CAPÍTULO 11

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Os dedos de Mônica trabalhavam no ombro de Bestial fechando a pele que os dentes de Rebbeca romperam rápida e eficientemente, logo o corte estava fechado. Ela estava silenciosa e compenetrada no trabalho.
Bestial se sentia mal com tudo aquilo, o sofrimento de Rebbeca, o silêncio da casa, e com a indiferença de Mônica.
Ela terminou, foi ao banheiro deles lavou as mãos, voltou e tirou Bernie do berço.
Mônica se deitou com o filhote na cama, ela alisava os cabelos loiros dele, queria mostrar que não queria dormir com Bestial.
"Não quer que eu me deite aí, não é? Você acha que eu errei ao escolher te levar para o hospital e que Rebbeca foi parar na cabana de Dusky por minha causa." Ele disse cruzando os braços, seu peito doeu em expectativa pela resposta dela, mesmo sabendo que ela concordaria com ele.
Ela balançou a cabeça.
"Não. Eu só estou triste, Rebbeca está sofrendo com tudo isso, e eu não sei o que fazer." Ela parecia desamparada, Bestial sentiu a tristeza dela e quis tentar diminuir o pouco que pudesse.
"Mônica..." O que dizer nessa hora? Que ele sentia muito? Parecia pouco.
"Eu vou falar com Dusky." Ele disse saindo do quarto.
"Bestial." Ela chamou, ele se voltou.
"Amanhã. Deita aqui comigo, hoje já aconteceram coisas demais, vamos dormir." Ela pediu e antes que tivesse terminado, Bestial já estava deitado, o corpo a envolvendo. Ela tinha vestido um pijama, a calda estava solta, mas dentro de uma das pernas da calça do pijama. Ela a abraçou por trás, seu pau, é claro, endureceu, mas ele calou seus instintos, ainda que sentisse uma grande excitação.
Ela, porém, se encostou bem nele, pressionando a bunda contra sua virilha, Bestial rosnou.
"Mônica..." Ela se virou, olhou bem nos olhos dele, os olhos dela queimavam.
"Coloque o Bernie no berço." Ela comandou, Bestial mais que depressa obedeceu, ainda que tocou na bochecha rosada do filhote, o seu filhote.
Quando se virou para a cama, Mônica estava nua já, ele arrancou a roupa, e antes que fizesse qualquer coisa, a ajeitou de quatro e entrou por trás. Ela chiou, ele gemeu do fundo de seu peito. Sem preliminares, sem beijos, só o desejo primitivo de estar dentro dela, totalmente entalado, a buceta dela se esticou ao máximo para levá-lo. Ele se mexeu devagar, sondando, delirando com a sensação de estar apertado entre aqueles músculos. Era delicioso. Mônica o seguia, ela jogava a bunda para trás, para encontrá-lo, mas sem pressa, com firmeza, absorvendo o crescer do prazer a cada estocada. Ele ficou de joelhos, ela de quatro, só unidos pelas genitálias e pelas mãos dele que seguravam no quadril dela. Ele alisou a base da calda dela, Mônica pulou, isso despertou algo nela, Mônica começou a empurrar a bunda pra trás contra a pélvis dele com mais força, ele a atendeu. Logo estava entrando e saindo de dentro dela com força e rápido, o prazer o tomando de tal forma que ele rosnava, Mônica chiava, estavam quentes e suados.
Bestial apertou a bunda dela com força, segurou bem e aumentou ainda mais o ritmo, até que se sentiu dissolver dentro dela, ele fechou os olhos e só ele, Mônica e o prazer existiram pelos próximos segundos. Foram segundos, mas pareceram uma eternidade, ele desabou sobre ela, quando Mônica se deitou de bruços. Eles estavam presos. Bestial beijou a nuca dela, ela suspirou.
"Acha que podemos só dormir agora?" Ela perguntou, sua voz pareceu cansada.
"Não. Não sou capaz de parar." Ele foi sincero. A desejava com loucura, os dias em que ela ficou sedada foram difíceis e isso que eles não tinham compartilhado sexo antes, agora, ele não pararia.
Ele saiu de dentro dela, ela se virou, Bestial a cobriu com seu corpo e lhe tomou a boca. O desejo bateu forte.
"Eu te quero, Mônica." Ela sorriu.
"Eu também quero você." As palavras dela romperam qualquer barreira que ele pudesse tentar erguer para que ela descansasse.
No dia seguinte, ele acordou com Bernie se aconchegando ao corpo dele, ele estava deitado de costas com o corpo de Mônica deitado de lado sobre um lado de seu corpo. Bernie se deitou do outro, mas ele estava com a fralda cheia de xixi, então, Bestial o levou para o banheiro e tomaram banho juntos.
Quando saíram, Bernie correu para a cama e abraçou o corpo de Mônica já colocando um seio dela na boca. Ela sorriu e se ajeitou para dar mais espaço para Bernie, sem abrir os olhos.
Bestial suspirou. Então era assim que os machos dividiam suas fêmeas com seus filhotes? Ele só podia tê-la se Bernie estivesse ausente ou dormindo? Bestial sorriu, era a vida, ele só tinha de se certificar de que sempre que a tivesse só para ele, ele se saciasse o máximo que pudesse.
Ele os deixou dormindo.
Isaac já estava na cozinha, Bestial olhou pela janela, o sol já ia alto.
"Todo mundo dormindo. Eu tenho de estar no complexo, então já tomei café e deixei essa carne aqui, mas há mais na geladeira, já está temperada." Ele sorriu e ia saindo, Bestial precisava perguntar uma coisa, no entanto:
"Isaac, você não se sente incomodado comigo aqui? Que eu e sua irmã estejamos..."
"Fazendo o maior barulho enquanto fazem sexo? O cheiro não é dos melhores pra mim, e eu demoro pra dormir com toda essa sua coisa de uivar, mas não é tão diferente do zoológico e dos trigêmeos com as prostitutas. Vocês não me incomodam." Ele disse, sorriu e saiu.
Bestial assou um bife, comeu e pensou no que Isaac disse. Ele não se incomodava com os gemidos e barulhos, mas Bestial não queria se conter. Ele, Mônica e Bernie precisavam de uma casa só deles. Mas Mônica aceitaria? Talvez mais para a frente, agora, Rebbeca precisava dela.
E foi justamente Rebbeca que entrou na cozinha e o olhou com tristeza.
"Bom dia, quer carne?" Ele perguntou, já ligando o fogão. Ela não respondeu. Bestial ficou sem graça, ele sabia que ela falava pouco, mas também sabia que ela não tinha dificuldade para entendê-lo.
Ela se sentou numa banqueta e esperou. Bestial assou um grande bife, o cheiro lhe fez querer outro para ele, então, assim que o dela ficou pronto, só selado dos lados, ele colocou outro na frigideira para ele.
"Fome?" Ela perguntou, seus olhos estavam sarcásticos. Ela devia ter ouvido ele e Mônica durante toda a noite.
"Incomodamos você? Eu vou falar com Mônica, talvez..." Ela ergueu as sobrancelhas.
"Ir embora?" Ela perguntou, seus olhos medindo o tamanho de Bestial. Ela era selvagem, forte e poderosa, além de ter a vantagem de que Bestial nunca a machucaria pra valer. Era um dilema, pois poucas fêmeas ali teriam condições de enfrentar um macho de igual para igual, até a estrutura óssea deles era diferente, um macho nunca machucaria uma fêmea, mas e se fosse para se proteger? E se fosse uma fêmea que fosse impossível de segurar, de imobilizar? Bestial balançou a cabeça e deu uma mordida no bife. Era um assunto delicado que ele daria um braço para não ter de considerar. Rebbeca continuava o observando, todavia.
"Não, não totalmente. Seria só, talvez pelas noites. Eu ainda..."
"Não." Ela rosnou. Bestial viu pânico no fundo dos olhos azuis dela, mas também viu raiva, viu resolução. Ela faria o que pudesse para manter Mônica com ela e isso lhe despertava uma vontade de bater no peito e rosnar ameaçadoramente para ela. Isso era muito irracional, no entanto.
"Eu vou falar com Dusky. Estou indo agora, quer que eu diga alguma coisa?" Ela baixou os olhos.
"Rebbeca sofre." E toda a empáfia, toda a pose de fêmea selvagem, toda a raiva sumiu dos olhos e da pessoa dela na frente de Bestial e ele teve pena. E entendeu também a angústia de Mônica. Ele nunca viu alguém mudar de postura, de olhar, tão rapidamente.
Ele assentiu e olhou para a porta, um dos trigêmeos estava parado ali, e ele rosnou. Quem aquele filhote pensava que era?
"Honest." Rebbeca correu para os braços dele, ela usava um vestido solto, sua calda balançou alegremente.
"Oi, Beck! Fiquei sabendo que você tem aprontado bastante." Ele sorriu, Bestial não gostou nada dele ali, se lembrou da conversa de Florest e Mônica. Ele sorria, mas fechou o semblante, os olhos dourados pareceram esfriar e ele o cumprimentou:
"Bestial." Bestial acenou. Não ia perder tempo o admoestando quanto ao jeito com que entrou na casa de Bestial, como se fosse dono do lugar.
Ele acariciou o rosto de Rebbeca, ela fechou os olhos.
"Simple ajuda?" Ela perguntou, ele sorriu.
"Simple não veio. Vai ter de se contentar comigo." Ele disse, ela se sentou na bancada os olhos baixos.
"Eu vou resolver, isso Rebbeca, pode deixar comigo." Bestial se esticou em toda a sua altura, o que o deixava poucos centímetros maior que o filhote abusado. Valiant e seu tamanho gigante!
"Bestial, Honest. Honest!" Ele riu, ficando muito próximo de perder um dente.
"É claro, Beck. Eu resolvo. Mas eu quero sua palavra de que vai aceitar a decisão de Dusky. Ele tem seus motivos, querida. Mas vou fazer de tudo, tá bom?" Rebbeca assentiu devagar, triste. Bestial queria rosnar e jogar aquele filhote dali, mas ele não era esse selvagem, não mais. Ele ficou calado, pois Mônica escolheu justamente esse momento para sair do quarto. Bernie estava colado ao seio dela, ela usava uma blusinha de alças. Quando Bernie viu Honest, ele desceu do colo de Mônica e escalou o corpo do filhote sorrindo e mordeu a orelha dele. Não rompeu a pele, mas doeu, pela cara de Honest. Mônica tapou o seio, e Honest pareceu não ver nada, ele manteve os olhos em Bernie, mas Bestial ficou nervoso, muito raivoso, teve de respirar fundo várias vezes.
"E isso é por que você gosta de mim?" Ele perguntou a Bernie, o filhotinho riu, Bestial também não gostou e tirou Bernie dos braços dele.
"Papai, Leãozinho." Ele disse sorrindo e animado, como se estivesse apresentando Honest para Bestial. A calda dele balançava frenética pela abertura da fralda.
"É." Bestial respondeu e só.
"Você veio mesmo! Não precisava. Se tem alguém que sabe o quanto sou cabeça dura, esse é você." Ela disse com um sorriso, Bestial fechou ainda mais a cara.
"Nem me lembre. É muito difícil quebrar as regras com você por perto." Ele sorriu, cheio de charme. Bestial foi até a cozinha preparar uma mamadeira para Bernie. Ele tinha de se ocupar, sua cabeça parecia estar esquentando.
"Eu bati a cabeça numa pedra, mas já estou bem." Mônica disse, ele acenou.
"Eu vi sua ficha de evolução, mas como está se sentindo com os efeitos colaterais da medicação?" Ele perguntou, sério, isso interessou Bestial.
"Estou bem. Mas você não deveria ter visto minha evolução, a doutora Trisha sabe disso?" Ela perguntou, Bestial gostou do tom frio dela.
"Sim, porque ela me pediu uma opinião. Novas Espécies vivem quebrando a cabeça, mas poucos sangram tanto quanto você sangrou. Sua tomografia não mostrou nada, mas você chegou a convulsionar, você se lembra?" Ele disse, Bestial a encarou.
"Não." Ela disse e se sentou ao lado de Rebbeca, Rebbeca lhe pegou a mão.
"Desculpa." Ela disse, Mônica beijou o dorso da mão da irmã.
"Não se preocupe, está tudo bem, a doutora Trisha, só me procurou por que estou fazendo neurologia agora, ela disse que ajuda estar estudando e minha faculdade é a melhor." Ela acenou.
"Eu fui a melhor aluna de lá." Ela disse sem soberba.
"Vai continuar sendo, pois é fêmea." Ele sim, foi pretensioso.
"Honest convencido!" Rebbeca disse com um sorriso, Mônica sorriu também. Bestial odiou constatar que os dois eram médicos. Que bosta!
"Eu já vou, os olhos de Bestial vão acabar furando o meu peito. Beck, vou fazer o meu melhor. Mônica..." Ele não terminou, o rosnado de Bestial chamou a atenção de todos na sala, mas Bernie rosnou também, então, Mônica riu, tentando aliviar o ambiente.
"Que gatinho mais selvagem!" Ela disse, Bernie subiu pelo pijama dela e a abraçou. Honest o encarou com zombaria nos olhos, o desgraçado estava se divertindo.
"Eu já vou. Adeus." Ele ainda tocou no rosto de Mônica antes de sair, ela ficou vermelha.
"Eu também já vou." Bestial disse, mas colou sua boca na de Mônica com sede, ele a beijou com volúpia, percebendo que o pouco tempo em que saiu dos braços dela,da cama deles, já estavam cobrando seu preço, ele a queria.
Bestial a soltou com pesar, se virou e saiu.
Honest estava lá fora encostado no jipe de Bestial, ele devia ter vindo correndo.
"Vamos?" Ele perguntou com a cara mais limpa do mundo!
"Primeiro, uma coisinha." Bestial abriu a boca,mas ele falou primeiro.
"Eu a quero. Simples assim. Sempre quis. Mas ela cheira a você e parece ter te escolhido, afinal ela era virgem. Eu sei quando não devo interferir. Apenas pense que eu a quero quando fizer merda." Bestial se aproximou se elevando sobre ele, não muito infelizmente, mas ele esticou os poucos centímetros que sua altura passava a dele.
"Não diga mais isso, você não pode tê-la, ela é minha! Se voltar a pensar nela e eu perceber, não vai sobrar um osso inteiro em seu corpo." Ele queria dizer isso, Bestial fechou os punhos e demonstrou toda a sua raiva, sua ira.
"Então, não faça nenhuma merda com ela, por que não tenho medo de você." Ele disse, seu rosto uma máscara fria, implacável. Bestial sentiu todo o seu corpo se agitar para lutar com ele e ele esperava isso, Bestial constatou.
"Não vou fazer." Ele disse, Honest acenou.
Bestial subiu no jipe, seu corpo ainda quente, sua mão chegou a tremer ao girar a ignição.
"Tem algum plano?" Ele perguntou. Bestial balançou a cabeça negando. Nada passava por sua cabeça, nem imaginava como ia convencer Dusky a sequer aceitar conversar com ele.
"Dirija, Bestial." Ele disse, tirando um celular do bolso, discando e esperando.
"Sim, já está sabendo?" Ele disse. Bestial ergueu as sobrancelhas. Ele não disse que ia resolver?
Honest esperou, ouvindo seu irmão do outro lado da linha, Bestial olhou para ele. O piralho era bonito, com o sorriso de Tammy e os olhos e cabelos de fogo de Valiant. Jovem, forte e grande. E cruel. Bestial reconhecia crueldade quando a via, ele andou abraçado a isso durante muito tempo em sua vida.
"Tem certeza? Eu estou indo falar com ele, eu preciso ter algo para usar, não posso simplesmente dizer que Rebbeca está triste." Ele disse e esperou.
"Não, eu não vou mentir, ele saberia, ele sempre soube." Honest disse.
"Sem mentiras." Bestial rosnou.
"Tá, vou tentar." Honest disse desanimado.
"Por que a gente fazia essas coisas, mesmo, Simple?" Ele perguntou e sorriu, Bestial nem imaginava do que Honest falava.
Eles chegaram a cabana de Dusky, ele saiu e cruzou os braços.
"Voltem." Ele ordenou.

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