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– Sim, Lucas. Tô bem, apesar do soco que levei. – falei passando a mão na minha barriga. – Espero que não fique roxo ou marcado.
– Ah... – ele beija minha barriga, me deixando arrepiado. – Pronto, agora vai sarar.
– Já sarou... – dou um beijo na bochecha dele. – Lucas, muito obrigado pelo o que você fez no colégio. Eu sei que queria fazer isso há muito tempo, mas não queria que você se machucasse ou fosse expulso.
– Pedro, eu ia fazer isso com ele cedo ou tarde. Só não fiz pior porque você não deixou eu fazer. E além do mais, eu iria fazer isso mesmo se a gente fosse amigo. Ele já tava me estressando com tudo aquilo que ele dizia. – Lucas tirou o gelo.
– Quer ir embora? Já não tô mais com clima pra ficar aqui... – falei pegando minha mochila.
– E vamo pra onde, doido? – ele pergunta, pegando a mochila.
– Podemos ir lá pra casa, já que minha mãe não vai tá lá essa hora. Aproveitamos e almoçamos e ficamos a tarde lá. E se você quiser, pode dormir lá e amanhã vamos juntos pro colégio.
– É uma boa ideia, mas antes, temos que passar lá em casa pra poder pegar umas roupas.

Lucas pegou sua mochila e fomos embora. Passou na sua casa e pegou algumas roupas e fomos pra minha casa. Como tinha dito, minha mãe já não estava em casa, provavelmente tinha ido trabalhar. Ficamos um tempo conversando sobre coisas aleatórias quando a fome bateu. Já era 13:45h e fiz um almoço rápido.

– O que cê tá fazendo aí, Pedro? Mo cheiro bom... – disse Lucas com os cabelos molhados. Provavelmente tinha tomado banho.
– Só tô fazendo um arroz e frango, nada de mais não. – falei, deixando as panelas de lado pra falar com ele.
– Mas tudo o que vem de fazer nunca é nada demais. – ele me olha e dá um selinho. – Além do mais, a comida tá cheirando bem mesmo.
– Eu posso não ser uma Paola Carosella, mas sei dar meus pulos. – falei voltando as panelas e desligando o fogo. – Se quiser almoçar agora, pode vir. Já tá pronto.
– Opa, é agora que eu mato minha fome, mas se bem que eu queria comer outra coisa... – ele fala e dá uma piscadinha pra mim.
– E-então, vou tomar um banho... – falei visivelmente envergonhado. Sentia meu rosto queimar.

Saí da cozinha quase que correndo e fui direto pro banheiro. Fechei a porta e tirei todo o ar que tava preso nos meus pulmões. O clima estava agradável, nem tão quente nem tão frio, mas coloquei o chuveiro na posição quente. A água quente caindo na minha pele me fez relaxar e eu só fechei os olhos, pensando nos últimos momentos que passei.

Nunca imaginei que iria conseguir entrar pra fazer a prova do colégio que eu queria, começar a namorar com meu melhor amigo, apanhar dentro do colégio, conhecer Ricardo... Ricardo... Nunca pensei que iria conhecer alguém como ele. Ele parecer ser tão legal, gentil, atencioso... – de repente sou tirado dos meus pensamentos, com Lucas batendo na porta.

– Pedro, tá tudo bem? Você tá aí um tempão já...
– Tô sim, já tô saindo...

Fecho o registro da água, me seco e vou pro meu quarto trocar de roupa. Entro no quarto com a toalha enrolada na cintura quando tomo um susto com o Lucas já deitado na minha cama.

– Mas você é abusado, hein. – falo indo pegar uma cueca limpa no armário. Fico de costas pra ele e tiro a toalha, colocando a cueca. Sim, tínhamos esse nível de intimidade.
– A bundinha branca e redondinha...
– Nem vem, só vamo transar depois do casamento. Sou um homem pra casar... – falo deitando na cama.
– Ah, pra casar, né? Peraí que vou arrumar isso agora.

Ele pegou uma folha de papel e fez dois anéis improvisados e colocou um no meu dedo.

– Pronto, agora somos marido e marido. Quando vamos transar? – ele pergunta vindo pra cima de mim.
– Lucas, eu ainda não tô pronto. E você sabe disso. – falei olhando nos seus olhos – Quando eu tiver pronto, vamos transar sem maiores problemas ou preocupações.
– Ok... – disse ele com um ar de decepção.

Me levantei e fui colocar uma camisa e uma bermuda pra eu ficar confortável.

– E então Pedro, pronto pra prova amanhã? – Lucas me pergunta, entrando no quarto com um copo d'água.
– Sim, tô muito ansioso. Pelo o que eu andei pesquisando, a prova é super difícil e tem tudo do ensino fundamental e parte do 1º ano do médio. – falei, indo pra sala almoçar.
– Mas você vai conseguir passar. Você é o nerd mais nerd que eu conheço. Eu que não passaria. A burrice já tá enraizada em mim. – ele fala terminando de tomar a água.
– Ah, não é assim também, né? Se você se esforçasse um pouco, você teria notas melhores no colégio.
– Preguiça disso... Quando eu for um carateca famoso, não vou precisar mais estudar. Cê vai ver só.

Lucas sempre me disse que queria ser um carateca, incluindo lutar nas olimpíadas. Depois dessa nossa conversa, fomos dormir. Nossa manhã já tinha sido agitada demais. Acordei com a minha mãe batendo na porta do meu quarto. Nem percebi que tava dormindo de conchinha com Lucas. Me levantei sem acordá-lo e fui falar com a minha mãe.

– Filho, o que aconteceu? Seu diretor me ligou falando que você e o Lucas tinham se envolvido numa briga... – diz ela preocupada, tirando os tênis.
– Ah, o Thiago, mãe. Ele veio tirar uma com a minha cara, mas o Lucas veio e bateu nele. – fui até a geladeira e peguei um copo de suco – Ah, e o Thiago foi expulso.
– Mentira? Se bem que a índole daquele garoto nunca foi uma das boas...

Ficamos conversando um tempo até que o Lucas levanta com a cara amassada de sono.

– Acordou, Belo Adormecido?
– Não enche, Pedro. Eai, tia?

Minha mãe acena pra ele e dá um oi.

– Pedro, tava pensando aqui – diz ele se virando pra mim – vamo sair hoje?
– Ah – minha mãe disse da cozinha – melhor não. Amanhã ele tem prova e tem que chegar cedo lá, né Pedro?
– Sim, verdade – concordo com a minha mãe – Além do mais, temos que ter mais cuidado. Não sei se o Thiago é um psicopata e vai querer matar a gente na rua, sei lá.
– Verdade. – ele me dá um selinho – Se quiser, então, podemos pedir um delivery e a gente pode ficar aqui, assistindo um filme ou qualquer outra coisa. Cê quer também, tia?
– Se você pagar, até injeção na testa. – minha mãe diz, rindo no final.

Já eram quase 20:00h quando pedimos nosso delivery e ficando vendo filme. Quando o filme terminou (lá pelas 22:30h), já estava cheio de sono e chamei Lucas e minha mãe pra dormir.

– Mãe, Lucas e eu estamos indo dormir. Vem, Lucas – puxei ele pelo braço, até chegar no meu quarto.

Escovei os dentes e fui deitar pra dormir.

Que eu consiga passar nessa prova amanhã... – penso e acabo dormindo.

O Contrário de Mim (romance gay) [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora