Capítulo 1

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AVISO: "Antes de iniciar a leitura, sugiro que confiram a sinopse da história, caso não tenham lido, para estar cientes do que pode acontecer ao longo da narrativa. Desejo a todos uma agradável leitura. Obrigado."

POV CLARA

Na manhã de segunda-feira, estou me arrumando para ir à faculdade. Hoje começa mais um semestre na universidade de Lorenzo Royal. Meu maior sonho é me formar e me tornar uma escritora de sucesso. Sinto que algo diferente vai acontecer na minha vida assim que eu retornar às aulas. Espero que para melhor.

Após me maquiar e pentear meus cabelos loiros, vou até à cozinha onde encontro a minha mãe, preparando o café da manhã.

— Bom dia, Clara! Sente-se o café está na mesa. Você viu o seu irmão? — ela pergunta.

— Não, ele ainda não apareceu? — respondo, franzindo a testa.

— Ainda não, eu já chamei esse menino um milhão de vezes, já estou perdendo a paciência. Guilherme! Acorda, menino! — ela grita.

— Já vou! Não precisa gritar! — Ele também grita lá do quarto.

— Se esse menino se atrasar, eu não respondo por mim — Minha mãe começa a fazer uma barulheira danada, abrindo e fechando os armários, e gritando o tempo todo com o Guilherme. Toda manhã é assim; normalmente, é ela quem me acorda com esses ruídos. Ela volta a gritar pelo Guilherme, me deixando quase surda.

— Guilherme! Eu já cansei de chamar. Se você não aparecer aqui em 10 segundos...

— Já estou aqui! — Ele aparece vestindo o uniforme da escola, com uma cara mal-humorada.

— Você quer me deixar louca, não é? Sabe o que é isso? É esse celular. Você passa a noite inteira grudado nesse treco e nem dorme direito. O que você quer da vida, menino?

— Hoje a senhora acordou com a macaca, hein? — Guilherme retruca.

— Ah! Meu querido! Se não fosse por mim, o que seria de vocês? Tem que agradecer a Deus por ter uma mãe como eu. Toma rápido seu café da manhã que eu vou te levar até a escola.

— Qual é, mãe? É mó pagação de mico a senhora me deixar na porta da escola. Não tenho mais 10 anos.

— É mesmo? — Ela o encara com uma expressão debochada. — Quem paga as mensalidades da sua escola, sou eu. Quem te sustenta aqui nesta casa, sou eu. Portanto, meu queridinho, eu vou te levar, querendo ou não.

— Palhaçada, viu? Prefiro ir sozinho do que aturar a senhora enchendo o meu saco o dia inteiro — ele reclama, indignado.

— Olha o respeito, menino — Ela se zanga batendo-o com o guardanapo.

Moramos nesta casa há alguns anos, um pouco depois da morte de meu pai. Eu tinha 10 anos quando ele foi brutalmente assassinado em frente à nossa antiga casa, por reagir a um assalto. Ele foi abordado no momento em que chegava em casa depois de um dia exaustivo de trabalho. Infelizmente, ele não teve muita sorte. É muito doloroso lembrar disso.

— Bom, vou indo. Não quero me atrasar. Tchau! — Saio de casa e corro até o ponto de ônibus. Entro e sento no banco, colocando minha música favorita da Ariana Grande.

Recebo uma mensagem da minha amiga Amanda, avisando que está esperando por mim, e quer me apresentar seu tio que será o nosso professor de literatura inglesa. Eu tinha me esquecido disso, ela já havia comentado comigo que seu tio havia retornado para sua terra natal. Ele irá ocupar o lugar do nosso antigo professor, que acabou de se aposentar. Não faço ideia de como ele é. Deve ser mais um desses professores chatos, velhos e ranzinzas que eu já estou acostumada a lidar.

O Professor - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora