O Professor - Livro 1

Capítulo 51

Dylan e eu estamos escondidos debaixo da mesa enquanto o reitor conversa com Eric. Estou totalmente apreensiva se me encontrarem aqui, corro o risco de ser expulsa por causa disso.

— Como está o seu pai, Eric? Ele já está melhor? — pergunta, o reitor.

— Sim, mas meu pai é muito teimoso, sempre se recusa a tomar o remédio que o médico receitou. Eu me preocupo muito com a saúde dele. A minha mãe não consegue lidar sozinha, então eu tenho sempre que ajudá-la.

— Sim, eu super te entendo. Meu pai também era muito teimoso quando se tratava de remédio — Ele ri.

Quanto tempo será que vamos ficar aqui? Qualquer movimento brusco, vamos acaba sendo descobertos. Olho para Dylan que parece estar se divertindo com a situação. Ele gosta do perigo.

— Eric, você é um homem que trabalha muito. Por que você não tira umas férias? — pergunta, o reitor.

— Você sabe que eu não costumo ficar parado. O trabalho é a minha vida.

— É por isso que você é o melhor. É um exemplo para todos que amam a sua profissão. Quero que continue assim.

— Obrigado, fico grato por isso.

— De qualquer forma, você tem estado muito ocupado ultimamente, Eric. Às vezes eu me preocupo com você. Seria ótimo se você tivesse um tempinho fora das aulas para descansar um pouco. Eu sei que você ama seu trabalho, mas às vezes temos que aproveitar um pouco a vida. Como diretor, também preciso de férias prolongadas de tempos em tempos.

— Você tem razão. Às vezes o trabalho toma muito do meu tempo. Não que eu esteja reclamando, é claro, eu amo meu trabalho.

— Por que você não contrata um estudante para ser seu assistente? O estudante com as melhores notas na sua disciplina, poderia ser seu assistente pelo resto do ano, o que você acha?

— Estou pensando nisso. Na verdade, eu estava pensando em contratar o seu filho.

— O Henry?!

— Sim, ele é o melhor aluno da minha turma, e muito dedicado.

— Sim, claro... — Percebo um tom de ironia em sua voz. — Mudando de assunto, mandarei uma mensagem com algumas mudanças que eu preciso que você faça. Quero saber a sua opinião a respeito daquele tema.

— Sim, claro, mandarei hoje mesmo.

Depois de alguns segundos, eles finalmente saem e aproveitamos para sair imediatamente debaixo da mesa.

— Droga, Dylan, você enlouqueceu de ter escolhido a sala do seu pai para gente transar? — pergunto, aborrecida.

— Convenhamos, foi divertido — Ele sorri sedutoramente.

— Se eles tivessem nos encontrado, eu teria sido expulsa por sua culpa.

— Minha culpa?! Eu não te obriguei a vir comigo. Você ficou comigo por livre e espontânea vontade.

Eu suspiro, desconfortável. O pior que ele está certo, ele não me obrigou. Também tenho culpa nessa história. Na hora da raiva não pensei nisso.

A porta se abre novamente, e surge Eric, que fica em choque ao nos encontrar quase nus.

— Clara?!

— E-Eric?! — Fico em choque.

— Fudeu... — Dylan resmunga.

Eric continua em silêncio nos encarando sem entender nada.

— O que vocês estão fazendo aqui? — ele pergunta.