25. ℛℯ𝓉𝓇ℴ𝓊𝓋𝒶𝒾𝓁𝓁ℯ𝓈 𝒟𝓊 𝒫𝒶𝓈𝓈ℯ́

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Ártemis se virou completamente, ficando de frente as duas figuras a frente, os encarando com as sobrancelhas arqueadas pelo inesperado reencontro, alternando seus olhos azuis cristalinos para o seu chefe e para o menor, Misha, cujo pensou ter desaparecido ou morrido, no pior dos casos.

— Misha...

Ela sussurrou, dizendo seu nome primeiro em uma voz trêmula, cheia de nostalgia e choque. Seu corpo parecia entrar em curto-circuito. Misha estava em sua frente, porém, por outro lado, tinha Zitrus.

Estudando melhor o mais novo, Ártemis percebia que ele estava um pouco diferente, mas ainda parecia a mesma criança que ela havia conhecido há anos atrás, considerando-o como seu querido irmão mais novo. Ele tinha seus cabelos brancos, sua pele estava mais branca, pálida, com seus olhos incrivelmente azuis, cílios longos e usava uma prótese em um de seus braços, substituindo aparentemente uma parte de seus membros — algo que deixou a garota um pé atrás, o que será que ele enfrentou após sua partida?

— Irmã! Irmã Ártemis! — Misha a chamava com um sorriso em lábios, porém, os olhos da vampira estavam arregalados. Ela já havia se perguntado o porquê dele não estar com Vanitas, mas era um tabu oculto entre eles, no fim, nenhum dos dois ousavam tocar neste assunto desde que se viram.

Apesar dela saber que Moreau havia perguntado sobre e Vanitas congelar. O que havia acontecido? Sua cabeça tinha várias perguntas.

— Eu... — Ártemis tremia suas mãos atrás do corpo, apertando seus olhos entre os dois, querendo entender o que acontecia. — Como? Por que...

— Minha Ártemis, pensei que pularia nos braços de seu irmãozinho. — Zitrus falou cínico, fazendo a jovem feiticeira finalmente fixar seus olhos em algum dos dois, focando em parecer mais séria em sua presença.

Zitrus era um homem de cabelos negros longos, com uma franja que caia sob sua testa, mas não impedia de observar seus olhos cinzas que lhe dava calafrios, além dele deixar em um rabo de cavalo amarrado baixo e caindo sob os ombros. Suas roupas eram como se fosse de nobre, porém, sua alma era a mais podre que a feiticeira conhecia.

Ela já trabalhava para ele há um tempo, porém, isso não impedia seus sentimentos.

Ela tinha medo dele.

— Zitrus. — Chamou Ártemis o nome do homem, soando mais fria do que acostumada desde sua chegada em Paris, voltando as suas origens e modos de fala quando estava na organização. — Por que Misha está com você?

Olhou séria, com uma áurea pesada. O moreno gargalhou alto, e o mais novo, apenas encarava.

— Não faça coisas estupidas, minha Ártemis. — Ameaçou com um olhar frio, arrepiando a garota que se forçou a não encolher o corpo, apenas continuar firme em meio àqueles olhos. — O pequeno Misha queria te ver, além disso, nada me impede de ter ligação com ele. Aliás, queria aproveitar para perguntar... Por que não foi até mim quando chegou em Paris? Tive que saber pelo Félix, saiba que fiquei magoado.

Fingiu tristeza com uma mão no peito, apesar de seu sorriso tão irritante no rosto.

Ártemis revirou os olhos e sorriu ardilosa, não indo para trás, estufando seu peito em coragem.

— Esqueci. — Respondeu friamente com um sorriso sádico.

Não iria fraquejar. Pensou. Ele era perigoso. Ele poderia acabar com ela. Será que era esse o certo? Enfrentá-lo agora? Não... talvez ela precisasse de tempo a mais...

Ela encarava o mais velho tanto que só sentiu Misha em seus braços quando ele pulou e a platinada o segurou para não ser derrubada, firmando seus pés no chão. Ártemis sorriu fraco para o mais novo. Era bom encontrá-lo novamente, mas não nesse contexto bizarro que passava.

𝐁𝐔𝐓𝐓𝐄𝐑𝐅𝐋𝐈𝐄𝐒 - Vanitas no CarteOnde histórias criam vida. Descubra agora