CAPÍTULO 14

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Rebbeca passou o resto da manhã muito nervosa, andando pela casa, sua calda balançando de um lado a outro. Mônica ficou em silêncio, ainda que tentou inventar alguma coisa para fazerem, tentando distraí-la, mas Rebbeca não quis arrumar gavetas.
"Caçar." Ela disse tirando o vestido solto que usava.
"Não. Acho melhor..." Mônica disse com seu tom mais firme, Rebbeca abriu as narinas, pronta para brigar.
"Caçar!" Ela exigiu. Missy e Josh estavam na casa de Michelle, Fred e Bernie brincavam com os brinquedos de madeira deles.
"Eu não vou deixar você sair das minhas vistas. Fred e Bernie estão brincando." Rebbeca assoviou e Fred pulou nas costas dela. Bernie veio engatinhando, ficou de pé e esperou. Mônica olhou para a sua irmã. Se a deixasse sair, ela poderia ir para a cabana de Dusky. Mônica suspirou e segurou Bernie nos braços.
"Tira roupa." Rebbeca disse, Mônica sorriu.
"Nunca." Mônica disse, Bernie repetiu. As duas e os bebês riram.
Elas saíram correndo em direção as terras de Lash. Rebbeca era muito rápida, Mônica estava ficando para trás, sua roupa, a calda presa a perna e ter de correr pendendo para um lado estava lhe incomodando muito. Rebbeca corria livre, Fred, se segurava nos ombros dela. Mônica parou, desceu Bernie para o chão e retirou a calça. Elas estavam na mata fechada, não havia ninguém por perto, ninguém veria se ela libertasse sua calda. Mônica se balançou para que a calda se soltasse. Era um peso estranho, foram muitos anos prendendo. Ela não tirou a camiseta, era uma camiseta do complexo, masculina, ficou como um vestido.
Mônica procurou o cheiro de Rebbeca, se norteou e correu com Bernie nos braços, ele não sabia se agarrar nos ombros dela como Fred fazia.
Mas a sensação foi revigorante, correr com a calda solta, ainda que não fosse uma calda fluída como a de sua irmã, a deixava mais livre, mais rápida, ela quase não sentia a terra sob seus pés. Mônica deu alguns saltos pequenos, pulando buracos e raízes, Bernie ria quando ela fazia isso.
Rebbeca estava parada se escondendo atrás de uma árvore alta e bem grossa, Mônica se aproximou, sua irmã fez sinal de silêncio com um dedo sobre a boca. O sinal universal de silêncio que sempre havia em hospitais. Só que nesse caso a mulher com o dedo sobre os lábios estava nua, com um bebê pendurado em seus ombros.
Os bebês! Meu Deus! Mônica se aproximou mais da árvore, havia uma matilha de gatos selvagens, grandes, poderosos, vindo devagar até onde elas estavam. Mônica não pôde ficar calada, ainda que falou sussurrando:
"Beck! Eles podem machucar os bebês! Vamos embora!" Rebbeca sorriu de forma maldosa.
"Gatos respeitam Rebbeca." Ela disse, levantou Fred, ele usou as unhas e subiu na árvore. Bernie prestou atenção e quando Mônica o suspendeu, com o coração disparado, ele também subiu até um galho alto. Rebbeca rodeou a árvore e rugiu. Os gatos selvagens chiaram e muitos correram.
"Vai! Pega!" Rebbeca comandou, Mônica correu atrás de um gato, um menor, que parecia mais velho. Antes de correr, porém, Mônica viu que Rebbeca e o gato selvagem maior se rodeavam.
Ela estava louca! Mônica não tinha deixado seu filhotinho numa árvore e estava atrás de um gato selvagem. Ela queria voltar, e também queria que Rebbeca a respeitasse. Então, Mônica correu mais rápido, só para ser atingida por um gato selvagem que saiu do nada e pulou sobre ela. O gato lhe mordeu um braço, Mônica respirou fundo com a dor, mas aproximou o braço e cravou seus dentes no pescoço do gato, o gosto dos pêlos sujos e o cheiro dele, eram horríveis, mas ela mordeu uma segunda vez, se surpreendendo com a facilidade com que seus dentes e presas cortaram a pele e com a rapidez que o gato a soltou e caiu. Mônica rugiu e aparou o ataque de outro gato o segurando pelas patas dianteiras e o mordendo por baixo do pescoço. Ela estava banhada em sangue e isso lhe liberava alguma substância em seu organismo, algo muito mais forte que a adrenalina, isso ela tinha certeza. Ela rugiu, os gatos correram dela. Ótimo, ela se sentia mal por matar assim, por invadir o território deles. Mônica voltou, Rebbeca estava sentada sobre dois gatos selvagens enormes, esperando. Fred e Bernie tinham descido da árvore, estavam examinando os animais, tão sujos de sangue quanto Rebbeca e ela própria.
Bernie olhou para Mônica e sorriu:
"Mamãe forte!" Rebbeca aplaudiu, Fred também. Era estranho, mas parecia certo. Tão certo que ela tirou a camiseta. Estava suja de sangue mesmo.
"Vamos?" Ela chamou Rebbeca, sua irmã acenou, pegando o gato maior e encaixando nos ombros, Fred subiu nas costas dela. Mônica olhou para o gato selvagem menor, ainda era muito grande na opinião dela, mas matar e não comer seria errado, então ela imitou Beck. Bernie se agarrou nela de frente, elas correram, Mônica se surpreendeu novamente por ser tão fácil correr com aquele peso grande nos ombros, Mônica não tinha ideia de sua força. Rebbeca ficava feliz quando diziam que ela era forte, Mônica estava entendendo por quê. Ser forte significava usar a força. Caçar para alimentar sua família, proteger seus filhotes, impor respeito. Por mais que ser bonita era bom, ser forte implicava responsabilidades. Sua irmã era assim, provedora, protetora, e Mônica estava feliz por aprender a ser assim com Rebbeca. Quem diria?
No meio do caminho, porém, elas deram de cara com Bestial e com Honest.
"O que estão fazendo? Mônica! Você está nua!" Ele disse tirando sua camisa de botões e a estendendo ao mesmo tempo em que rosnava para Honest. Rebbeca riu e continuou o caminho para casa. Honest se virou e foi junto dela. Rebbeca não se importava com sua nudez, e Honest parecia não se importar também. Fred pulou das costas de sua mãe e pulou no colo de Honest, sujando a blusa branca imaculada dele de sangue.
Mônica jogou o gato selvagem por trás no chão, Bestial pegou Bernie e o beijou na bochecha esperando Mônica vestir sua camisa. Ele estava furioso.
Mônica estava ainda com muita adrenalina em suas veias, ela o olhou e rasgou a camisa em tiras, pegou o gato selvagem de novo e correu.
"Que porra..." Ela não ouviu o que ele disse e correu em sua maior velocidade, não estar com Bernie preso, segurando nela pelo pescoço ajudava a correr mais rápido.
Ela chegou na cabana, jogou o animal no chão, nos fundos, ao lado do que Rebbeca trouxe, entrou pela cozinha e de lá correu para seu quarto. Ela fechou a porta do banheiro, ouvindo Bestial abrir a porta da cozinha. Ele rosnava, quando entregou Bernie para alguém.
"Mônica!" Ela ligou o chuveiro e o ignorou. Estava com vontade de rir, então começou a rir de leve, se lembrando da cara dele quando as avistou, e depois da cara dele, quando ela rasgou sua cara camisa. O riso veio e ela não pôde se conter. Quando Bestial entrou no quarto e bateu na porta do banheiro, ela gargalhava.
"Abra essa porta!" Ele exigiu, Mônica riu ainda mais. Bestial arrebentou a porta e entrou no banheiro, seus olhos estavam mais claros, será que por que estava muito bravo? Ele tirou a calça um som estranho saía de sua garganta, Mônica sorriu. Ele inspirou fundo, abrindo bem as narinas, a voz totalmente mudada, fazendo Mônica se tremer toda em expectativa. Ele estava excitado, muito excitado.
"Você estava rindo de mim?" Ele perguntou. Bestial foi se aproximando, Mônica deu dois passos para trás, não por medo, mas para que ela o visse em sua totalidade por mais tempo. Ele colou seu corpo ao dela, Mônica rosnou e foi alto. Nada de se conter.
"Honest te viu nua. Você pode imaginar a vontade que estou de destroçar cada centímetro do corpo dele? De arrancar os olhos dele? Olhos que a viram de um jeito que só eu posso ver?" Ele disse a encarando, os olhos brilhantes, azuis, intensos.
"Honest é médico, ver uma mulher nua para ele não é nada." Ela disse erguendo o queixo.
"Não a minha fêmea." Ele disse e a beijou, mordendo seus lábios, lhe invadindo a boca com a língua, pressionando o corpo de Mônica contra a parede, a água do chuveiro os banhando, Mônica fervia, seu corpo estava muito mais quente que a água.
Bestial deixou a boca dela descendo os lábios por sua garganta, dando pequenas mordidas, Mônica gemeu. Ele a suspendeu e com um movimento único e firme entrou nela, Mônica rosnou com a sensação sublime de ter sua buceta esticada por aquele pênis impressionante.
Bestial porém, não foi delicado. Ele estocava com força, forçando as costas dela contra a parede, Mônica segurou a cabeça dele e dessa vez, ela o beijou. Ele rosnava contra os lábios dela, Mônica cravou as unhas nas costas dele, o prendendo com as pernas entrelaçadas e as garras cravadas nele, até que as embatidas do pênis dele dentro dela desataram o maior clímax que Mônica jamais sentiu, ela rugiu, ele uivou. Bestial colou sua testa na dela, os olhos nos olhos dela, o prazer os tomava, seus corpos unidos em um só.

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