Capítulo 57

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Começo a ficar aflita quando Guilherme encara o reitor. Preciso evitar esse constrangimento, senão tudo pode ir por água abaixo.

— Vão embora daqui! — O reitor volta a gritar.

— Você não é dono do hospital, seu velho gaga — Guilherme enfrenta.

— Como é que é? — Ele encara Guilherme.

— Eliney! Para com isso! Estamos em um hospital — Margareth esbraveja.

— De jeito nenhum, essa garota já fez muito mal ao meu filho, eu quero longe dele.

— Você está delirando, essa menina não tem culpa de nada.

— Você vai ficar contra mim, Margareth? — Eliney pergunta, indignado.

— Eu só não acho justo você culpar essa menina. Meu filho salvou a vida dela... ele é um herói.

— Inacreditável... — ele resmunga.

— Ouça, senhor Eliney. Você pode dizer o que quiser, mas não vou me afastar de seus filhos, e eles também não. Não adianta tentar detê-los, seus filhos não são mais crianças. Apenas lide com isso.

— Você tem ideia com quem você está falando? Eu sou seu diretor.

— Você pode ser meu diretor lá na universidade, mas aqui você não é nada. Vamos, Guilherme! — Eu o arrasto comigo até o elevador do hospital.

— Eu quero você longe dos meus filhos, ouviu bem? — Eliney grita.

Olho para ele, furiosa enquanto espero a porta do elevador se abrir.

— Na boa, Clara, eu vou dar um sacode nesse velho — Guilherme reclama, tentando partir pra cima dele.

— Fica aí! Você não vai fazer nada! — grito, segurando o seu braço. 

— Me solta, Clara!

— Não adianta passar vergonha no hospital. Você quer ficar mal com seu sogro?

Guilherme suspira de raiva. Entramos no elevador e eu aperto o botão do andar térreo, tremendo de nervoso.

— Então, esse é o famoso reitor da sua universidade? — Guilherme pergunta.

— Sim, ele é o pai dos gêmeos...

— Por que ele te odeia?

— Eu não sei, Gui... Ele cismou comigo...

— Agora ele vai me odiar também... Eu me pergunto quando ele descobrir que estou ficando com o filho dele...

— É bom que ele não saiba. Se ele descobrir que Henry é gay... nem quero imaginar...

— Por que o Henry tem tanto medo do pai dele? Ele já é bem grandinho, você não acha?

— Guilherme, não é tão simples assim... Henry, desde pequeno, sempre foi hostilizado por esse pai. Ele nunca deu atenção ao Henry, e sim ao Dylan. 

— Mas por que motivo ele prefere o Dylan? O Henry é idêntico ao Dylan, não faz sentido — ele diz, confuso.

— Não acho que seja devido à aparência física, mas sim pela personalidade. Henry é muito tímido e sensível, diferente do Dylan, talvez seja por isso o motivo. Talvez, no fundo, o reitor saiba que também ele é gay...

— O pai dele é homofóbico?

— Acredito que sim... Henry uma vez me disse que o seu pai não aceita um filho gay na família, então, ele prefere esconder isso de todos.

— Puxa... coitado... — Guilherme fica em choque. — Ele não merecia ter um pai assim...

— Ninguém merecia... — Dou de ombros.

O Professor - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora