– Vocês já podem ir para a casa. – Doutor Clarke falou após me entregar o atestado e assinar a minha alta.
– Muito obrigada, doutor. – Agradeci e desci da cama. – Nossa, eu tô sem sapatos. – Comentei assim que pisei no chão.
– Acho que consigo um pra você, senhorita. – O médico falou.
– Na verdade, doutor – Logan o interrompeu ao se levantar da poltrona – pode conseguir um pra mim?
De início foi confuso, mas assim que mirei os pés dele, não pude resistir e caí na gargalhada.
– Muito engraçado, Angel. – Ele falou com o semblante completamente fechado.
– Já volto. – O médico falou e foi perceptível que tentava não rir como eu fazia.
– Só você pra me fazer rir, Logan. – Falei em meio aos risos e tentando me recuperar.
Me encostei na cama rapidamente quando senti uma latência na minha cabeça. Respirei fundo para me acalmar da gargalhada e como não obtive muito sucesso, forcei minha mente a se lembrar de quando um policial apareceu aqui uma hora atrás. Isso foi tiro e queda, parei de rir na hora.
– Você tá bem? – Logan perguntou ao se aproximar e eu acenei negativamente com a cabeça.
Logan me ajudou a me sentar na cama novamente e com certa dificuldade ele se abaixou para calçar as pantufas nos meus pés. Teria sido uma cena muito fofa e engraçada de se apreciar se eu não estivesse repassando a entrevista com o policial na minha cabeça.
Ele apareceu no hospital para pegar meu depoimento e o de Logan, então relatei desde o momento em que ouvi as panelas até quando perdi a consciência. Nesse momento o depoimento de Logan começou e eu não pude deixar de me chocar com cada palavra dita por ele.
Depois disso contamos sobre o dia da festa da fogueira em que ela apareceu e eu percebi que estava drogada. Logan mostrou as mensagens de texto que recebeu dela antes de entrar em coma, durante e depois, – essa parte eu não sabia, mas ainda assim não foi uma grande novidade, era bem previsível – e as que recebeu hoje dela se desculpando loucamente antes de ser pega pela polícia.
Por fim o policial falou que ela provavelmente seria internada em uma clínica de reabilitação, então ele se foi e eu chorei de desespero. Logan ficou na cama abraçado comigo até o médico retornar para uma última checagem, momento em que eu já me sentia mais calma por fora, porém ainda conturbada por dentro, como estava nesse exato momento.
– Estaremos seguros em casa agora. – Logan falou ao se levantar e apoiar os braços na cama a minha volta. – Me desculpa por não ter conseguido te proteger.
Coloquei as mãos em volta de seu rosto e pedi:
– Não se desculpe, Logan.
– Eu preciso.
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O anjo que me amou
RomanceAngel é uma médica solitária que possui apenas o trabalho como objetivo de vida. Ela não tem muitos amigos, apenas um namorado chamado Henry, um inglês muito charmoso que ela não sabe se gosta ou se odeia. Entretanto, Angel se vê completamente sozin...