Epílogo

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Rio de Janeiro, dezembro de 1937.


No tocante a festas, deveria ser um grande almoço para comemorar 15 anos de casados, mas para Helena era muito mais do que isso. Aquela data era importante e significativa, pois era uma confirmação de que ela e o marido se amavam mais a cada dia. Era a primeira festa que organizava depois da partida do sogro.

Helena havia se ocupado na semana anterior... certificando-se de que o menu satisfaria a todos e que haveriam bastante flores naturais para decorar as longas mesas sob cavaletes que estavam colocadas do lado de fora da casa debaixo das árvores.

Helena ergueu ambas as mãos para os ombros de Marco e fazia um ajuste desnecessário no paletó elegante, pois adorava tocá-lo. Amava conversar com ele, assim como o recíproco era verdadeiro. O amor os tinha libertado, tornando-os espontâneos para demonstrar o quanto se importavam um com outro sem limites ou restrições.

- É melhor irmos, nossos convidados logo chegarão. - disse ela com relutância. - Temos que dar os últimos ajustes.

Marco circundou a cintura da esposa e aproximou-a mais de si.

- Mas tudo está pronto, você sabe disso,. Deixe-me aproveitar mais a companhia da minha esposa enquanto a tenho só pra mim. Além do mais, há uma coisa que quero lhe mostrar.

- Oh! -exclamou ela com um leve franzir de testa quando ele a puxou para um beijo caloroso. - E o que pode ser isso?

- Primeiro preciso dizer à minha esposa o quanto ela é bella e o quanto eu a amo, depois...

- Depois o quê?

Marco orriu, o sorriso cheio de amor e sensualidade que Helena conhecia tão bem.

- E depois eu dou a ela... isto.

Helena olhou para baixo e viu que ele tinha tirado uma pequena caixa do bolso e dentro havia um colar e brincos de esmeraldas.

- Me lembrou a linda cor dos seus olhos. Essas pedras brilham como o meu dia assim que você acorda e olha pra mim.

Helena piscou, e não somente porque as jóias eram deslumbrantemente lindas, mas por causa das lágrimas que inundaram seus olhos, ameaçando pôr em teste a maquiagem.

- Oh, amore. - suspirou ela, tremendo.

- Gostou?

- Adorei. Como não poderia adorar? Mas para que mais um presente?

Ele sorriu, os olhos suaves e indulgentes.

- Porque eu a amo, de todas as maneiras. Porque você é a minha esposa, a minha alma gêmea e a mãe dos meu filhos. A mulher que me amou e me perdoou sem que eu ao menos merecese. Não é razão suficiente, cara mia, ou devo dar-lhe mais algumas? Por que tenho mil razões nas pontas dos dedos, depois mais um milhão.

Por um momento, Helena sentiu-se sufocada para dizer qualquer coisa, então atirou os braços em volta do pescoço dele, segurando-o apertado, como se não pudesse jamais suportar deixá-lo ir... e nunca deixaria, sabendo que o amor que ela compartilhava com Marco Salvatore era mais brilhante do que todas as estrelas incandescentes que apareciam todas as noites como lanternas no céu.

Era uma vez... a dor de uma traição.Onde histórias criam vida. Descubra agora