Capítulo 25

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- Ah, é, oi Chris.

- Tá aqui sua água. - Ele colocou o copo em uma mesinha e saiu.

- Licença - falei pro médico e saí correndo. Encontrei o Chris quase na saída. - Chris! Espera, deixa eu explicar.

- Tá, beleza, explica. - Ele cruzou os braços.

- É que eu achei, por um momento, que você queria me matar. Aí eu fingi que tinha me machucado pra você me trazer aqui e não poder terminar seu plano maléfico contra a minha pessoa. Não pense coisas que não são o que você deveria pensar.

- Essa é a maior bosta que eu já ouvi. - Ele voltou a andar, mas eu segurei seu braço. - Lyra, chega. Ó, você é bem legalzinha, dá uns pega legal também, mas essas suas neuras são muito... neuras. Acho que não tô preparado pra ficar com uma pessoa... diferente.

- Tá me chamando de retardada?

- Não. Estou apenas dizendo que você tem seu jeito. E esse jeito aí é legal e tals, eu tava curtindo sair com você e até tolerei suas maluquices... Mas cair de uma árvore alta pra caralho pra fingir que está machucada, porque achava que eu queria fazer sei-lá-o-que com você... aí já é demais. Prefiro procurar uma garota mais adulta.

- Desculpa. Eu sei que tenho vários defeitos, mas... Eu posso mudar.

- Não, Lyra, esse é o seu jeito. Não quero que mude.

- Ah, então vamos continuar do jeito que tá. Você me desculpa por causa desse acontecimento, eu te desculpo por dar comida aos animais... e a gente continua assim.

- Tchau, Lyra.

- Não, Chris, por favor...

- Liga pra Luna. Ela gostou de você.

E ele se foi. Isso parece nome de livro. Vou escrever um livro sobre minhas decepções amorosas e chamar de "E ele se foi". Será que vende? Será que os enfermeiros estão percebendo que eu tô segurando o choro? Será que eu tenho dinheiro pra ir embora? Tenho não. Vou ligar pro David.

- Alô?

- David! É, sabe o hospital em que eu te levei?

- Mais ou menos... Hey! Você tá chorando?

- Vem me buscar aqui?

- Por que você está aí? E por que está chorando? Lyra, me responde! Tem a ver com o Chris?

- Vem logo, David. Tchau.

Fiquei aqui na frente, esperando. Logo vejo o carro da tia Josie passando e rodando pelo estacionamento umas quatro vezes antes de parar onde eu estava.

- Entra, baby - David Porra disse, com a mão pra fora.

Entrei no banco da frente. Olhei pra trás e os meninos estavam sentados ali também.

- Nossa, tinha que trazer o bonde junto?

- É. Vamos fazer uma festa hoje, precisamos passar no Walmart. E o Walmart fica aqui perto, então...

- Festa? Na casa da tia Josie? Ela deixou?

- Ela vai dormir na casa do Zaffir de novo. É só a gente limpar tudinho amanhã de manhã.

- Eu não vou participar dessa palhaçada, ok? Então não vou limpar nada depois, nem vou ajudar a pagar!

- Ok. Mas vai ficar trancada lá no sótão, certo? - Harry disse. - E não vai ganhar nada!

- Vocês vão cobrar pela festa?

- Só cinco pratas de cada um.

E aí os meninos começaram a brigar, porque o Johnny queria cobrar mais e o Alex não queria cobrar nada. Enquanto isso, eu batia a cara no vidro. Definitivamente, David Porra não sabe dirigir. Mas espera...

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