Capítulo 30

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Encontro Henry no refeitório, sentado em uma mesa próxima à janela. Seu rosto ainda reflete a preocupação que vi mais cedo na sala de aula. Me aproximo dele e me sento em frente a ele, suspirando.

— Como foi a conversa com o Eric? — ele pergunta, preocupado.

— Foi... estranha — respondo, tentando organizar meus pensamentos. — Ele disse que vai me dar um tempo para pensar sobre o que eu quero.

— Um tempo? O que isso quer dizer? — Henry parece confuso, inclinando-se para frente.

— Basicamente, ele quer que eu decida se quero continuar com ele ou não. — Eu mexo no meu garfo, brincando com a comida no prato. — Sinceramente, Henry, eu não entendo o Eric. Uma hora ele está todo apaixonado, e na outra parece distante e confuso.

Henry franze a testa, pensativo.

— Talvez ele esteja passando por algo difícil e não saiba como lidar com isso. Às vezes, as pessoas precisam de um tempo para entenderem o que estão sentindo.

— Pode ser. Eric está cheio de problemas para lidar, principalmente com o fato de ter descoberto que tem um filho de dez anos que nunca chegou a conhecer. Mas isso não justifica o modo como ele age às vezes. — Desvio o olhar para fora da janela, observando o movimento lá fora. — Eu só queria que ele fosse mais honesto comigo, sabe? Que compartilhasse suas preocupações em vez de se fechar.

Henry coloca a mão sobre a minha, oferecendo um sorriso reconfortante.

— Eu entendo como você se sente, Clara. Mas talvez seja hora de ter uma conversa sincera com ele. Dizer a ele como você se sente e o que você precisa. Às vezes, as pessoas precisam de um empurrãozinho para perceberem como estão afetando os outros.

Assinto lentamente, absorvendo suas palavras.

— Acho que você está certo, Henry. Preciso deixar claro para o Eric o que eu espero dele. Não posso continuar nessa incerteza constante.

Henry aperta levemente minha mão antes de retirá-la.

— Estou aqui para você, Clara. Seja qual for a decisão que você tomar, estará tudo bem. E se precisar de alguém para conversar ou apenas para desabafar, estou aqui.

Sorrio, sentindo-me grata por ter Henry como amigo.

— Obrigada, Henry. Você é um verdadeiro amigo. Mudando de assunto, você viu Amanda por aí?

— Não, não vi. Acho que ela deve ter ido embora — diz Henry, chateado.

— Como se não bastasse todos os meus problemas com Eric e Dylan, agora ainda temos que lidar com o desprezo da Amanda. Parece que as coisas estão complicadas para todo mundo ultimamente.

Henry assente, compreensivo.

— Parece que sim. Mas não se preocupe, Clara. Vamos dar um jeito nisso juntos, como sempre fazemos.

Conversamos mais um pouco, compartilhando nossas preocupações e tentando encontrar soluções para os problemas que enfrentamos. Henry sempre foi um apoio incrível, alguém em quem posso confiar plenamente. Saio do refeitório me sentindo um pouco mais leve e volto para casa com vontade de tomar um bom banho. Hoje o dia foi cheio de surpresas. Finalmente pude organizar a festa de aniversário de Henry e, claro, o de Dylan também. Foi melhor que eu esperava. Foi incrível ver Henry feliz com tantos entes queridos ao seu redor, ele merecia um pouco de felicidade. Ultimamente sinto que ele está ficando cada vez mais distante, apesar de fingir que está tudo bem.

Enquanto isso, Dylan tem me surpreendido muito. Ele está deixando de ser aquele idiota e imaturo que eu conheci há um ano. É claro que ele não perdeu sua essência e isso faz parte do seu charme. Confesso que amo esse lado dele. Foi lindo ele reconhecer o que ele fez de ruim para o seu irmão, pedindo desculpas. Isso prova que ele está evoluindo.

O Professor - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora