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"Um contrato entre feiticeiros era comum no passado, mestres e alunos com mesmos objetivos confiavam um nos outros. Porém, com o tempo, foi se transformando, deixando de mestre-aluno para uma relação de mestre-escravo, onde o mestre controlava a mente do assinante, forçando a agir com a vontade de sua própria autoridade.
Devido a problemas no decorrer dos séculos, um contrato desses foi proibido.
Entretanto, registos apagados deixam a dúvida se foi realmente extinto, e alguns novatos acabam caindo nessa armadilha"
Seus pensamentos eram meras nuvens em um dia de um gigante redemoinho.
Ártemis era uma idiota no passado, sabia disso, não conhecia a perversidade de um humano com poder em mãos. Acreditando nas palavras doces na época que a persuadiu e a fez aceitar um acordo tão injusto, mesmo já desconfiando do próprio por se apresentar quando fora sequestrada.
Ela acreditou nele.
Se tornou uma marionete para Zitrus, dançando em seu show de horror.
Matando, roubando e infiltrando em missões nas quais desejava se esquecer.
Ela derramou sangue, mas ele não deixou só nisso, Zitrus às vezes pedia para Ártemis beber de seu sangue — algo que deixava a garota enjoada, além das fortes memórias que eram desbloqueadas de Unme e todo o vilarejo.
O quanto ela começou o odiar subiu drasticamente.
Quando a oportunidade de Paris surgiu, como férias temporárias, não pensou duas vezes. Longe dele, poderia explorar e investigar seu clã, poderia achar uma maneira que se livraria dessa maldição e viveria livre novamente, ou pela primeira vez na vida, como quando encontrou Vanitas naquele dirigível. Foi uma oportunidade única.
Agora, Ártemis se encontrava de pé, ao lado de Zitrus, com olhares arregalados de Noé, e um semblante desacreditado de Vanitas, que processava tudo e deixava a platinada com um aperto ainda mais em seu coração. Mikhail era apenas sorria com a vista enquanto a própria feiticeira se perguntava como ele conseguia sorrir nessa situação. Como ele poderia mudar?
— Se aquiete e relaxe. — Mandou Zitrus em voz baixa para ela, Ártemis o encarou de canto, sentindo seu corpo mais tenso em apenas ouvir sua voz. O moreno deu um sorriso de canto enquanto percebia a linguagem corporal de sua protegida e seus olhos estarem concentrados no humano que os encarava apertando o punho, sem contar com o próprio Mikhail, que se concentrava na expressão do vampiro platinado e na do seu irmão. — O seu monsieur não para de olhar para cá, seja uma boa garota.
