Acordei me sentindo um lixo. Olhei em volta procurando o que tinha me despertado e encontrei meu celular tocando na mesinha de cabeceira. Me estiquei para pegá-lo, vi o nome de Isaac embaçado no visor e atendi:
- ¡Holla!
- Isso eu sei, é oi, certo?
- ¿Qué?
- Angel, fala em inglês sua louca. - Isaac riu e não consegui acompanhá-lo.
Forcei meu cérebro a funcionar em inglês, e então consegui falar:
- Por que me acordou? Tô cansada.
- Ia chamar você e Henry pra almoçar em casa, convite do meu pai. - Ele falou todo feliz.
Olhei em volta e não encontrei Henry pelo quarto. Tentei me levantar, mas meu corpo não respondeu.
- Henry não tá aqui, a não ser que esteja em outro cômodo. - Minha voz saiu arrastada, o esforço era demasiado.
- Então procura, ele deve estar aí em algum lugar. - Percebi o sorriso na sua voz.
- Isaac eu não consigoooo. - Choraminguei.
- Qual é, Angel.
- É sério, não consigo me mexer.
- Angel, você tá me preocupando.
- Eu só tô cansada, me deixa dormir. - Pedi em sofrimento.
- Eu vou aí. - Ele falou todo preocupado.
- Tchau, Isaac. - Tentei desligar o celular, não sei se consegui, então só o joguei em cima da cama.
Mal fechei os olhos e ouvi batidas na porta do quarto. Estava tão cansada que nem consegui sentir raiva. Tentei falar "entre" e acho que funcionou porque a porta se abriu em seguida.
- Angel, Henry não tá na casa. - Era a voz do Isaac.
- Como chegou tão rápido? - Perguntei sem abrir os olhos.
- Levamos uns dez minutos pra chegar, não foi tão rápido quanto eu queria. - Ele respondeu e me confundiu, mas eu não estava com cabeça para pensar.
- Daqui a pouco eu me levanto, tá?
- Meu pai tá lá embaixo, vai deixá-lo esperando?
Abri os olhos. Busquei Isaac no quarto escuro e o encontrei parado em pé ao lado da porta sorrindo. O fuzilei com os olhos.
- Você fez de propósito.
- Eu fiz. - Ele respondeu. - E funcionou, vem logo. - E simplesmente saiu do quarto.
Forcei novamente meu corpo a se levantar e funcionou dessa vez. Com muito custo me arrastei até o banheiro, então lembrei que minha escova de dentes não estava ali e retornei ao quarto para pegar minha necessaire na mala.
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O anjo que me amou
RomanceAngel é uma médica solitária que possui apenas o trabalho como objetivo de vida. Ela não tem muitos amigos, apenas um namorado chamado Henry, um inglês muito charmoso que ela não sabe se gosta ou se odeia. Entretanto, Angel se vê completamente sozin...