Mônica acordou e viu Simple aplicando alguma coisa na bolsa do composto que Honest fez para ela.
"O que é Isso?" Ela tentou se sentar, mas estava tonta, então ele a ajudou.
"Não faço a mínima idéia." Ele sorriu. Mônica não resistiu e sorriu para ele, aceitando a seringa. Ela a cheirou e ficou intrigada. Era outra droga. Ela olhou para Simple estreitando os olhos.
"Só estou cobrindo Honest. Ele precisou sair. Infelizmente Florest parece estar..." Ele inspirou.
"Com Violet, fazendo... Nada demais." Mônica riu.
"Você consegue mesmo saber onde todos estão e o que estão fazendo?" Ela perguntou. Ele acenou.
"Isso não é muito difícil. Você consegue saber onde Bestial está não consegue?" Mônica inspirou forte, mas sua cabeça doeu.
"Acho que..." E do nada ela sentiu o cheiro dele a direita. Muito fraco, mas estava lá." Ela apontou para a direita, Simple sorriu.
"Viu? É na direção da casa de vocês. Não é tão difícil, mas você deveria ter começado a fazer isso cedo, como eu e meus irmãos. Nós só fomos mais curiosos que os outros. E bem mais ambiciosos também." Ele disse com um sorriso.
"Quando começaram a perceber que podiam fazer essas coisas?" Mônica se recostou.
"Bem novos. Papai já tinha errado tudo o que se havia de errar em relação a como se criar um filhote espécie, então ele e mamãe já sabiam do quanto a estimulação extrasensorial e de tudo que poderíamos ser capazes de fazer, então, ele só nos deixava correr por aí." Ela sorriu e acariciou a barriga.
"Eu não vou deixar ainha filhotinha correr por aí!" Ela disse, mais para a barriga que para Simple.
"Se ela tiver mais irmãos, você vai acabar deixando. E entre nós essa possibilidade é grande." Ele disse se sentando na cama e pegando a mão dela.
"Eu estou com medo. Muito medo." Mônica apertou a mão dele. Ele beijou o dorso da mão dela, fechando os olhos, seus lábios quase não fizeram pressão, era seu nariz que estava no processo. O cheiro. Era isso que tinha importância para ele. O cheiro dela.
"Então, tem que confiar mais em Honest, em Dean, em Florest, na doutora Trisha, em mim, embora eu não seja médico e não entenda porra nenhuma dessas coisas, e o mais importante: você tem Bestial." Ela fechou os olhos, era engraçado como agora estava sentindo uma pontinha do cheirinho de bebê de Bernie.
"Melhora com o tempo. Hills era um dos melhores, ele só não sabia se comunicar direito. Todos pensavam que ele morava longe por causa dos cachorros, mas a primeira razão era o cabeça dura anti social do Thorment, e a segunda era seu faro excepcional. Thorment disse que as vezes, ele conseguia saber que uma árvore estava em processo de apodrecimento mesmo que ninguém nem imaginasse. As folhas estavam verdes, a árvore estava bonita, até com seiva. Mas sempre que ele indicava uma árvore, eles cortavam e cavavam metros e metros, até que a raiz morta aparecesse. Ele nunca errou." Ela sorriu, mas uma lágrima caiu. Ela se transformou numa idiota chorona.
"Ele não era meu pai." Ela disse. Simple acenou.
"Exatamente. Mas por que você foi para Homeland. Se tivesse vindo para cá, ele a pegaria, jogaria no ombro e te encheria de xarope de bordo." Mônica riu. Ela tinha ouvido sobre a paixão de Hills por xarope de bordo.
"Eu adoro xarope de bordo!" Ela disse, Simple torceu a cara, ficando exatamente como Honest.
"Como é ter uma pessoa tão igual a você no mundo? Tão parecida que as vezes você pode ser confundido com ela? Você pareceu tanto Honest agora!" Ela perguntou. Ele balançou a cabeça.
"Se fosse uma só! Não se esqueça de Candid, aquele pau no cu." Ele disse.
"Eu invejo Storm e Tempest. Eles desde cedo procuram ser o mais diferentes que podem." Mônica sorriu, quando ele disse isso.
"Eu não sei quem é quem entre os dois." Simple riu.
"Storm está agora com a cabeça raspada e Tempest deve ter muito tempo que não corta os cabelos. E Storm sempre veste verde e Tempest veste azul. Essa idéia idiota foi das minhas irmãs. Eles herdaram muitas roupas nossas." Depois de pararem de usar camisas azuis, verdes e vermelhas os trigêmeos usavam penteados diferentes.
"Por que o cabelo de vocês está sempre do mesmo tamanho?" Mônica perguntou, ele sorriu.
"Quem sabe quando precisaremos nos passar um pelo outro?" Ele disse, sem sorrir, olhando para fora. Mônica estava tão a vontade com ele! Ela só ficava assim com Honest. Candid estava sempre dizendo coisas de duplo sentido e o próprio Simple, antes, era meio distante.
"Dean está pousando agora, consegue sentir? Eu vou adorar ver Bestial rosnando para ele." Ele disse com um sorriso. Mônica não conseguiu sentir. Ela se concentrava em Bestial. Ele parecia estar... Na cozinha.
"Não. Mas Bestial está na cozinha." Ela sorriu satisfeita com o feito. A casa deles ficava numa colina depois da administração, era muito longe.
"Isso. O vínculo já está acabando com qualquer possibilidade de crescimento do seu faro. Parabéns!" Ele disse, a voz pingando sarcasmo.
"Não tenho interesse de saber onde os outros estão. Só Bestial." Ele riu.
"E assim, foi como nossa sociedade parou de evoluir. Com os humanos, foi a tv. Mais a frente, será a internet e aí..." Ele riu de sua própria piada. Mônica sabia o que era internet, claro, eles usavam e-mails no hospital. Isaac dizia algo parecido.
"O que Dean veio fazer aqui?" Ela perguntou.
"Além de nos infernizar sendo contra nossas condutas anti-protocolo?" Mônica riu se lembrando de Dean puxando os poucos fios de cabelo que lhe restavam, dizendo que o que eles faziam 'não era Ciência!'
"Ele veio por que estudou sua fisiologia sua vida inteira. E por Candid ter dito que alguns novas Espécies gostam de machos. Foi a última que aquele desgraçado aprontou antes de..." Mônica estranhou Simple xingar seu irmão daquele jeito.
"Mas eu só sei de Dusky. Ele e Rebbeca estão apaixonados." Ele sorriu.
"Exatamente."
"Bestial está correndo. Nessa direção." Simple sorriu.
"Daqui a pouco ele aumenta a velocidade." Ele riu. Mônica não sorriu, toda a sua atenção estava em seu nariz. Bestial aumentou a velocidade, tanto que o cheiro que era só um vislumbre, encheu as narinas dela, disparando seu coração.
"Ele sentiu que eu estou aqui." Mônica riu também. Mas logo ela se lembrou de como as coisas estavam entre eles e ficou triste.
Bestial, porém, abriu a porta com violência, seu corpo poderoso estava tenso. Simple, que estava apoiado displicentemente na cama dela, pegou uma das mãos dela e beijou. Bestial rosnou.
"Vou chamar a doutora Trisha. Ela acaba de chegar. Eu não tentaria compartilhar sexo, ela tem um alerta interno para isso." Ele saiu do quarto, não sem antes bater o ombro com o de Bestial. O som dos ossos batendo foi assustador. Eles se afastaram e se mediram, Bestial disse:
"Eu devo muito ao seu irmão, então, por ele, não vou matar você. Não toque nela mais." Ele disse, os olhos queimando, azuis escuros.
"Tenho de contar a Honest esse efeito colateral do composto dele." Simple disse saindo pelo corredor.
Violência. Mônica pensou nisso por um segundo. Bestial se recuperou em horas de um estado que levaria pelo menos três dias. Era algo a se considerar.
"O quê?" Ele perguntou, estava com os punhos fechados e seus olhos estavam mais claros. Os olhos dele clareavam quando estava excitado, e escureciam quando ficava furioso. Ele estava uma montanha russa de sensações, Mônica ficou apreensiva.
"As drogas estão confundindo você?" Ela perguntou, ele relaxou.
"Não sei. Eu..." Ela abriu os braços, ele se sentou na cama, tocou no rosto dela e a abraçou. Ele parecia estar se contendo. Mônica inspirou o cheiro dele, era só o que ela queria sentir.
"Eu estava calmo, mas Honest, ele quer você. Simple..." Ele não estava fazendo sentido.
"Honest é um amigo querido. Muito. Simple nunca conversou muito tempo comigo, ele sempre foi educado e distante. Não deveria ter ameaçado ele." Ela não disse que ele tinha ido embora, tinha lhe deixado na casa deles, tinha lutado quase até a morte com Vengeance sem se importar em como ela ficaria.
"É estranho. Eu não me lembro de sentir ciúmes dele, mas quando o senti aqui, eu quase quebrei minhas pernas de tanto correr." Ela alisou os cabelos lindos dele, lisos, castanhos, para trás de seu rosto másculo.
"Então, está com ciúmes. Vai me deixar explicar? Poderia me ouvir um segundo? E se o que eu disser fizer sentido para você, poderia me perdoar?" Ela o aguardou responder.
"Eu fiquei fora de mim depois da conversa com Simple. Você ser um clone é a mesma coisa que ser Nova Espécie e se dizer humana. E também é a mesma coisa que ser de segunda geração e se dizer de primeira. É a mesma coisa que ter calda e esconder. Foram muitas mentiras. Qual será a próxima?" Ele disse, mas alisando o rosto dela com carinho e os olhos continuavam azuis claros com um céu de verão.
"Acho que a máxima que diz que uma mentira precisa de outras vinte para se manter, foi inteiramente cumprida na minha vida. Eu convivi com humanos, Bestial. Sempre mentindo, sempre escondendo o que eu era. Num momento, aquilo se tornou quem eu era. Quando vim para cá, para a Reserva, quando convivi com meus irmãos e com Bernie, eu vi o que tinha me tornado e aí foi a vergonha e a facilidade de continuar como eu sempre fui que venceu. Eu ainda estou me confrontando com o resultado das minhas mentiras. Estar aqui, morrendo de medo de acordar e encontrar minha barriga vazia ou de estar numa poça de sangue, é resultado dessas mentiras. Eu conversei com o doutor Treadmont, ele me receitou um anticoncepcional, mas eu poderia ter dito que era uma coisa diferente, um clone feminino de uma matriz masculina, ele é muito inteligente, talvez desde aquele tempo, tivesse tido um efeito diferente." Mônica porém sentia que estava mentindo. Mais uma vez.
"Não. Eu..." Ele sorriu.
"Você queria uma filhotinha minha. Você poderia ter procurado Gabriel. Ele é o demônio que resolve essas coisas. Você queria e agora está sentindo o peso dessa escolha." Bestial a confrontou, ela assentiu e baixou a cabeça.
"E fiz você sofrer." Ela não se perdoava por isso, por ter envolvido Bestial naquela tortura.
Bestial suspirou e se levantou. Ele estava com uma das camisas 'boas' como ele chamava, camisas do tempo em que andava todo arrumado pela Reserva. Mas a camisa não combinava com a calça de moletom. E ele estava sem cueca, outra coisa que não fazia.
"Ninguém lavou roupa?" Ela perguntou, ele se virou e riu.
"Josh está lavando. Rebbeca está vestida com uma camiseta do complexo e só. Não esconde muito." Ele fez uma careta. A calda de Rebbeca se mexia muito, uma camiseta não esconderia nada.
"Eu ia lavar, mas..." Mônica riube depois arregalou os olhos.
"Bernie e Fred estão vestindo o quê?" Fred tinha finalmente parado de usar fraldas, Bernie também.
"Honest mandou umas roupas para os bebês. Um monte de shorts vermelhos. Parece que ninguém nunca gostou muito das roupas de Simple." Mônica se lembrou de Candid dizendo que eles não colocavam suas roupas para doação, que as guardavam para doar pessoalmente para os filhotes que iam nascendo.
"Eu preciso da sua palavra de que não há mais nada. De que sei tudo o que se precisa saber sobre você." Bestial se deitou ao lado dela na cama. Mônica teve de se ajeitar sobre ele ou não caberiam juntos.
"Nada de sexo no meu hospital." A doutora Trisha disse entrando no quarto. Ela leu a evolução, erguendo a sobrancelha.
"Simple adicionou isso ao meu composto." Mônica mostrou a seringa. Trisha cheirou e acenou.
"Ele disse que estava cobrindo Honest." Trisha suspirou.
"É claro que estava." Ela disse, Mônica e Bestial se olharam sem entender.
"Bom, está tudo bem com você. Quando acabar a solução, me chame e eu te darei alta. Aquele humano insuportável está no hotel, disse que vai ver você amanhã." Ela tocou no rosto de Mônica, beliscou a bochecha de Bestial e saiu.
"Ela parece uma mãezona." Mônica disse.
"Ela sempre diz que foi por isso que só teve Florest. Que Slade, Moon e Harley são filhos dela também." Bestial riu. Mônica riu com ele, era como se a nuvem escura que pousava sobre eles tivesse dado uma trégua.
Ela se ajeitou no peito gigante dele, suspirou e começou.
"Eu nasci num dia chuvoso, foi Bishop, o velho, que fez meu parto. Eu nasci pequena, quase morta, com problemas respiratórios, minha calda nunca foi bonita como a dos meus irmãos." Ela parou. A calda de Rebbeca era mesmo uma coisa bonita?
"Acha a calda dos meus irmãos bonita?" Era estranho, Mônica nunca pensou nisso.
"Eu não sei. Eu sinto desejo quando você balança a sua calda, por baixo do vestido. E quando eu te penetro por trás e seguro na base dela para afundar com mais força dentro de você." Ele disse, os olhos tão claros quanto a água da piscina da administração. Hush cuidava de carpas, os filhotes adoravam nadar com elas. Milly tinha uma preferida, às vezes, Mônica achava que o peixe ia morrer, pois ficava muito tempo no colo da filhotinha. Ela estava pensando em outras coisas, para que eles não se possuíssem ali. Ela não era uma hipócrita. Mônica várias vezes entrou nos quartos para impedir os casais de fazerem sexo no hospital.
Bestial ergueu o rosto dela e a beijou com sede, fome. Mônica retribuiu e viu seu esforço para não ser hipócrita ir pelo ralo. Ela se ajeitou, sem largar a boca dele, baixou o cós da calça e num mesmo movimento se impalou com o pênis duro. Se ele estivesse usando jeans seria mais complicado. Ela jogaria todos os jeans dele fora. Bestial rosnou, rouco, mas não largou a boca de Mônica, ele mordeu o lábio inferior dela com força, ela cravou as unhas nos ombros poderosos. Mônica abriu os olhos, eles se encararam enquanto ela se mexia sobre ele, num vai e vem lento, delicioso. Era pura provocação, no entanto. Ele não demorou a segurar nos quadris dela com as garras e mudar o ritmo, exatamente como ela sabia que ele faria e exatamente como ela queria. A cada vez que ele subia e descia o corpo de Mônica sobre o pau dele, uma sensação se adicionava a todas as quais o corpo dela estava sendo sacudido e aquilo a fez tomar as rédeas. Mônica cravou as unhas nos pulsos dele e as colocou para trás, as pressionando contra a parede. Bestial rosnou e fez força para a frente, ela o segurou, sem parar de subir e descer sobre o pau dele até que ele jogou a cabeça para trás e uivou. Monica rugiu.
As respirações deles demoraram mais de um minuto para se normalizarem, eles não conseguiram dizer nenhuma palavra, não que tivessem algo a ser dito. Mônica sentiu suas forças a abandonarem, ela deixou o corpo cair sobre o peito dele, ele a abraçou. Ficaram assim muito tempo. Tanto que talvez ela tenha dormido, ela não teve certeza.
"Isso significa que quando você voltar a clinicar, você vai ser mais flexível?" Trisha disse, entrando no quarto e trocando o acesso que no calor da paixão, se soltou. Mônica escondeu a cara no pescoço de Bestial.
"Vai ter de começar de novo. Graças a Deus o composto não escorreu." Ela examinou o acesso e a bolsa.
"Vou ter de chamar Slade, Bestial?" Ela perguntou colocando as mãos na cintura.
Bestial riu, ajeitou a calça e saiu da cama, se sentando na cadeira.
"Não." Mônica riu, mas o esforço a fez fechar os olhos, ela estava fraca. Trisha examinou os olhos dela com a luz.
"Vai se sentir fraca, mas toda essa 'ação' indica que você está melhor da anemia. Isso é bom. Mas calma. Você ainda não está forte o bastante. Honest é um sortudo, ou previu que isso aconteceria." Ela bufou.
"Como assim?" Mônica perguntou, mas já sabia do que Trisha falava.
"Eu estou me fortalecendo. Ainda vou ter tonteiras, mas esse composto está me deixando mais forte." Ela mesma se respondeu.
"Eu que o diga." Bestial mostrou os pulsos furados. Já estavam se cicatrizando, porém. Trisha balançou a cabeça.
"Termine logo essa solução e vá pra casa." Ela disse saindo.
"Você estava contando..." Ele se recostou para trás na cadeira, o pênis duro fez uma tenda entre as pernas dele.
"Eu preciso acabar com toda essa solução, Bestial." Ela disse. Ela sorriu, de lado, safado.
"Podemos colocar a culpa nas drogas."

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BESTIAL
FanfictionO que de errado poderia acontecer em duas semanas? Foi o que Bestial pensou ao ter de ficar no zoológico da Reserva por causa de uma reportagem. Era por uma boa causa, não tinha nada a ver com os lindos olhos azuis de uma determinada fêmea. Bestial...