Capítulo 8

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É emoção demais para mim. Achei que ele já tivesse ido embora. Como se não bastasse o Dylan ter tentado me seduzir, agora estou aqui, frente a frente com o homem que mexe com meus pensamentos dia e noite. Minhas mãos começam a suar e eu fico sem saber o que fazer. Será que devo puxar assunto? Ou devo simplesmente fingir que ele não está ali? Antes que eu tome uma decisão, ele se vira na minha direção e nossos olhares se encontram.

— Oi, Clara, tudo bem? — Ele sorri, parecendo surpreso por me ver ali.

— Ah, oi, professor Eric! Sim, estou bem. Só estou esperando a chuva passar para poder ir embora.

— Entendo... Espero que não demore muito. Eu também estou aguardando uma trégua da chuva para voltar para casa.

— Pois é... Espero que logo pare.

Ficamos em um silêncio constrangedor por alguns segundos, até que eu pego o meu lanche e sento em uma mesa próxima. 

Olho discretamente para ele, tentando não cruzar os meus olhos com os dele. Ele pega seu café e senta em uma mesa um pouco afastada da minha. Eu tento me concentrar em comer meu lanche, mas é difícil quando sei que ele está tão perto. A presença dele parece preencher todo o espaço ao meu redor. Por um instante, ele percebe que estou olhando para ele e viro o meu rosto envergonhada.

Depois que termino meu lanche, olho pela janela e vejo que continua chovendo. Acredito que não vou sair daqui tão cedo. Quando estou prestes a sair da cantina, ouço uma voz familiar, me chamando.

— Clara, espera!

Olho para trás e vejo o professor Eric se aproximando de mim com um olhar preocupado. Sinto um frio na barriga, não sei o que ele quer.

— Sim, professor Eric? — respondo, tentando parecer calma.

— Você está esperando a chuva passar para poder ir embora, certo? — ele pergunta, com um sorriso gentil.

— Sim, exatamente...

— Eu estava pensando... Se quiser, posso te dar uma carona para casa. Não parece que a chuva vá parar tão cedo, e não é seguro você esperar aqui por tanto tempo.

Fico surpresa com a oferta dele, mas ao mesmo tempo sinto um alívio por não ter que enfrentar a chuva sozinha.

— Ah, não precisa se preocupar, professor Eric. Eu posso esperar.

— Não, por favor, aceite. Eu insisto. Não me importa dar uma carona para uma aluna, especialmente em uma situação como essa. — Ele sorri, cruzando os braços, destacando seus músculos.

Fico sem jeito com a gentileza dele, mas ao mesmo tempo me sinto grata por sua preocupação.

— Bem, se não for incomodar...

— De jeito nenhum! Vamos, antes que a chuva piore.

— Não vamos ter problemas com isso? Creio que seja um pouco errado um professor dar uma carona para uma aluna.

— Sim, é errado, mas estou fazendo isso por uma boa causa, afinal de contas, somos vizinhos.

— Sim, vendo por esse lado, acho que não há problema então.

— Então, você aceita? — ele pergunta , me olhando diretamente nos olhos. 

— Sim... Eu aceito — Sorrio. Não posso perder essa oportunidade. Se ele está me oferecendo uma carona novamente, isso significa que ele deve gostar de mim, ou estou me iludindo?

— Mas primeiro, vamos tentar ser discretos, tudo bem? Ninguém pode nos ver entrando no carro juntos. Eu vou na frente e espero você lá dentro.

— Sim, certo, professor Eric.

O Professor - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora