Capítulo 3

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Duas semanas depois, e em tão pouco tempo, o professor Eric se tornou o homem mais desejado da universidade, as pessoas não param de falar dele. Eu me pergunto se ele gosta tanto desse assédio, já que ele não parece se importar com isso.

Acordo e a primeira coisa que eu faço é pegar meu celular. Ainda estou com sono por dormir até tarde. Há muitas chamadas perdidas de Henry e de Lucas.

— Merda! — Fico espantada de ver que é 7 da manhã, estou super atrasada para ir à faculdade. Hoje tenho aula do professor Eric. Esse maldito despertador não me acordou.

Chego em frente à universidade depois de uma hora e corro pela calçada, quando sinto algo molhado e sujo me atingir em cheio. Olho para baixo e vejo lama cobrindo minhas pernas e minha saia, e percebo que um motoqueiro imprudente, que acabou de passar pela calçada bem ao meu lado.

Meus olhos seguem a moto até ela parar alguns metros à minha frente, e eu reconheço o seu dono: É Dylan. Ele está sorrindo debochadamente, claramente achando graça da situação.

Meu sangue ferve de raiva e eu começo a caminhar em sua direção, determinada a dar uma bronca nele.

— Você não pode andar de moto pela calçada! — eu grito, sem me importar com quem possa estar olhando.

Dylan desce da moto com um sorriso cínico no rosto.

— Relaxa, Barbie. Foi só um pouco de lama. Não precisa fazer esse escândalo todo.

— Não me chame de Barbie! E não é "só um pouco de lama". Eu estou atrasada para a aula do professor Eric por sua causa.

Ele olha para o relógio.

— Bom, acho que você vai perder mesmo, não é? Que pena.

Minha paciência se esgota e eu o empurro com força. Ele cambaleia, mas não cai.

— Você é insuportável! — exclamo.

— Uau, que violência, Barbie. Está estressadinha, é? É só uma roupa. E olha só, você fica até sexy toda suja de lama — ele diz, olhando para mim de cima a baixo com um olhar debochado.

— Eu devia te dar um soco na cara agora mesmo — murmuro entre dentes.

Dylan ri e pega um lenço de papel do bolso da jaqueta, estendendo para mim.

— Aqui, princesa. Limpa essa sujeira aí.

Reviro os olhos, mas pego o lenço e começo a tentar limpar a lama da minha roupa.

— Eu realmente não entendo como o Henry consegue ser seu irmão. Ele é tão diferente de você.

Dylan solta uma risada.

— Pois é, somos diferentes mesmo. Ele é o bom moço, o certinho, o queridinho. Eu sou o rebelde, o encrenqueiro, o que dá mais emoção à vida.

— E inconsequente.

— É, também.

— De qualquer forma, só quero que você me deixe em paz.

— Relaxa, Barbie. Foi só uma brincadeira. Se não queria se sujar, não deveria ter ficado no caminho da minha moto.

Reviro os olhos novamente e me afasto dele, continuando meu caminho em direção à faculdade. Não preciso lidar com as provocações constantes desse idiota agora. Como alguém pode ser tão desprezível e ainda assim tão atraente? Eu suspiro, limpando a lama da minha saia e me prometendo que, da próxima vez que encontrar Dylan, vou dar uma lição nele que ele nunca mais vai esquecer.

Eu entro no prédio da universidade e corro até a minha sala. Eu paro em frente à porta quando ouço a voz do professor. Respiro fundo e abro a porta lentamente, envergonhada. Todos estão olhando para mim, até mesmo o professor, que está calado.

O Professor - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora