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Estava perplexo, e ao mesmo tempo, envergonhado.

- Não entendi a pergunta, pai. O que você quer dizer com isso? - perguntei, me sentando ao seu lado.

- Quero saber se vocês têm algo a mais ou se só são somente amigos. - ele me olhava sério, sem esperando uma resposta minha.

- Ah... - quando ia dizer algo, minha mãe me interrompe, tirando toda nossa atenção.

- Desculpem-me, mas estou atrasada. O dia hoje vai ser longo, com provavelmente uma audiência que vai começar daqui a pouco. - falou e pegou seu blazer e sua bolsa, junto com as chaves do carro.

- Ok, vá em segurança. - disse meu pai, agora focando no seu jornal.

Tomei meu café normalmente, e, curiosamente, ele não voltou mais no assunto. Fui para o meu quarto e tomei um banho rápido. Visto uma calça qualquer e a camiseta da escola, já pegando minha mochila e descendo as escadas. Falo com meu pai que já estava saindo e fui embora.

Estava atrasado. Saí correndo e fui para o laboratório de química.

- Bom dia, prof. Desculpe a demora. - falo entrando na sala.

- Você sabe que o horário é às 8:00. Na próxima, se houver no caso, é detenção. Pegue seu jaleco e sente-se. - disse ele.

- Cuzão - falei baixinho.

- O que disse, Ricardo? - ele olha pra mim, com seus óculos na ponta do nariz.

- Nada. Disse que eu tenho que fazer uma revisão. - engulo seco e dou uma risadinha sem graça.

- Ah, sim. Pensei que estivesse ouvindo coisas. Agora, sente-se.

Coloquei o jaleco e sentei-me nos fundos. Química, Física e Matemática nunca foi uma das minhas melhores matérias. Aquela 1:40h de aula foi maçante, que cheguei até ficar com um pouco de enxaqueca.

- Fala, perturbado. Tô te mandando mensagem um tempo já e você nem pra me dar um oi. Tava preocupado... - fala Léo me dando um susto e andando comigo até o pátio do colégio.

- Ah, não foi nada de mais não. Só tô com um pouco de dor de cabeça, talvez uma enxaqueca... - tentei desconversar.

- Sei, enxaqueca... Inclusive, queria te perguntar algo.

- Claro, fala aí. - disse sentando em um dos cadeiras da cantina.

- O que tá rolando entre você e o Yago? Porque, assim, tá todo mundo comentando.

Nessa hora, estava bebendo água quando me engasguei.

- Como assim, todo mundo? - quase gritei.

Estava meio em choque. Não sabia se confirmava ou se mentia, se bem, que não haveria razão pra mentir.

- Então, eu... Como posso dizer isso...

- Vambora, Ricardo. Você sabe que não precisa ficar de segredo comigo.

- Tá ok... - dou uma expirada - Nós ficamos sim, mas nada muito sério. - disse meio envergonhado.

- Poxa, cara. Tu devia ter falado comigo. Bem que tava achando estranho esse sumiço no fim de semana...

- Mas eu não passei todo o fim de semana com ele. E além do mais, quem tá espalhando tudo isso? - perguntei a ele, mesmo já sabendo a resposta.

- Adivinha? - ele me olhava com os braços cruzados.

- Filha da puta, cara. Eu pedi pra ela não contar pra ninguém. - passo a mão na cabeça.

- Bom, pelo visto, isso não funcionou... De qualquer forma, a merda já tá feita. - ele se levantou. - Vou até a biblioteca, nos encontramos na sala. Até mais.

- Até. - disse meio baixo e ele saiu.

Nossa, não podia acreditar que Sofia disse isso. Assim, por mais que eu não ligue pra isso, é um assunto pessoal meu, e eu não sei como Yago vai reagir a isso. Pego o meu telefone e mando uma mensagem pra ela.

- sophis, tá aí? - enviado e visto às 10:50

- oi, Rick, tudo bem? então, não posso falar agora, tô meio ocupada. - recebida às 10:50

- sem problemas, qr ir pra algum lugar? qro conversar cntg - enviada às 10:51

Depois disso, ela não entrou mais no aplicativo de mensagens. O sinal toca e tava com certa preguiça de continuar a aula, então, vou até um esconderijo meu dentro do colégio que eu conheço desde o 7º ano.

Sempre gostei da solidão. Por mais que eu tenha amigos e sempre em festas, a solidão pra mim sempre foi algo que eu sempre gostei.

Chego ao meu esconderijo, que é uma sala de aula desativada nos prédios ao fundo da escola, e fico lá esperando Sophia. Pego um cigarro mentolado e acendo, quando Sophia chega.

- Fumando, Rick? Isso faz mal à saúde... - diz ela chegando só com o celular na mão.

- É um bad habit que eu tenho. Fumar me acalma. - disse eu tragando.

- E diminui a sua estimativa de vida em 50 anos. - ela pega o cigarro e apaga ele - Além de te deixar com um cheiro horrível. De qualquer forma, não estou aqui pra falar dos seus péssimos hábitos. O que você quer falar comigo?

- Vou ser direto: foi você quem falou do seu irmão pra escola toda, não foi? - falo seco, olhando ela.

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Olá, pessoas, tudo bom? então, eu sei que eu quase não atualizo isso aqui, mas eu tô tendo um bloqueio criativo enorme e tô tentando voltar ao normal, tentando postar 1 capítulo por semana (ou até mais). espero que vcs curtam minha história, e dêem like e tbm me ajudem a divulgar, pois assim eu sei que tem gente me apoiando, ok? abraços, e feliz mês do orgulho LGBTQIA+ 🏳️‍🌈

O Contrário de Mim (romance gay) [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora