Minerva abriu porta com um sorriso, Mônica e Bestial entraram, Pride veio recebê-los também.
"Tio!Entrem." Ele disse indicando o sofá, Mônica e Bestial se sentaram. Minerva beijou o rosto de Mônica, elas sorriram uma para a outra.
"Não vamos incomodar muito, Pride. É só que eu preciso de uma informação, uma que poderia ajudar a força tarefa." Minerva trouxe suco, eles tomaram.
"Oi." Lily veio de um corredor interno e abraçou Bestial e Mônica.
"Missy me contou que sua filhotinha virou um anjinho, eu sinto muito." Ela disse no ouvido de Mônica quando a abraçou. Mônica beijou a pontinha do narizinho dela. Uma pontada de tristeza lhe doeu no coração, mas ela tinha de seguir em frente.
"Obrigada, querida." Lily ergueu os braços para Minerva, ela a pegou com esforço. Aquilo despertou uma certa curiosidade em Mônica. Se minerva era Nova espécie, como ela poderia quase não conseguir carregar Lily?
Mas isso era uma questão para outra hora.
Minerva disse que ia ajudar Lily com uma lição e as duas saíram da sala.
"E então, em que posso ajudar vocês?" Ele abriu os grandes braços, Mônica sorriu.
"Eu quero que você sugestione Bestial." Mônica disse num rompante, Bestial se levantou de um pulo do sofá, Pride sorriu, meio de lado, travesso, igualzinho ao sorriso de Candid quando ele estava aprontando.
"Sem que ele concorde?" Pride perguntou dessa vez com o rosto bonito bem sério. Mônica se levantou e segurou na mão de Bestial. Eles se olharam, ele estava confuso.
"Eu pensei que você iria perguntar a ele como a sugestão funciona, não imaginei que ia me usar como cobaia." Bestial disse, mas ele estava calmo, Mônica amava o modo como ele estava pronto a fazer tudo por ela.
"É importante." Ela disse, ele assentiu.
Pride continuava parado no meio da sala, ela o encarou, ele suspirou.
"O que quer que ele faça?" Ele perguntou.
"Que ele queira me matar." Mônica disse e Bestial rosnou.
"Não. Isso é loucura. Não aceito..." Ele se virou para Pride, mas na mesma hora ele parou de falar.
"Mate Mônica." Pride disse, a voz dele soou musical, Mônica ficou meio paralisada. Ela balançou a cabeça, precisava ficar sóbria. Mas era como se sua mente tivesse se apaixonado pelo tom da voz de Pride, ela tinha de ser morta, a voz a amava, ela faria qualquer coisa por aquela voz. Dedos fortes envolveram seu pescoço e apertaram, ela olhou nos profundos tons de azul dos olhos de Bestial e prendeu a respiração. Era como se estivesse mergulhada num mar escuro, quase submergindo...
"Mônica o que quer com isso?" A voz apaixonante perguntou, Mônica se focou e começou a sentir dor. Bestial a enforcava, uma lágrima escorreu por seus olhos, Mônica acenou para Pride.
"Solte-a." Pride disse Bestial a soltou e rosnou, ele parecia meio tonto.
"Que porra foi essa? Vocês estão loucos?" Ele perguntou, mas Pride foi socorrer Mônica, ela sentia muita dor em sua garganta.
Bestial a tirou das mãos de Pride e a abraçou apertado, ela o afastou.
"Mônica, está tudo bem? Mônica!" Bestial a abraçou de novo, a apertando com um pouco mais de força. Minerva apareceu na sala, os rosnados de Bestial deviam tê-la assustado.
"Conseguiu ver o que queria, doutora?" Pride perguntou, se sentando e esfregando os olhos, Minerva se sentou perto dele, tocou seu rosto, ele a puxou para um beijo. Ela bateu no braço dele, ele riu.
"Idiota." Ela olhou para Mônica que assentiu, então voltou para a área dos quartos.
"Você não imagina o pavor que eu senti, Mônica! Como pôde fazer uma coisa dessas?" Ele disse, ela se afastou e sorriu.
"Tanto eu quanto Pride temos consciência de que você não me mataria." Bestial se afastou.
"Eu nunca senti tanto pânico!" Ele rosnou para Pride. "Eu perdi o controle das minhas mãos!" Bestial rosnou.
"Eu sinto muito, tio. Mas eu sei por que a doutora quis fazer isso e o vi mérito da coisa. Me desculpe." Pride se recostou no sofá, ele parecia tonto.
"Eu agradeço, Pride, eu sei que lhe custa muito." Mônica disse, Bestial bufou.
"Livie não conviveu com eles, mas ela os ama. Ou amaria..." Ele balançou a cabeça, triste.
"Eu quero ajudar." Pride se levantou, encerrando a visita.
Mônica puxou Bestial para fora, eles agradeceram e começaram a longa caminhada de volta.
"E então? Por que eu tive de passar um dos piores momentos de minha vida? Pra quê?" Bestial perguntou. Mônica apertou a mão dele.
"Eu quase não vi o que precisava, fui sugestionada também." Ela explicou, Bestial parou no meio da estrada e a beijou. Mônica o beijou de volta, mas não iriam adentrar o mato que margeava a estrada, a cabeça dela estava girando, precisava ordenar as idéias.
"Minha dúvida era se eles estavam sugestionados ou controlados, da mesma forma que Samantha controlava Rebbeca." Ela começou.
"Eu nunca entendi essa história. Você sabe tudo? Quer dizer, sobre Livie?" Ele perguntou, tinham voltado a andar, o céu do começo da noite estava claro, com uma grande lua cheia brilhando por entre as copas das árvores, Mônica suspirou, sua garganta estava dolorida.
"Sim, Honest me contou tudo." Ele rosnou.
"Sempre ele." Mônica quis rir, mas a garganta doeu.
"Implantaram um chip em Livie quando ela se fingiu de morta. Angus McKay, um cientista escocês, admirador dos cientistas da Mercille e desenvolvedor de seus próprios projetos, foi quem fez isso. E daí, Livie passou a dividir a mente com Samantha, assim como Samantha dividia a mente de Rebbeca. A morte de Ann, o ataque a Rebbeca e a Jewel, tudo isso foi feito por Samantha usando as capacidades mentais de Livie." Ele assentiu.
"Essa história é tão horrorosa! Mas não consigo não pensar que tudo foi culpa da filhote de Vengeance. Se ela..."
"Tivesse ficado aqui, criando seus filhotes com Pride, eles estariam felizes para sempre?" Mônica disse, ele entendeu onde ela queria chegar
"Nunca saberemos." Ele disse.
"Exato, temos de lidar com as coisas como elas se apresentam, Bestial. Livie errou, eu acredito nisso, mas ela era jovem demais. Honest disse que ela teve medo, muito medo. O medo é poderoso, muito mais que a raiva ou a fúria. Eu tive medo durante uma grande parte da minha vida, eu a entendo." Mônica explicou.
"Samantha entrou no meio dessa história e ela é a verdadeira culpada por tudo ter dado tão errado. Ela é a culpada por todo o sofrimento. É uma pena que Livie ainda esteja sofrendo os efeitos de tudo isso." Ela completou.
"Ela perdeu a memória, mas pelo que ouvi, não é irreversível, ou é?" Ele perguntou, Mônica balançou a cabeça.
"Não sabemos. Até então, ela continua na mesma." Mônica engoliu em seco, a garganta estava muito dolorida.
"Eu machuquei você nessa brincadeira idiota, não é?" Ele parou e a encarou de frente.
"Valeu a pena. Eles não eram eles mesmos e agora eu sei." Mônica se lembrou dos olhos frios azuis brilhantes do que quase a pegou. Olhos totalmente sem vida, não havia nada ali.
"E isso ajuda em quê?" Bestial perguntou.
"Samantha estava com eles e com Adriel. É por causa dele que eu não pedi Isaac para sugestionar você. Adriel e Isaac têm um certo... Uma conexão. E também, Honest disse que Pride tem mais controle." Ela explicou.
"Isaac pode sugestionar pessoas?" Bestial a pegou no colo, Mônica fechou os olhos, roçando a bochecha no peito forte dele.
"Sim, mas ele não tem o controle de Pride. Ele poderia deixar você louco. Pelo que me contou, as fêmeas que vez ou outra trabalhavam na casa deles ficaram meio confusas da cabeça." Ela disse inspirando o cheiro delicioso do corpo dele. Bestial andava devagar, ela estava se sentindo meio sonolenta.
"Está com sono?" Ela perguntou.
"Sim." Ele disse, eles riram.
"Mas consigo chegar até nossa casa." Ele disse, Mônica quase fechou os olhos.
"E quem é Adriel?" Mônica pensou nas descrições que Josh e Missy faziam dele. Missy achava que ele era um anjo, Josh o descrevia como um falcão guerreiro.
"Ele é um Nova Espécie único. Tão velho quanto Silent ou Dusky, talvez mais velho que eles, isso o deixa com mais de oitenta anos." Bestial parou.
"O quê?" Ela ergueu o rosto e o beijou.
"Ele passou quase que toda a sua vida encarcerado e não como vocês que viam outras pessoas e até interagiam entre si. Ele vivia num quarto minúsculo, acorrentado a parede, no escuro, sem ver ninguém. O lugar era horrível segundo Isaac. Mas ele simplesmente viveu. Ele não falava, demorou muito tempo para aprender, mas é inteligente, bem inteligente. Quando foi liberto por Samantha, você pode imaginar a devoção que tê-lo libertado despertou nele. Ele aprendeu a ler, a conviver com outras pessoas, poucas pessoas, no caso, e foi uma espécie de capacho de Samantha durante anos, até que ela o colocou para morar com Isaac e Rebbeca. Isaac disse que ele não conversava com eles, mas com o tempo, foram desenvolvendo amizade e quando eles vieram para cá, depois do nascimento de Missy e dos filhotes, ele era como um irmão para eles."
"Por que essa informação não está no relatório?" Bestial perguntou.
"Está. Isaac disse que forneceu o nome dele e que ele tinha ido junto com Adam e Noah. Só não especificou o que ele é." Bestial voltou a andar.
"E o que ele é?" É claro que Bestial perguntaria com um toque de ciúmes na voz.
"Eu nunca o vi!" Mônica riu.
"O que ele é?"
"Um Nova Espécie com genes de ave. Ele tem asas." Bestial quase a deixou cair.
"Como deixaram uma informação dessas de fora do relatório?" Ele a colocou sobre seus pés e cruzou os braços. Mônica o observou fascinada, ele sempre foi tão bonito?
"Que cara é essa?" Ele estava até com as sobrancelhas juntas, devia ser sua cara de mal.
"Eu amo você." Ela o abraçou pelos ombros, mas ele desviou o rosto. Mônica então beijou seu pescoço forte, ele suspirou e baixou a boca, tomando a dela. O beijo foi cheio de significado, delicioso.
"Fale." Ele comandou, ela assentiu.
"Eu não fiz o relatório, eu nem sabia nada sobre ele. Missy é que fala muito sobre ele, então, um dia eu apertei Isaac contra a parede." Bestial lhe chupou os lábios, a onda de desejo que sempre a tomava a queimou.
"Continue." Ele ordenou.
"Pelo que Isaac contou, ele os amava, mas nunca faria nada contra Samantha. Ele também tinha de tomar uma fórmula, como Isaac e os filhotes. Sem Samantha, ele morreria. Rebbeca disse que perdeu alguns bebês dele também." Mônica ficou triste pela irmã. Rebbeca passou por tanta coisa! E continuava ali, firme, sorrindo e amando todos a sua volta.
"Por que ele não veio com eles?" Bestial perguntou.
"Por que Samantha mandou ele ir com os clones. Como eu disse, ele faz tudo o que ela manda. Isaac diz que depois das chantagens e de colocar a vida de Missy, Josh e os filhotinhos em risco, depois do fracasso das gravidezes de Rebbeca, ele chegou a duvidar e até ficar contra ela de certa forma, mas a dívida de gratidão que ele tem por ela é grande demais." Mônica explicou, ele a pegou no colo de novo e recomeçou a caminhada.
"Ele tem um poder psíquico extraordinário. Isaac disse que durante os anos que passou preso, no escuro, ele sondou sua mente, até que desenvolveu um potencial mental impressionante, e se Adam e Noah estavam sob sugestão, seria a dele. Ou então, Samantha implantou um chip neles. Eu acho que foi a primeira opção. Samantha é praticamente um fantasma, um zumbi, Honest jura que o tal McKay rompeu com ela, não haveria ninguém para fazer o implante nos clones, pelo que Honest sabia." Mônica se lembrou dos olhos de Bestial. Não havia nada ali, nada, nenhum traço do homem de sua vida, do homem que ela amava. Não havia amor da parte dele, eram apenas olhos azuis escuros frios, indiferentes.
"Então, esse tal Adriel que Isaac omitiu do relatório, é o culpado por você quase ter morrido, ou ter sido levada?" Bestial perguntou, a voz tremeu um pouco ao dizer que ela quase morreu. Mônica fechou os olhos sentindo o calor do peito dele contra seu rosto.
"Deu tudo certo, eu não devia ter saído da Reserva. Agora sabemos, não vou sair mais, nunca mais." Ela se lembrou do medo que os clones despertaram nela.
"Nunca mais?" Bestial perguntou. Estavam chegando a casa deles.
"Nunca mais."
Eles entraram em casa, Bernie saltou sobre Bestial, ele riu e o abraçou. Mônica foi até o quarto deles, pensando se devia contar a Isaac sobre o que descobriu. Isaac e Adriel eram como irmãos, se amavam, talvez para Isaac o amor podia até ser mais que amor de irmãos. Ela não sabia o que fazer.
Ela pegou seu telefone e ligou para Honest. Talvez ele não atendesse, mas pra quem mais ela ligaria?
Ele atendeu.
"Mônica." Ele disse, ela sorriu. Bestial estava dando banho em Bernie, ela se sentou na cama.
"Eles foram sugestionados. Eu tenho certeza. O que você sabe sobre Adriel?" Ela foi logo falando. Honest suspirou.
" Como você está?" Ele perguntou, Mônica sorriu.
"Estou bem. Mas eu estou falando sério, Hon. O que você sabe sobre Adriel?"
"Adriel, o Nova Espécie que tem asas? Josh nos contou que ele era como um tio para eles. Rebbeca disse que engravidou dele e os bebês morreram. É só o que sabemos." Mônica assentiu, era o que ela sabia a princípio também.
"Ele é uma espécie de telepata. Segundo Isaac ele é muito poderoso. Acho que ele sugestionou os clones." Honest ficou calado, Mônica esperou.
"Não sabíamos disso. Obrigado, querida. Quando será o acasalamento?" Ele perguntou, Mônica balançou a cabeça.
"Não falamos sobre isso ainda. Eu descobri como fazer para levar uma gravidez adiante. Mas seria um clone, não seria filhote de Bestial." Ela disse.
"Já perguntou para ele o que ele acha?" Mônica suspirou.
"Eu fiquei meio obsecada por esse assunto de sugestão. Os clones são muito poderosos, Hon! Samantha poder dispor deles, poder usá-los, é muito perigoso! Vocês tem de achá-los!" Ela disse.
"Estamos nisso." Ele disse.
"Tenham cuidado. Não havia nada nos olhos deles. Foi muito assustador."
"Não pense mais nisso. Foque em ser feliz, está bem?" Ele disse e desligou.
"Deixa eu adivinhar, estava falando com..." A voz de Bestial soou atrás dela.
"Honest!" Bernie disse, Mônica riu e o pegou nos braços. Ele a abraçou, ela ficou com ele nos braços, alisando os cabelos dele, até que ele dormiu.
"É tanta coisa para pensar!" Ela disse alisando o rosto de Bernie adormecido no berço.
"Talvez devêssemos focar em nós, em nossa família. Já temos coisas pendentes o suficiente para lidarmos." Bestial disse, Mônica entendeu que ele ouviu a conversa dela com Honest.
"Sobre uma possível gravidez, eu..." Ele a beijou.
"Essa decisão é sua. Temos Bernie, estamos bem. Eu amo você, eu quero que você se sinta segura do que você quer." Ela o abraçou bem apertado, inspirando o cheiro dele, se inundando na presença dele, do homem da sua vida.
"Minha preocupação é um anticoncepcional. Eu não quero um filhote agora. Perdemos nossa filhotinha a três semanas, tudo ainda é muito cedo. Bernie também está tão novinho! Michelle e Jocelyn esperaram um bom tempo entre seus filhotes, isso é bom, dá tempo de curtir cada um individualmente. O problema é que anticoncepcionais normais não funcionam." Ele a beijou.
"E é isso que você está estudando tão diligentemente?" Ele sorriu.
"Sim, mas vamos continuar com as camisinhas." Ele bufou.
"Tudo bem. Falando em camisinhas..." Ele sorriu o seu sorriso mais safado.
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BESTIAL
FanfictionO que de errado poderia acontecer em duas semanas? Foi o que Bestial pensou ao ter de ficar no zoológico da Reserva por causa de uma reportagem. Era por uma boa causa, não tinha nada a ver com os lindos olhos azuis de uma determinada fêmea. Bestial...