CAPÍTULO 25

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Bestial abriu os olhos e deu de cara com o rosto bonito de Mônica. Ela tinha os olhos fechados, estava dormindo. Ele suspirou, seu corpo estava estranhamente dormente. Um dos trigêmeos estava no quarto, ele o encarou, o trigêmeo sorriu. Bestial não fazia a mínima idéia de qual deles era. Devia ser Honest, mas o cabelo estava diferente.
"Bom dia. Vou chamar Florest." Ele disse saindo do quarto. Bestial puxou Mônica para cima do corpo dele, a ajeitou, ela suspirou.
Ele não devia estar aconchegando ela sobre seu corpo, mas não resistiu.
"Bem vindo de volta, Bestial." Florest acendeu uma luz nos olhos dele, Bestial ficou imóvel.
"Por que ela está aqui?" Ele perguntou para o filhote de Slade, ele sorriu irônico.
"Quer que eu a tire daí?" Bestial rosnou. Ele era um idiota.
"Ela ficou todo o dia de ontem e a noite acordada, sentada numa cadeira. Então, quando o tio V. foi pra casa, ela se deitou na cama que ele ocupava. Nós juntamos as camas depois que ela dormiu. Ah, e como a luta empatou, o tio V. acabou ficando com a grana por que ele se recuperou primeiro." Florest explicou. Bestial encheu os pulmões com o cheiro dela, era bom, o fazia se sentir vivo.
"Grana? Do que você está falando?" Bestial perguntou, mas antes que Florest respondesse, ele se lembrou. A grana das apostas.
"Mas isso não é justo. Vengeance tem uma merda no sangue que faz ele se recuperar mais rápido!" Florest sorriu.
"Exatamente." Bestial balançou a cabeça desistindo de reclamar. As apostas deles não faziam sentido nenhum para Bestial. O cheiro de Mônica o acalmava, ele só queria que ela continuasse ali nos braços dele.
"O que é isso no pulso dela?" Ele perguntou, mas antes que Florest respondesse, ela acordou. Mônica se ergueu usando o peito dele como apoio, Bestial sentiu seu pau começar a endurecer.
"Florest? Bestial?" Ela se afastou de cima dele.
"Bom dia, doutora. Como está se sentindo?" Florest disse, ela olhou para todos os lados.
"Eu... Onde está Honest?" Ela perguntou, Bestial segurou um rosnado. Por que ela procurou por Honest?
"De folga, graças a Deus." Florest respondeu. Ele afastou a cama dela, ela se sentou. Florest trocou a bolsa que estava num pedestal por outra, ela gemeu desanimada.
"Mais uma?" Mônica perguntou, mas era uma pergunta retórica. Florest sorriu.
"Honest deixou três bolsas, já foram  ministradas duas." Ela acenou. Bestial pensou que o trigêmeo que estava no quarto devia então ser Honest.
Florest saiu dizendo que traria o café da manhã.
"Você está bem?" Bestial perguntou, ela se levantou e pegou a bolsa do pedestal.
"Sim, estou bem." Mônica foi ao banheiro, Bestial ficou ouvindo ela fazer xixi e lavar o rosto. Ele se sentou na cama, jogou o cabelo para trás, tateando seu rosto, ele devia estar medonho. Vengeance num determinado momento conseguiu jogá-lo no chão e desferiu vários socos em sua cara. Mas seus olhos não estavam inchados, seu nariz não estava torto. Ele abriu e fechou a boca, trancou os dentes, contraiu o maxilar, tudo estava no lugar. Mônica tinha saído do quarto e o observava.
"Eu devia estar com o maxilar dolorido, mas estou bem. Sem dor." Ele disse. E com o tesão de um vulcão. Ele cruzou as pernas tentando minimizar a tenda que seu pau faria no lençol.
"Honest parece ter criado um novo protocolo. Eu nunca pensaria em misturar as drogas que ele misturou." Ela disse.
"Ele foi irresponsável como sempre se quer saber a minha opinião. Se eu não estivesse de folga, não teria deixado." Florest entrou com uma grande tigela de sopa e entregou a Mônica. Para Bestial, ele ajeitou uma bandeja onde um prato com um belo e grande bife mal passado o fez salivar. Mônica se sentou na outra cama e começou a comer como se estivesse esfomeada. Florest sorriu.
"Honest disse que você não vai ficar arrotando dessa vez." Mônica parou de comer.
"Por que ele diria isso?" Florest franziu as sobrancelhas.
"Por que foi ele que fez a sopa?" Florest perguntou bem humorado.
"Honest não sabe cozinhar." Ela disse.
"Ele disse que fez seguindo a receita de Candid. Por isso você ficou arrotando da primeira vez. Ele disse que pegou a receita errada." Florest acenou e saiu novamente. O filhote de Slade não parecia gostar muito do leãozinho como todos ali. Mônica ficou pensativa.
"Até eu sei seguir uma receita, qual o problema?" Bestial perguntou, ela o encarou. Mônica era teimosa, quando cismava com uma coisa, era muito difícil fazê-la deixar pra lá.
"Exatamente. Honest não sabe cozinhar. Ele odeia cozinhar." Ela disse.
"Talvez por você ele reconsidere. Ele não nega que te quer." Bestial disse e um sentimento de raiva se apossou dele. Esse era o problema de dar vazão à violência, pois depois seus nervos, seu corpo, sua mente, tudo reagia violentamente as mais simples emoções. E o ciúme era uma dessas emoções.
"Já que você não me quer mais..." Ela o provocou quando terminou de comer toda a tigela de sopa. Bestial sentiu o desejo o aquecer a ponto de ver tudo vermelho. Ele saltou da cama, tirou todos aqueles fios que o ligavam àqueles aparelhos e a encurralou contra a cama. Ela não disse nada, a excitação dela lhe ardeu nas narinas.
"Podem parar. Nada de sexo no meu plantão." Florest disse da porta. Bestial o olhou e mediu. Ele era grande e forte como o pai dele, e Slade em seus tempos de pós liberdade era um filho da puta cruel, um dos melhores lutadores deles. Florest poderia até ser pior, mas Bestial sentia uma adrenalina correr por suas veias e uma raiva o incitando a lutar. Ele rosnou.
"Bestial, pare! Não vai lutar com Florest!" Mônica ficou a frente de Florest. Bestial encheu o peito com o cheiro dela, porém dessa vez, não se acalmou, ele só podia fazer uma coisa e fez: a jogou no ombro e pulou a janela com ela gritando. Ele correu em grande velocidade.
"Pare, ou vou vomitar!" Ela disse quando já estavam a uma boa distância do complexo no meio do mato. Bestial parou e a desceu. Ela fez que ia vomitar, mas não saiu nada.
Ela se endireitou e respirou fundo.
"Que palhaçada é essa, Bestial?" Ela reclamou, ele não tinha resposta, na verdade não queria conversar, então a puxou para ele e a beijou. Mônica correspondeu ao beijo com loucura. Bestial a suspendeu, pressionou as costas dela contra a primeira árvore que viu e a penetrou. Ela estava de vestido, sem calcinha como ela costumava ficar em casa. Bestial vestia aquela camisola ridícula de hospital, com uma abertura no traseiro e deu graças por isso. Ela rosnou, ele também, logo estava entrando e saindo de dentro dela, Mônica cravou as unhas em suas costas, ele prendeu os dentes em seu ombro. Tudo muito quente, muito escaldante e infelizmente rápido demais. Ela rugiu seu gozo e em seguida Bestial a inundava com sua semente, os prendendo com o inchaço de seu pau. Ele a beijou mais uma vez, tentando aproveitar o máximo do momento, pois poderia demorar para estar dentro dela de novo.
"Bestial, largue ela." A voz de Jericho, o cheiro de Jinx e Timber o fizeram voltar a realidade. Ele desinchou e se afastou dela. Mônica esticou seu vestido para baixo e respirou fundo.
"Tudo bem, ele não me forçou." Ela disse.
"Sim, mas ele não podia retirar você do hospital. Você estava recebendo um composto venoso, segundo Florest. É verdade?" Jericho perguntou a ela.
"Sim. Eu..." Ela olhou para o acesso que sangrava em seu pulso. Bestial se sentiu um idiota de marca maior.
"Me desculpe." Ele disse, ela sorriu.
