulho bem alto se aproximou, e vi que helicóptero passou por nós. Dentro dele estava Tobey, o real líder dos Navajas.

     — TOBEY! ME AJUDA! — Hernando chamou.

     — Sinto muito, senhor. Alguém precisa fugir para lutar mais um dia! — disse ele, fechando a porta.

     — Eu… Fui abandonado…

     — Avisamos que isso aconteceria. Sua ganância deu lugar a sua queda! — apertei mais as cordas ao redor dele — Agora você irá pagar por todo mal que fez a esse lugar! E também irá pagar por ter machucado o MEU Hector!

     Minha raiva ainda estava pulsando dentro de mim. Joguei ele contra parede e comecei a arrastá-lo, depois eu o rodopiei até deixá-lo tonto. Por fim, eu o aproximei dos meus punhos, afim de enchê-lo de socos, mas nesse momento, meu pai gritou:

     — Alice, pare! Hector está vivo!

     — O quê?!

     Com uma certa grosseria, amarrei Hernando no tronco de uma árvore e corri até onde estava uma multidão. Ela abriu passagem enquanto eu me aproximava, e chegando no final dela, vi Hector totalmente recuperado.

     Meus olhos se encheram de lágrimas. Ele estava com aquele sorriso hipnotizante, e falou, apontando pra tua Julieta:

     — Sua tia me salvou!

     Me virei pra ela e a abracei forte.

     — Obrigada! Obrigada por salvar meu Hector!

     Ela retribuiu o abraço, e Hector se juntou ao abraço também.

     — Você conseguiu, meu amor! — disse ele — Você derrotou Hernando e salvou Encanto!
    
     — Não teria conseguido sem a ajuda de todos vocês! — respondi, me virando para todos — Obrigada por tudo!

     — Nos desculpe, Alice — disse Mirabel — Não conseguimos conter os Navajas. Alguns fugiram!

     — É, eu vi… Mas acredito que nunca mais vão voltar!

Alice Madrigal [+10]Onde histórias criam vida. Descubra agora