Capítulo 12

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- ... Por isso que eu quero que vocês se tornem pessoas melhores, mais prestativas e mais...

- Chegamos! Graças a Deus! - David quase pulou do jipe quando ele parou.

Eu saí em seguida e peguei minha bolsa, indo pra perto dos meninos. Nós quatro entramos primeiro que o Sfiha e a tia Josie e já fomos pra fila que tinha ali. Tipo, a fila de duas pessoas. Um velho e um homem de terno. Eu acho que ainda é cedo demais pra ter gente na rua, mas ok. Quando chegou a nossa vez, eu finalmente percebi quem era o atendente/garçom/qualquer coisa que fosse. Ô mininu lindjo! Eu pus toda a minha sensualidade pra fora naquele momento.

- O que cê quer, Lyra? - David me perguntou.

- Ah, não sei. Deixa eu ver. - Peguei o cardápio e comecei a morder o lábio inferior, enquanto lia as coisas. O problema é que isso não era porque eu queria paquerar o menino, e sim porque eu sempre mordo o lábio quando estou lendo alguma coisa. - Acho que eu quero um muffin de chocolate e... sei lá, um café aí que os meninos tenham pedido. Não, espera. Aqui tem chá! Então eu quero um chá de boldo. Só isso mesmo.

- Ok. Podem sentar, que eu já levo pra vocês - o menino disse, sorrindo pra mim.

Nós quatro nos sentamos e ficamos esperando. Alguém cutucou o meu ombro e eu me virei.

- Lyra?

- O que você tá fazendo aqui, Greg? - perguntei.

- Ué, essa cafeteria é da minha vó. Eu trabalho aqui toda manhã.

- Gente, vamos embora? - perguntei aos meninos.

Peguei minha bolsa e me levantei, mas Greg segurou meu braço e me fez olhá-lo.

- Não precisa ir embora. Olha, eu já entendi. Não vou fazer nada que você não queira. Amigos? - ele perguntou, estendendo a mão pra mim.

Apertei, desconfiada. Me sentei de novo e Greg se sentou conosco. Meu futuro marido/menino-da-cafeteria-da-vó-do-Greg veio trazendo os pedidos. Ele entregou o meu por último e ainda trouxe uma torta de maçã.

- Ah, deve ser um engano. Eu não pedi essa torta.

- Ah, não não. É por conta da casa - ele disse, sorrindo. Mas seu sorriso se desfez assim que viu a carranca de Greg. - Não se preocupe, Greg, eu vou tirar o dinheiro do meu salário.

- Não. Quanto que é? Eu pago a torta. Não quero que tire o valor do seu salário - falei.

- Nesse caso, pode me pagar com o número do seu celular. - Ele estendeu uma caneta e abriu sua mão, para que eu anotasse ali. Eu ri e anotei meu número.

Ele saiu, pois teve que pegar os pedidos da minha tia e do Sfiha, que estavam sentados em outra mesa.

- Hey, Greg, qual é o nome dele? - O cutuquei.

- Dele quem?

- Não se faça de bobo. Do menino, oras.

- Christian - Greg falou com tanto desgosto que achei que ele iria vomitar.

- Nome mais gay - Johnny disse, rindo.

- E o seu nome? Johnny. Pior que o dele - falei. Qual é? Preciso defender o homem dos meus sonhos! O pai dos meus filhos!

- Meu nome não é Johnny. - Ele riu e eu entendi o porquê de ele ter rido, mas parece que o resto não entendeu. - Ah, qual é, gente? Vocês não entenderam? - Os meninos negaram com a cabeça, mas eu assenti. - Deixa quieto, vai. A questão é que: meu nome não é esse. Esse é o meu apelido.

- E qual é o seu nome, então?

- Se nem os meus professores sabem o meu nome, vocês acham mesmo que eu contarei pra vocês? Serei zoado até a eternidade.

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