"Tudo bem. Eu tenho de voltar, Florest pode arrumar isso. E..." Ela disse e fechou os olhos se segurando na árvore. Ela estava meio verde, pálida. Bestial sentiu a culpa bater forte em seu peito. Droga de vínculo! O transformou num louco inconsequente!
Jinx apontou na direção onde era possível sentir o cheiro de um jipe, eles não estavam longe da estrada, Bestial notou. Ela seguiu Jinx andando devagar, meio vacilante. Bestial deu passo, mas Jericho e Timber fizeram uma barreira.
Bestial suspirou.
"Eu ainda estou magoado com ela, mas não consigo resistir quando a vejo. Entende isso, Jericho?" O amigo sorriu.
"Mais do que você imagina." Ele ficou olhando ela e Jinx sumirem na direção da estrada. Se Jinx a tocasse, ele jogaria Jericho e Timber longe e ele mesmo a levaria. Mas ouviu o jipe sair e se acalmou.
Bestial voltou para o hotel, Jericho e Timber estavam atentos a cada passo dele, mas ele foi direto, sem se desviar. Em seu quarto, ele tomou um banho, se vestiu e decidiu ir até a casa dela, estava com muita saudade de Bernie. E seu coração pulou quando Josh abriu a porta para ele e Bernie gritou 'papai', veio engatinhando daquele jeito esquisito até chegar perto de Bestial, subir por seu corpo e o abraçar pelo pescoço. Bestial sentiu vontade de chorar de tanta ternura que o simples abraço daquele filhotinho lhe inundou o peito. O seu filhotinho.
"Mônica ainda no hospital." Rebbeca disse. Ela amamentava Fred, enquanto Missy penteava o imenso cabelo loiro claro.
"Eu quero a mamãe." Bernie disse, sua carinha gorducha estava triste.
"Vou te levar até ela, quer?" O bebê sorriu.
"Eu também quero ver a tia Mônica!" Missy disse largando o cabelo de sua mãe, uma parte trançada, outra grande parte solta.
"Vamos todos!" Rebbeca disse sorrindo. Bestial sorriu para ela.
"Você não vai ficar com Dusky hoje?" Ele perguntou. Ela fez que não com a cabeça.
"Macho Bonito com Kevin." Bestial entendeu.
"Você e ele estão vinculados?" Era uma dúvida de Bestial desde que ela começou a dormir com Dusky. Rebbeca sofreu muito pela rejeição de Dusky e depois, do nada, ela começou a dormir com ele.
"Rebbeca e Dusky apaixonados. Não vinculados." Ele se lembrou de Monica explicando que Rebbeca ia muito fundo nas emoções e que isso a fazia sofrer. Bestial acenou. Ele carregou Bernie, Rebbeca colocou Fred nas costas, Missy e Josh correram ao lado deles e foram até o hospital. Mônica porém dormia quando chegaram.
"Ela ficou exausta com a 'atividade' de vocês." Florest disse. Ele estava com a cara fechada.
"Mamãe!" Bernie disse antes de rosnar para ele.
"Entrem, mas se ela acordar não a cansem muito." Florest disse indo até o quarto que Bestial tinha ficado.
Havia só uma cama agora e Mônica realmente dormia, um sono pesado. Bernie se deitou sobre ela e fechou os olhos, Rebbeca beijou uma das mãos dela.
"Mônica cansada." Ela disse. Missy e Josh se sentaram no chão, Rebbeca pegou uma cadeira, Fred abocanhou o peito que ela ofereceu. Todos pareciam decididos a ficar ali até Mônica acordar, ele pegou uma cadeira, a aproximou da cama e deu um jeito de colocar Missy e Josh em seu colo. Eram a família dele. Mônica podia ter mentido e isso foi muito errado, mas ele não podia negar o fato de que estava vinculado a ela e a família dela. E ainda havia a filhotinha dele no ventre dela. Às vezes concessões teriam de ser feitas, e o perdão não era algo que se dava a toa. O perdão era exatamente para esses momentos. O coração de Bestial bateu acelerado quando ele liberou perdão a Mônica. Eles tinham de conversar, mas daquele momento em diante, ele resolveu que a ouviria. E tentaria entender os motivos dela.

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