Capítulo XVIII | Casamento

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     Meu estômago parecia um ninho de borboletas, e eu podia ver que Dolores estava assim também.

     — Minha nossa, Alice, estou tão feliz que vamos nos casar no mesmo dia!

     — E eu nem acredito que estou me casando. Pensei que nunca aconteceria!

     — Como se sente?

     — Eu me sinto… Viva!

     — Eu também! Mariano sempre foi o homem dos meus sonhos, acho que vou desmaiar de emoção!

     — Deixem para desmaiar de emoção depois, meninas! — disse a Abuela — Os noivos estão esperando!

     — Será que estão tão nervosos quanto nós? — perguntei.

     — Mariano está quase desmaiando no altar! — respondeu Dolores — Hector está ajudando ele a segurar as pontas!

     — Minha nossa!

     — Prontinho, você está pronta, Alice! — disse minha mãe, dando as últimas ajeitadinhas no meu vestido de noiva.

     Ela estava quase explodindo de felicidade, mas tentava não deixar transparecer muito. “Netos, eu quero netos!”, pensava.

     Minha mãe pegou meu rosto, e falou de uma forma bem carinhosa:

     — Eu… Estou tão orgulhosa! Sempre foi meu sonho vê-la casando e formando uma família. Finalmente esse sonho vai se realizar!

     Nós nos abraçamos. Ver minha mãe sorrir é algo que me traz muita felicidade. Dolores e tia Pepa também conversavam entre si, entre risos e cochichos.

     Nós duas estávamos usando um vestido branco bem enfeitado. O meu tinha até pérolas decorando, e o meu buquê era de flores-de-maio brancas. O da Dolores era de tulipas vermelhas. Foi a Isabela quem fez os nossos buquês e a Mirabel ralou por dias, pois fez questão de fazer nossos vestidos de noiva. Todas realizaram um excelente trabalho!

     Meu pai e o tio Félix apareceram, dizendo que já estava na hora. Meu pai me olhou de um jeito que aqueceu meu coração. Ele estava quase chorando, lembrando do dia em que ele e minha mãe se casaram.

     — Vem, Alice — disse ele, estendendo o braço — Seu noivo está a espera!

     Ambas agarramos os braços de nossos pais, e fomos sendo conduzidas por eles até a igreja. Assim que as portas se abriram, todos se viraram pra nós. Toda a cidade estava lá, o que rapidamente me deixou vermelha de vergonha. Ainda bem que minha cabeça estava coberta por um véu.

     Isabela ia à frente jogando pétalas de flores. Estava tudo perfeito. Todos vestidos de maneira elegante, a bela decoração feita pela Isabela… Não tem como ficar melhor.

     Finalmente, quando olhei para o altar, lá estava Hector, com um belíssimo terno cinza, e Mariano estava elegante com seu terno branco.

     Hector sorriu pra mim de uma forma que eu quase chorei. Não é possível, será que estou sonhando? Estou me casando com um homem tão fofo assim?

     Fomos conduzidas até o altar, onde ficamos de frente para nossos noivos. Nesse instante, quis bloquear os pensamentos da multidão, para eu poder focar apenas no Hector.

     — Está radiante! — disse ele.

     — Você também…

     — Confesso que estou nervoso… Esse está sendo o melhor dia da minha vida!

Alice Madrigal [+10]Onde histórias criam vida. Descubra agora