Capítulo 13.2

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– E aí, cara. – Ouvi a voz de Kevin e logo ele surgiu da trilha no meu campo de visão.

– Ouviu quanto?

– O finalzinho. – Ele respondeu ao se aproximar de mim. – Você tá bem?

– Não. Não quero passar por toda aquela porra de novo.

– Relaxa, vamos dar um jeito nisso. – Kevin colocou uma mão no meu ombro e sorriu.

– Como ela sabia que estávamos aqui? – perguntei.

– Alguém deve ter feito check-in no facebook. Enfim, fica tranquilo, irmão. E vamos tentar ser mais discretos nas próximas vezes.

Sorri para o meu amigo.

– É agora que você vai me falar sobre a gata americana? – Ele perguntou e eu ri.

– Não tem muito pra saber, ela é minha cunhada. – Um poço de desânimo me invadiu nesse momento.

– QUÊ?! Impossível que o engomadinho do seu irmão pegou uma gata daquelas.

– Pois é, nem me fale. – Bufei.

– Ahhhhh, saquei. – Kevin riu. – Tá a fim da gata, não tá?

– Óbvio, né? – Revirei os olhos, mas não pude conter um sorriso.

– Óbvio demais. E se me permite dizer, ela não gostou muito de ver você saindo com a Zoe.

O encarei buscando qualquer resquício de que isso fosse uma brincadeira de muito mal gosto, mas não encontrei.

– E vamos combinar, irmão, – Kevin prosseguiu – quem é que sente frio em frente a uma fogueira gigante daquelas? A gata tá na sua. – Ele voltou a rir.

– Não faz isso comigo, desgraçado. – Pedi já cheio de esperanças.

– Então ela é a nova Jully?

– Não a compare com a Jully. – Perdi o riso na hora. – Jully era uma vadia que só começou a namorar com meu irmão por interesse, e eu só fui atrás dela pra dar o troco no Henry por ele ter roubado minha última garota. Jully era mesquinha e interesseira, foi fácil demais fazê-la abrir as pernas. Angel não é assim.

– Eita, calminha aí, irmão. – Kevin ergueu as mãos em sinal de rendição. – Só fiz a comparação porque Angel é a garota do seu irmão assim como a Jully foi, só isso. Já percebi de cara que ela é uma mulher muito foda, diferente da Jully que era uma vagabunda.

– Pois é, a Angel é maravilhosa então nunca mais diga isso. – O fuzilei com os olhos.

– Caralho, tá gamado mesmo, hein. – Kevin riu ao abaixar os braços.

– E não é pelo fato de ela ser namorada do Henry, não tem nada a ver, é só que... – Me perdi nas palavras por um tempo e demorei a encontrá-las. Suspirei. – Angel estava lá quando eu acordei do coma, foi a primeira pessoa que eu vi.

– O quê? – Kevin arregalou os olhos.

– Sim, ela estava lá e foi como se eu estivesse esperando ela chegar pra acordar. Foi assim que me senti, não dá nem pra explicar porque é estranho demais...

– Cara, isso é estranho mesmo. Quase mítico. – Kevin parecia analisar a situação e não pude evitar um riso.

– Sim, é exatamente essa a palavra que eu procurava. Eu não sei explicar, só sei sentir. Eu virei um puta emocionado do caralho. – Reclamei ao final.

Kevin começou a rir abertamente de mim e revirei os olhos.

– Filho da puta. – Xinguei.

– Vamos voltar logo que a sua garota tá com frio, garanhão. – Ele permaneceu rindo enquanto se dirigia à trilha, era um filho da puta mesmo.

O anjo que me amouOnde histórias criam vida. Descubra agora