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- Primeiro, por que você pegou meu telefone? - pego meu telefone da mão dele.
- Tá escondendo algo de mim? - ele pergunta, em tom de raiva.
- Mesmo se eu tivesse algo a esconder, isso é problema meu e só meu. Além do mais, Ricardo é um colega do colégio. Ele me apresentou o colégio e me chamou na DM esses dias.
- Eu não gosto dele. Ele tem algo estranho.
- Ciúmes agora? - pergunto, olhando pra ele.
- Ué, uma pessoa de chama na DM e você não quer que eu tenha ciúmes? Ainda mais esse daí... - ele fala, se acalmando.
- Então você não confia em mim? Porque, pra mim, ciúmes é sinal de insegurança. - falo indo pegar uma cueca na mochila.
- Não exagera, Pedro. É claro que eu confio em você, é que sei lá...
- Vou deixar algo claro pra você: se algo estiver te incomodando ou me incomodando, eu falo com você ou você vem falar comigo. Ok? - falo, enquanto troco de roupa na frente dele.
- Ok... - disse ele, não muito contente - E que bundinha linda a sua, hein - ele dá um tapão forte, deixando a marca da sua mão nela.
- AI, LUCAS! NÃO É VOCÊ QUE FICA ROXO, INFERNO! - grito, vendo o vermelho da mão dele no espelho.
- Desculpa - ele ri e me puxa pra perto - não foi a minha intenção. Pelo menos eu deixei a minha marca.
- Olha, - pego um short confortável, pra ficar em casa mesmo - só não te dou outro tapa pq eu não tenho força. Além do mais, vamo comer logo porque eu tô com fome.

Almoçamos e ficamos o resto da tarde conversando e jogando vídeo game. Mais tarde, fomos a uma lanchonete.

- Nossa, meu lanche tá mó bom... - falei com a boca cheia - Desculpa por isso...
- Não, Pedro. Eu que devo te pedir desculpas. Não devia ter mexido no seu telefone... - disse ele um pouco pra baixo
- Olha - limpo a boca com um guardanapo e olho pra ele - já passou, ok? Não precisa ficar se martirizando por causa disso não. Eu te perdoo, mas espero que isso não volte a acontecer, ok?
- Tá bom, amor. - ele pega a minha mão - Não vai se repetir. Só quero que seja claro comigo, tá bom?
- Tá bom. Agora vamos comer porque tamo falando demais já.

Terminamos de comer e fomos embora. Ficamos um tempinho conversando e acabamos dormindo. Dormimos na mesma cama, já que ele fez questão que ele dormisse comigo. No dia seguinte, acabei acordando mais cedo, por volta das 6:20 da manhã e eu acabei dormindo de conchinha com ele. Não estava acostumado a dormir assim.

Me levantei rapidamente e acabei acordando ele.

– Pedro – disse ele coçando o olho – que porra é essa?
– Cara, são 6:20 da manhã. Temos que nos arrumar pra ir pro colégio. – falo enquanto me arrumo.
– Ah, tá bom... Ir pro colégio 6 da manhã é foda, viu... – ele se levantou indo em direção ao banheiro.
– Eu sei que é, mas é a nossa vida. Além do mais, amanhã tenho a prova pra eu ir pra outro colégio. – pego minha escova de dentes e entro no banheiro junto com ele pra escovar meus dentes.
– Tá ansioso? Porque eu estaria uma pilha de nervos... – ele fala enquanto faz as suas necessidades.
– Tô, né. Mas graças a você, tô mais relaxado, sabe? – termino de escovar meus dentes e vou calçar meu tênis. – Tô pronto, já.
– Ok, aguarda uns 20min aí porque eu ainda vou tomar banho. Não sou igual a tu não, porco. – ele diz pegando uma toalha.
– Eu não sou porco. Quando eu chegar em casa eu tomo banho, ué. Porco é você querendo me abraçar quando você fazia jiu-jitsu.
– Pode parando porque eu sei que tu gostava.
– Lucas, vai logo tomar banho!

Chegamos um pouco atrasado por causa do bonito do Lucas decidindo qual calça ele ia usar hoje. Subimos e ficamos na aula de física. O tempo todo ele me mandava bilhetinho dizendo coisas melosas. Quando percebi, já era hora do intervalo. Lucas foi resolver umas coisas na secretaria e já tava voltando quando Thiago veio atrás de mim.

– E aí, bichinha? – fala Thiago perto de mim e finjo não escutar. – O veadinho vai se fazer de surdo agora? – ele pega e aperta meu braço.
– Me solta, Thiago. O que eu fiz pra você, hein? – falo e sinto ele apertar mais o meu braço.
– É que pessoas como você me dão nojo. – ele fala e acaba me dando um soco no estômago. Cambaleio e me encosto na parede.

De repente um monte de gente começa a vir pra o que estava acontecendo.

– Você devia se envergonhar, seu viadinho de merda. – ele me dá um soco no rosto.
– MAS QUE PORRA TÁ ACONTECENDO AQUI? – Lucas vem saindo pela multidão.
– Ah, que bom. Veio a outra bichinha também. Certeza que você come ele tamb-

A fala de Thiago é interrompida na hora quando Lucas acerta um soco nele, fazendo ele cair.

– Bora, Thiago. Tu não é o machão? Levanta aí...

Thiago, foi tentar socar ele, mas foi em vão. Lucas dá outro soco e começa a socar Thiago já no chão.

– NUNCA MAIS VOCÊ SE METE COM MEU NAMORADO, TÁ ME ENTENDENDO?
– LUCAS, PARA COM ISSO! – falo enquanto tento tirar ele de cima de Thiago. – ISSO NÃO VAI DAR EM NADA!
– ESSA É A ÚLTIMA VEZ QUE ELE VAI ENCOSTAR EM VOCÊ, PEDRO!

A blusa de Lucas acabou ficando com sangue do Thiago, assim como seus punhos. O diretor chegou depois e acabou colocando nós 3 pra diretoria. Ele primeiro chamou Lucas e Thiago pra conversar. Conseguiram tirar Lucas de cima dele a força. Pegaram gelo pra poder ajudar a parar de sangrar o nariz de Thiago.

A essa hora, já estava a flor da pele e acabei mandando mensagem pro Ricardo, porém, ele não me respondeu.

– Pedro, entre. – o diretor fala pra eu entrar.

Entro e sento na cadeira ao lado de Lucas.

– O que aconteceu aqui hj é caso grave. Caso policial deveria dizer. Como pode dois adolescentes educados saírem no soco como se estivessem um ringue de luta? – ele fala já com um pouco alterado.
– Desculpa – começo a falar – mas eu já cansei de vir aqui na diretoria e falar com os inspetores que o Thiago tava fazendo bullying comigo. Quando o grave aconteceu você resolveu fazer algo? – falo um pouco nervoso.
– Veja bem, mas sempre chamávamos ele aqui, mas ele sempre falava que vocês estavam bem, que até tinham virados amigos.
– Meu deus, como assim? Ele me xinga diariamente e você acha mesmo que eu ia ser amigo desse animal? – respondo irritado. – Meu namorado só me defendeu porque vocês não fizeram nada, esperaram o pior acontecer pra fazer algo.
– Olhe bem o jeito que você fala comigo, Pedro. Eu não sabia que a situação era tão ruim assim. De qualquer forma, Thiago tá expulso do colégio.
– Meu deus, minha mãe vai me matar... – Thiago fala baixo.
– Antes pensasse em fazer esse ato tão covarde e preconceituoso. Lucas e Pedro, estão dispensados. Thiago, fique, pois sua mãe tá vindo pra termos uma conversa.

Lucas e eu saímos, ficando num lugar no pátio onde ninguém veria a gente.

– Pedro, você tá bem? – pergunta Lucas, com um pouco de gelo na mão direita.

O Contrário de Mim (romance gay) [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora