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Acordo no dia seguinte com alguém me apertando e me abraçando. Demorei alguns segundos pra poder reconhecer o que estava acontecendo: era Lucas, e estávamos de conchinha. Tentei me afastar sem tentar acordá-lo, mas foi sem sucesso.

- Não, amor. Fica aqui mais um pouco, tá tão gostosinho assim.

- Lucas, eu preciso levantar. Tenho escola hoje, esqueceu? Tu ainda tá suspenso, mas eu não.

- Tá bom, chato. - ele me solta e faz uma cara triste. - Posso ganhar pelo menos um beijo?

- Só um. - dou um beijo nele e me levanto.

Eram 6:20h da manhã quando levantei, fiz minha higiene e fui tomar café. Enquanto fazia o café, acabei me esquecendo da minha inscrição pra bolsa. Tinha feito a prova, conversado com o diretor, mas ainda não tive retorno. Pego o telefone e vejo se havia chegado algum email do tal colégio.

Talvez eles não me queiram lá... – Penso pessimista.

Tentei afastar meu pensamento disso e fui pegar uma xícara de café. Lucas saiu do quarto de calça e sem camisa, e com uma cara amassada de sono.

Nossa, eu nunca tinha reparado que ele tinha se tornado um tremendo de um gostoso... – penso olhando ele de cima a baixo.

– Vai ficar só olhando? – diz ele passando a mão no cabelo.

Abaixo a cabeça e dou um gole do café.

– Ah, lá. Fica vermelho não. Eu sei que eu sou gostoso. – diz ele rindo.

– Sai, Lucas! Você não é nada disso... – termino meu café e vou até meu quarto pegar minhas coisas.

Lucas vem atrás de mim, me abraçando por trás. Sinto seu pau duro me roçando, e peço pra que pare, porém, aquilo também estava me excitando.

– Lucas, p-para. Agora não... – falo enquanto ele passa a mão por debaixo da minha camisa.

– Pedro, quando um não quer, dois não fazem. E me parece que você tá gostando sim. Seu amigo aí embaixo tá te contrariando. – ele fala no meu ouvido e mordisca meu lóbulo da orelha.

Meu telefone toca, me fazendo sair do transe que estávamos. Me soltei dele e fui até o telefone atender.

– Alô?

– Oi, bom dia. É o senhor Pedro que está falando?

– Bom dia. Sim, é ele quem fala. O que deseja?

– Ah, sim. Então, aqui é a Carla, secretária do seu futuro colégio, gostaria que sua mãe e você viessem aqui, pois o diretor gostaria de conversar com vocês.

– A-ah, sim. Quando poderíamos ir aí?

– Deixa eu ver aqui... Poderia ser hoje à tarde, mais precisamente às 15:00h?

– Claro que sim. Sem problemas nenhum.

– Ok, então. Até mais tarde, senhor Pedro.

– Até.

Desligo o telefone e vou pegar minha mochila.

– Pra quem tá esperando uma surra do irmão tá bem calmo, não?

– Ele não vai me bater, só vai me dar uns esporros e depois vai esquecer. – diz ele sentado no sofá.

– Aham, sei. E vambora que eu tô atrasado. Muito atrasado. – falo pegando o telefone e terminando de arrumar o cabelo no espelho.

Eram 6:55 quando olhei no relógio.

– Ok, já tô indo, chato. – ele coloca a blusa e calça o tênis.

Estávamos indo em direção ao ponto de ônibus e do nada ele me dá um beijo.

– Mas o que foi isso?! – falo meio sem ar e envergonhado.

– Isso é pra provar o quanto eu te amo. – ele diz segurando meu rosto, me olhando nos olhos.

– ... – Nada disse naquele momento pois ainda estava muito atordoado e confuso.

– Ok, vamo logo. Daqui a pouco tu perde teu ônibus e depois a culpa é minha. Vamo! – ele pega na minha mão e chegamos no ponto e o ônibus já tava lá.

Depois de entrar e sentar, vejo que ele me me mandou uma mensagem:

"e não se esquece: te amo um montão"

Aquelas palavras aqueceram meu coração, mesmo não sentindo o mesmo por ele. Será que deveria ser franco e claro com ele? Ou só deixo rolar? Li, mas não o respondi. De novo.

O Contrário de Mim (romance gay) [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora