Capítulo 58

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Há tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, primeiro há a tentativa de assassinato de Dylan, supostamente causada por Lucas, e agora descobrimos que ele é irmão de Eric. Após essa descoberta, Eric fica isolado, sentado na cadeira da recepção, olhando para o espaço vazio.

— Eric... Toma isso... — digo, sentando ao lado dele, oferecendo um copo de água.

— Obrigado... — Ele bebe a água com as mãos trêmulas.

— Como você está? — pergunto com a minha mão sobre o seu ombro direito.

— Tentando digerir tudo isso...

— Sinto muito...

— Meu pai... O maldito que tirou a vida da minha mãe... Ele está mais perto do que eu imaginava... 

Olho para ele, sentindo angústia e tristeza. Ele está totalmente desmoronado, como se o tempo tivesse parado para ele. Eu me senti assim quando meu pai faleceu, eu entendo a dor dele. É uma dor muito forte que destrói a alma. 

Eu seguro a mão dele, demonstrando todo o meu apoio. Eric está com os olhos cheios de lágrimas.

— Estou aqui com você, Eric... Vai ficar tudo bem...

— Aquele canalha... Ele seguiu com vida dele depois de tudo que ele me fez… Ele não só desgraçou com a vida da minha mãe, mas também com a minha... — ele lamenta.

Fico em silêncio, ouvindo todo aquele desabafo. Eric suspira, tentando se acalmar. Olho para Henry e Guilherme que estão no canto nos observando com olhares de tristeza. 

— E para piorar, Lucas é meu irmão... não sei se fico feliz ou triste com isso... Feliz por descobrir que eu tenho um irmão que não conheci, e triste por saber que ele também não vale nada, assim como meu pai... — Eric suspira em lágrimas, enquanto tira os óculos para enxugar seus olhos.

— Entendo o que você está sentindo...

— Nunca pensei que essa história voltaria a tona depois de 23 anos... Até hoje não consigo esquecer o que aconteceu... lembro como se fosse ontem... Nunca vou perdoar o que meu pai fez... Se é o que eu posso chamar de pai, um monstro como esse — ele diz em tom de fúria.

— Infelizmente, existem muitos pais por aí que não demonstram nenhum carinho pelos filhos... — Olho para Henry como um exemplo. — Pais abusivos e narcisistas...

— Desculpe, Clara... Seu amigo acabou de ser operado, e eu aqui preocupando vocês com meus problemas... Não é justo com ele depois do que ele passou... eu vou ficar bem...

Eric se recompõe, e eu dou um sorriso encantador.

— Você é muito generoso, Eric... Mesmo passando por uma situação difícil, você ainda se importa com Dylan...

— Eu sei que tivemos nossos desentendimentos, mas eu não posso ser egoísta e pensar só em mim. Aquele garoto sofreu muito, ele poderia ter morrido...

— Sim, você tem razão. Agora o importante é encontrar o culpado que atirou nele, o Lucas. Tenho certeza que foi ele. Ele queria me sequestrar.

— Com certeza, ele não superou o fim do namoro de vocês. Clara, você tem que tomar cuidado com esse rapaz, ele é muito perigoso.

— Eu sei... Agora eu vejo o que ele é capaz... Tenho muito medo... — digo, preocupada.

— Eu não vou deixar que ninguém te faça mal... — Ele segura a minha mão, me deixando desconcertada.

— Obrigada, Eric...

Alguns minutos depois, o pai dos gêmeos sai para resolver alguns assuntos, e eu vou finalmente para o quarto do Dylan na companhia de Eric, que está levando consigo a cestinha de frutas.

O Professor - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora