Capítulo 22

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Algumas horas se passaram desde que saí da casa da Ava e voltei para a universidade, que garota temperamental, para não dizer outra coisa

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Algumas horas se passaram desde que saí da casa da Ava e voltei para a universidade, que garota temperamental, para não dizer outra coisa. Não iria desperdiçar meu sábado trancado no quarto lendo, que na realidade era o que eu estava fazendo, mas odiava me sentir entediado, então coloco meu moletom e pego as chaves do meu carro.

Dirijo pelas ruas movimentadas da cidade, o céu estava no seu azul mais intenso e as estrelas brilhavam incessantemente, como se tentassem ofuscar as luzes das casas e dos prédios. Paro no semáforo e me encosto no banco, olho para o carro ao lado e respiro fundo, vendo um casal que conversava animadamente e no banco de trás um garotinho dormia sem preocupações. Acho que se um dia tivesse uma família era isso o que eu queria, amor e companheirismo, não que eu amasse a ideia de ter uma família.

Volto minha atenção para o que acontecia na minha frente, me sentindo incomodado e talvez até mesmo vazio, olho para o banco ao lado e penso na quantidade de meninas que já se sentaram ali, meninas tão vazias quanto a Ashley, ou quanto o que estava sentindo naquele momento.

Penso em ligar para a Marta, só para saber como a Charlotte estava, mas lembrei que elas estavam fora nesse fim de semana. Nossa relação ainda é complicada, ela aparecer do nada não iria mudar a raiva que sentia dela, nem o desprezo, mas senti que ao menos deveria me esforçar pela minha irmã, que por sinal é a minha pessoa favorita da vida e a criança mais fofa que já vi.

Depois de a visitar algumas vezes, descobri que mesmo com a diferença de idade, tínhamos muito em comum. Estava com saudades, ela foi a única pessoa que conseguiu me trazer uma sensação de aconchego e familiaridade.

Me dou conta de que conhecia o caminho que estava fazendo, poderia chegar de olhos fechados se quisesse, essas ruas e avenidas sempre ficariam gravadas na minha memória. Estava indo para a casa do meu pai, mesmo sem nem saber se ele estava em casa e ainda mais por já passar do horário comum de se visitar alguém, o que me faz ficar meio hesitante, mas era melhor que passar o resto do sábado sozinho, mesmo que significasse ter que aturar minha madrasta e suas filhas, ou pelo menos uma delas, que era irritante pra caralho.

Assim que me aproximo da casa estranhando as luzes ainda estarem acessas, observo os portões se abrirem e me permitirem passar com o carro, olho a grande fachada da casa e estaciono, desligando o carro, pensando se era realmente uma boa ideia, não sou de passar finais de semana aqui, não seria mais simples viajar? Escuto um grito e algo se quebrando, saio rapidamente do veículo caminhando até a entrada.

— Quer fazer o favor de segurar essa praga! — Não consigo evitar revirar os olhos ao escutar a voz da Madison, penso em me virar e ir embora, e realmente estava quase fazendo isso, mas a porta é aberta bruscamente. Seguro a garota em meus braços quando ela se joga de maneira dramática, tentando não cair no chão, a empurro levemente. — Ethanzinho meu bem! Que bom que apareceu, entre — Sou puxado para o caos que havia se instaurado na sala, os móveis brancos estavam sujos de terra e molhados, tinham cacos de porcelana no chão e uma Vivian muito brava, olhando com desprezo a cena toda. Emma e seu noivo tentavam segurar o cachorro, enquanto minha madrasta tentava não surtar com a bagunça.

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