Mônica empurrou os cabelos para trás, satisfeita com seu trabalho. Os códigos do velho Bishop não eram fáceis, aquele demônio foi muito inteligente em sua época. Ela folheou o último livro da pilha, o resto do texto só podia estar ali.
"E então? Por mais que eu adore você, eu não gosto de ser exposto. Ele vai vir sozinho, não é?" Mônica deu de ombros.
"Não é prudente saírem sozinhos, Dean. Mas você está seguro com eles, sabe disso." Ele ergueu os braços e os deixou cair.
"Não é deles que eu tenho medo." Ele disse.
"Uísque?" Ele perguntou, mas tomou um grande gole do bico da garrafa.
"Simple transformou você num bebum? Em tão pouco tempo?" Ela pegou a garrafa e bebeu. Serviu para acalmar um pouco da raiva que a tomou ao descobrir como Bishop brincou de Deus com a vida dela.
"E então?" Dean pegou uma folha, mas estava sem os óculos, então devolveu.
A letra de Mônica era horrível.
"Drogas de regeneração." Ela disse, ele sorriu.
"Velho filho da puta." Mônica já o tinha chamado de todos os nomes feios que ela conhecia, então só acenou.
"Mas as drogas daquela época eram bem inferiores que as de agora." Dean ponderou.
"Sim, mas cumpriam o seu propósito. Eu e Rebbeca temos uma espécie de útero infantil. Não como as humanas, mas com o mesmo princípio, pequeno, mal desenvolvido. Podemos engravidar, Rebbeca agora não, mas ela podia, mas a gestação não irá a frente. É uma espécie de efeito colateral de sermos feitas a partir de uma matriz masculina. Bishop sabia disso, então calculou um tratamento com as drogas, para que elas forçassem esse desenvolvimento do útero. A fórmula está..." Ela abriu a página do livro de culinária e mostrou a Dean.
"Aqui." Ele acenou.
"E agora? Tirar seus ovários, ou se encher de filhotinhos, como eles dizem?" Ela suspirou.
"Filhotinhas. Seriam clones meus. Como Sunny." Ela disse, Dean tomou mais um gole.
"Ele me chamava de burro com razão. O desgraçado era um gênio! Mas por que ele não apresentou esses resultados para a Mercille? Clones eram a próxima fase!"
"Por que ele não ligava para a fama. Nem para dinheiro." Ela olhou em volta. A casa de Dean era a mesma de seus ancestrais. Velha, grande e precisava urgentemente de uma reforma desde que Mônica se entendia por gente, agora parecia que a casa iria cair a qualquer momento.
"Eu dei um jeito nas fundações." Dean disse, mas ela sabia muito bem que não teria sido o necessário.
"Com o dinheiro de Simple?" Ele sorriu.
"De Simple. De Samantha. De Evan. Dinheiro é dinheiro. E eu te contei." Ele disse.
Mônica acenou distraída. Clones. Ela produzia clones. Se fizesse o tratamento, lógico. Uma menininha, sempre uma menininha exatamente como ela. Ela sorriu ao imaginar o que Bestial iria dizer.
Um carro parou do outro lado da rua, Mônica se levantou de um pulo.
"Dean, vá para o quarto do pânico!" Ele a olhou, ela o empurrou, ele correu.
Se ela também fosse, pegariam os dois. Mônica pegou a automática que ficava sempre a postos na gaveta da escrivaninha, encaixou o pente, destravou e apontou para a cara de um deles quando entraram. A paranóia de Dean em trancar todas as portas lhe deu os minutos preciosos que ela precisava.
"Não viemos matar você." O outro disse, ela atirou nele.
Ele desviou com facilidade. Mônica baixou a arma, ele a seguiu com os olhos, ela fez que ia atirar, ele não caiu na armadilha, não se moveu, ela atirou então e ele desviou de novo.
Mas ela rapidamente virou a arma e acertou o braço do outro.
"Puta!" Ele se sentou. Essas balas eram as especiais.
"Se não tirar a bala, ele perderá o braço." Ela disse. O outro deu um passo na direção dela ela atirou de novo, o desgraçado desviou. Mônica atirou no outro que estava caído. Dessa vez na barriga. Ela se pressionou contra a parede e apontou a arma para o que estava de pé. Ele a encarou, ela tremeu um pouco a mão. Vazio, maldade pura foi o que ela viu nos olhos cristalinos dele. Ele suspirou e deu um passo para trás.
"Jogou bem. Ele é um ativo importante." Ele disse. Mônica ficou olhando ele pegar o outro no chão, colocá-lo no ombro e sair. Ela deixou seu corpo cair escoando pela parede a que estava apoiada. Onde estava Bestial?
Ela fechou os olhos. Teria mesmo sido salva por aquelas balas malditas?
E por que vieram atrás dela, o que queriam com ela?
Ela se deixou ficar ali, Mônica nunca sentiu tanto medo.
"Mônica? Amor? Tudo bem?" Ela fitou os olhos de Bestial, se jogou nos braços dele, subindo por seu corpo, se agarrando nele com toda a sua força.
"O que aconteceu?" Ela o beijou, ele a beijou com saudade, com fome, mas ele estava preocupado.
"O cheiro que estou sentindo..." Ele disse, examinando o corpo dela, ela desfrutou das mãos fortes, mesmo ele estando checando se ela estava machucada e não acariciando-a.
"Satisfeitos? Gostaram de foder com a minha casa? Eu sabia que isso ia acabar acontecendo! Pra onde eu vou agora, porra?" Dean apareceu gritando, Bestial pegou Mônica no colo e saiu do escritório.
"Onde é o seu quarto?" Ele perguntou, a voz rouca, cheia de desejo. Ela indicou a porta, ele entrou com ela no quarto rosa, meio infantil.
"Gostei." Ele olhou uma aquarela que Mônica tinha pintado.
"Eu era muito nova..." Ela começou, ele não a deixou terminar, lhe beijou a boca com volúpia, ela retribuiu da mesma forma.
Bestial a colocou com delicadeza na cama, sem parar o beijo, até que desceu os lábios para sua garganta, beijou e mordeu seus ombros, ela tinha enfiado os dedos nos cabelos dele e o puxou para a boca de novo. Ela queria muito que a primeira vez que se amassem depois da tristeza que sofreram fosse com delicadeza. Ela entendeu que não devia ser castigada, que Bestial nunca faria isso, ele era a cura para todas as inseguranças e para o sentimento de inferioridade que sempre a afligiu.
Ela afastou o rosto dele, o encarou, se maravilhando com o tom mais claro, mais quente que os olhos dele exibiam.
"Eu te amo. Muito, com tudo o que sou. Você é tudo o que alguém poderia querer e eu sou agradecida por ter você. Eu te amo." Ele sorriu.
"Não é fácil amar você, sua teimosa, mas eu amo." Ela riu, ele riu também, mas o momento era de reencontro. Mônica, por pouco não foi levada, se isso acontecesse, quando ele chegasse, ele teria de encontrá-la, de ir atrás dela.
"Eu senti tanto medo! Eu nunca atirei em alguém." Ela disse, ele a beijou.
"Estamos juntos, você está aqui, eu te protejo." Ela o abraçou apertado.
"Minha fêmea corajosa!" Ele a beijou, Mônica relaxou o corpo se preparando para as mãos e boca dele a incendiarem.
E ele a incendiou. A beijou na boca sem pressa, enquanto suas mãos tocavam todo o corpo dela, alisando, apertando e até arranhando de leve, despertando todos as suas terminações nervosas. Sugou seus seios, devagar, com reverência, mordendo seus mamilos, sugando ora com força, ora com leveza. Ele lhe enfiou um dedo na buceta, enquanto mamava em um dos seus seios. Monica rosnou, ele lhe dedilhou o clitóris e logo ela rugia sua liberação. Bestial a penetrou enquanto ela ainda convulsionava de prazer, Mônica o abraçou com os braços e as pernas o segurando com força, ao mesmo tempo que se movia contra ele. Eles mergulharam no mar de prazer que os embates deles provocaram, enlouquecidos, frenéticos, até que uma onda de sensações os levou ao ápice juntos, ele uivando, ela rugindo. Todo o mundo pareceu balançar durante um momento, no tempo de uma batida de coração eles foram um só.
Ele desinchou, ia sair de cima dela, ela não deixou.
"Fique, por favor, fique nos meus braços." Ele se ajeitou, mas ela era forte, Mônica o abraçou apertado.
"Eu sou pesado." Ele disse, ela sorriu.
"Mônica forte." Ela imitou Rebbeca. Estava cheia de saudades, principalmente de Bernie.
"Como eles estão?" Ela perguntou.
"Ansiosos por sua volta." Ele disse, ela suspirou.
"Então vamos para casa."
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BESTIAL
FanfictionO que de errado poderia acontecer em duas semanas? Foi o que Bestial pensou ao ter de ficar no zoológico da Reserva por causa de uma reportagem. Era por uma boa causa, não tinha nada a ver com os lindos olhos azuis de uma determinada fêmea. Bestial...