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– Ahn? Quê? Sophia? – falo bocejando.
Alguém desliga o despertador? – Yago fala com a cara afundada no travesseiro?
– MEU DEUS, QUE SAUDADE QUE EU TAVA DE VOCÊ! NOSSA, TENHO TANTA COISA PRA TE FALAR, TE MOSTRAR E... por quê você tá com a roupa do Yago? Meu deus... Vocês transaram? – fala ela colocando a mão na boca.
– Ok, sai Sophia. Deixa a gente dormir. – Yago levanta e vai empurrando a irmã até a porta – Cê fala pra caralho e não deixa a gente nem pensar direito. Depois vocês conversam.

Observava tudo, sem falar uma palavra. Estava em choque com tudo aquilo.

– Desculpa pela minha irmã. Sabe como ela é, né? – ele fala voltando pra cama e se cobrindo de novo.
– Eu só tô sem palavras...
– Relaxa, ela já tá meio que acostumada. Lá na Nova Zelândia, nós dividimos a mesma casa, era comum ela ver algumas pessoas saindo do meu quarto. E bom, era rotineiro o contrário também...
– Meu deus... - Estava em choque, porém, não surpreso. Yago sempre foi de pegar muitas pessoas. - Vocês pelo visto não mudaram nada, né? 

– Ah, você sabe que eu sempre fui assim, mas agora eu tô mais sossegado. - Ele se aproxima de mim e me dá um selinho. Me afasto dele, lembrando que eu saí de casa sem dar nenhuma a ninguém.

– Puta que pariu, Yago... Tenho que ir pra casa. - saio da cama procurando minhas roupas, mas lembrei q ele tinha as sujado n noite anterior. 

– Calma aí, Ricardo. Relaxa. Ainda são 9:00h da manhã. Você tem o dia inteiro pra resolver isso. Além do mais, Sophia não vai deixar você ir embora sem dar explicações a ela. 

 – Tá bom, então. Eu fico mais um tempo aqui. - sento na ponta da cama, perto dele - Mas eu tô com fome. Vamo pelo menos comer algo. – Ele deita na cama, de cara no travesseiro.

– Temos que ir mesmo? – Ele resmuga no travesseiro – Todo mundo já te conhece, não precisa ter vergonha.

– O problema, Yago, não é vergonha. Não quero que pensem que a gente transou. Emesmo se eles não pensassem essas coisas, não quero passa uma má impressão.

– Ah, tá bom, senhor Fresco. Eu desço contigo pra comer algo. Só deixa eu colocar pelo menos uma bermuda.

E lá foi ele colocar uma bermuda. E sim, ele dormiu comigo de cueca. Quando descemos, a sala já estava com algumas malas, provavelmente de Sophia.

– Porra, cara – Yago tropeça em uma mala – Sophia tem organização nenhuma.

– Eu até ia subir as malas, mas eu fiquei chocada quando vi vocês dois dormindo na mesma cama. Ainda estou em choque. – disse Sophia da cozinha, tomando café.

– Ah, não é bem assim, né, Sophis? Eu só vim pra cá porque seu irmão é um perturbado e insistiu pra eu vir e dormir aqui. – falei me sentando a mesa.

– Aham, sei. Enfim, já tô de saída. Mamãe e papai não vão vir agora, irão ficar lá por mais um tempo.

– Ah, normal. Já estamos acostumados, né? – disse Yago pegando uma xícara de café.

Enquanto eles falavam sobre os pais, aproveitei pra tomar meu café, pois estava morrendo de fome. Aproveitei também e peguei meu telefone e vi algumas mensagens. Felizmente, não havia nenhuma.

– Enfim, já tô indo. Beijos pra vocês. – disse Sophia indo em direção a porta – E Ricardo, vê não some.

– Tchau, Sophia. – disse Yago meio hostil. – Uh, às vezes minha irmã me dá nos nervos.

– Também não é pra tanto, né? É o jeito dela. – pego uma torrada e passo geleia. – Além do mais, vocês dois são parecidos.

– Nós, parecidos? – Yago dá uma risada irônica –Mas eu não fútil igual a ela.

– Ok, então... – peguei minha xícara de café e dei um gole – Se você acha isso, quem sou eu pra discordar, né?

– Agora que minha irmã saiu, bem que a gente podia fazer uma coisa... – ele me olha mordendo o lábio inferior e com um sorrisinho de canto.

– Ahn, tipo o quê? – deixei meu café de lado e me fiz de desentendido.

Ele chega mais perto de mim, quase me beijando. Tomamos um susto quando meu celular toca. Era meu pai. Atendo-o imediatamente.

– O-oi, pai. Sim, tá tudo certo. Onde eu tô? Tô na casa do Yago. Uhum, daqui a pouco tô aí então. 'Té mais. Tchau.

– O que aconteceu? Você parece preocupado...

– Ah, nada. Meu pai quer falar comigo urgentemente. Tenho que tá lá daqui uns 10 minutos.

– Ah, sim... – disse ele num tom triste – Quer que eu leve você até lá?

– Não precisa. Eu pego um Uber. – abro o aplicativo no telefone e colocando o endereço de casa.

– É sério. Eu te levo em casa sem problemas. Não quero que seu pai te dê uma bronca. Além do mais, sou bem apessoado, né? Ele não vai brigar contigo por estar comigo.

Depois de muita insistência, acabei deixando ele me levar em casa. Viemos conversando o caminho todo, relembrando alguns micos que ele passou lá na Nova Zelândia. Chegamos na porta da minha casa em menos de 15min.

– Viu, cabeça dura. Se tu viesse de uber, eles iam te cobrar caríssimo e ainda ia chegar aqui mais tarde.

– Obrigado, Yago. Obrigado mesmo. – tiro o cinto de segurança.

– Ah, não me agradeça. Amigo é pra essas coisas, né?

Ficamos por uns segundos num silêncio quando ele me puxa pra um beijo. Tentei resistir, porém, acabei me entregando. Me lembrei que estávamos em frente da minha casa e me afastei. Era perceptível a sua excitação.

– Desculpa, desculpa... Não quis fazer isso... – disse ele envergonhado e vermelho que nem um pimentão.

– Não tem o quê pra se desculpar. Enfim, até mais.

Desço do seu carro e vou quase que correndo pra casa. Minha mãe e meu pai estavam na sala de jantar, tomando seus cafés.

– Ricardo, é você? – meu pai pergunta, após ouvir a porta se fechar.

– Sim, sou eu. – estava nervoso, parecendo que meu coração iria sair pela boca.

– Pois venha aqui. Quero te perguntar uma coisa.

Me dirijo até onde eles estavam. Minha mãe estava com fone e meu pai estava lendo o jornal.

– Vou ser direto: o Yago é algo seu? Digo, além da amizade?

O Contrário de Mim (romance gay) [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora