Capítulo 5

14.7K 1.5K 364
                                    

Decidi dormir um pouco e coloquei o despertador para tocar às 17:30. Quando tocou, eu tomei um banho rápido e me troquei, indo pra cozinha. Peguei uma banana e assim que escutei uma buzina, corri pra fora, antes parando na sala e dizendo pra minha tia que iria sair. Entrei no carro de Greg e comecei a comer a banana.

- Já tá treinando, né? - ele falou, me olhando maliciosamente.

- Posso nem comer uma banana, que já pensam malícia. Ninguém merece.

Chegamos no parque de diversões. Preciso admitir, Greg sabe ser divertido, apesar da safadeza. Depois de irmos em vários brinquedos, nós fomos até a parte daqueles jogos para ganhar pelúcias. Greg queria porque queria me dar um panda enorme que estava em uma barraca de tiro ao alvo. Depois de umas dez tentativas, ele conseguiu e me entregou. Dei um beijo na bochecha dele, porque né, o menino tinha se esforçado. Ele foi buscar pipoca e me mandou esperá-lo. Um tempo depois, sinto alguém puxar meu panda. Me virei e vi Dora, Alex, Johnny e Harry, me olhando.

- O que você está fazendo aqui? - meu primo perguntou.

- O que vocês estão fazendo aqui?

- Perguntei primeiro.

- Estou me divertindo.

- Com quem?

- Não te interessa!

- Claro que interessa! Quem é o lesado que chamou você pra sair?

- O que vocês estão fazendo aqui? - Greg perguntou.

- O que você está fazendo aqui?

- Gente, me poupem, né! Vocês são mais espertos que isso - falei.

Eles demoraram uns segundos pra ligar os pontos.

- Ah, você tá saindo com ele.

- Sim. Dá pra devolver o Reginaldo?

- Quem é Reginaldo?

- O panda. De-vol-ve. - Dora me devolveu o Reginaldo.

- Ei! Já que nós estamos aqui e vocês estão aqui, podemos ficar juntos! - Harry disse. Eu e Greg nos olhamos, depois olhamos Harry.

- Nem pensar! - dissemos.

- Querem ficar sozinhos, né? Ok. Serei o padrinho - Alex disse.

- Padrinho do que, meu filho? - perguntei.

- Do casamento.

- E eu serei o padrinho do primeiro filho! - Dora disse.

- E eu do segundo! - Johnny gritou.

- Terceiro! - Harry disse.

- Mesmo que eu me casasse com ele, o que não vai acontecer, nenhum de vocês seria padrinho de merda nenhuma.

- Não, espera. O Greg também tem voz, Lyra. Não é só você que decide os padrinhos. O homem também tem que decidir! - Dora falou.

- Mas por que a gente tá aqui parado falando de um casamento que não vai acontecer? - perguntei. - Eu quero ir nos brinquedos! Aaaaa, não creio! Tem um carrossel ali! E tem um unicórnio! Eu preciso ir nesse unicórnio.

Aí eu fui lá. O moço não me deixou entrar, falou que eu era muito grandinha. Eu até tentei dar uma subornada nele, mas não deu. Voltei chateada para onde os meninos estavam.

- Ué, você não ia no carrossel?

- Eu ia, Greg, mas o homem não deixou. Poxa, até fiz charme pra ele.

- Não, espera, você tá saindo comigo e faz charme pro homem do carrossel?

- Eu tô saindo com você, mas é como amiga. E além disso, o cara é um gatinho.

- Ele é vesgo, Lyra.

- E daí que ele é vesgo? Ele pode ser bonito mesmo sendo vesgo.

- Ele não é bonito.

- Claro que é! Olha lá. Cabelo loiro, um pouco musculoso...

- Ele é mais bonito que eu?

- Sim.

- Não é não. Vem cá. - Ele me puxou e parou ao lado do cara. - Olha, Lyra, quem é mais bonito?

- É... bom... Estou com medo de dizer que você é mais bonito e você achar que eu estou te paquerando.

- E não está?

- Nem um pouco.

- Poxa, cara, eu te dei um panda. Deixa eu me iludir um pouco achando que você tá na minha.

- Mas eu não tô na sua.

- Tá bom. Vamos na casa mal-assombrada?

- Vamos.

Nós entramos e começamos a caminhar, enquanto vários seres e coisos nos assustavam. Bom, me assustavam, né? Eu quase grudei em Greg de medo. Saímos e eu estava com o panda em uma mão, enquanto quase arrancava a camisa dele com a outra mão.

- Depois diz que não tá na minha. Sei.

- E não estou, ok?

- Pare de negar o nosso amor, ó Lyra. Não tente se enganar com mentiras. Seria muito mais fácil se você se entregasse para mim.

- Pare de se enganar, ó Greg. Larga do meu pé e vai catar alguém que te queira. Porque eu não quero.

- Pare de ser negativa, ó Lyra. Por que não tentamos um relacionamento?

- Pare de ser iludido, ó Greg. Nós não tentamos porque eu não gosto de você.

- E por que aceitou sair comigo?

- Aceitei sair, mas já disse que é como amiga. A-mi-ga.

- Mas eu só consigo escutar a palavra na-mo-ra-da.

Depois de nos divertirmos muito, Greg me trouxe pra casa da minha tia. O problema é que ele teve que trazer os meninos também, já que eles tinham vindo de ônibus. Os meninos desceram e entraram na casa, me deixando no carro com Greg.

- Ah, bom, então... tchau, né? Obrigada pelo Reginaldo e... por tudo. - Fui dar um beijo na bochecha dele, mas ele se virou, me fazendo dar um selinho. Greg colocou a mão na minha nuca e me trouxe mais para perto, iniciando um beijo. Ai, que cena mais clichê! - Érr... tchau. - Comecei a abrir a porta.

- Lyra, espera... Eu gostei bastante de hoje. Tomara que saiamos mais. - Ele me deu mais um beijo. - Tchau.

2 MesesOnde histórias criam vida. Descubra agora