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Nota da autora:

Boa noite meus amores, falta alguns detalhes de ambientação nesse capítulo, mas prometo que vou adicionar em breve. Eles não alteram em nada os acontecimentos, ok? Seguem os mesmos.

Outra coisa é que TIB está sendo reconhecida e aprecio isso, mas há algumas visões erradas sobre a obra em si. Quero reforçar que é um universo alternativo, apesar das referências reais e até inspiração para ambientação e origem das críticas que faço, é ficção. Então não venham me corrigir sobre coisas que criei só para a história (quem se doer é porque sabe do que estou falando).

Ademais é um capítulo que mostra que nem tudo na vida do crime, são flores.

Boa leitura.

Arte: _eduribeiro

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Arte: _eduribeiro

"Nunca conseguirás convencer um rato de que um gato traz boa sorte."

Graham Greene

1.2

Thiago M.

Oito anos atrás...

Batidas na porta de casa, me despertaram com um sobressalto. Assustado, pulei da cama e procurei uma camisa dentro do guarda-roupa bagunçado. Quando encontrei uma peça, calcei meus chinelos e a vesti pelo caminho até a sala de estar. O relógio de parede acima da televisão, marcava duas horas da manhã. A porta fechada do quarto da minha avó, demonstrava que ela não levantaria nem com som de bala de fuzil. Eu abri a porta vagarosamente, observando cada centímetro de brecha com receio. Na favela, uma visita inesperada só serve para transmitir notícias ruins. Contudo, o rosto do meu tio entrou em meu campo de visão e me fez suspirar de alívio.

- Benção, tio. - soltei arrastando o metal da porta.

- Tu quer subir no meu corre? - ele tinha o hábito de ser curto e grosso. Franzi o cenho com sua questão súbita pois, ele conhecia a resposta.

- Quero. - nenhum menor desejava ficar na biqueira pelo resto da vida. Nem a posse de uma arma ou radinho, um vapor do primeiro nível ganhava. Nosso trabalho se constituía em ser a ponte direta entre o OSC e os usuários de drogas. Se o valor recolhido no final do dia estivesse errado, todos eram escorraçados pelos mais velhos. Eu nunca apanhei porque não arredava o pé do meu posto sem conferir a contagem do dinheiro.

- Vamo em missão. - ele me deu as costas e o acompanhei. No fim da viela de casa, reconheci alguns de seus olheiros com fuzis na mão. - Tu tá com quantos anos mesmo? - nem me ofendi. Meu tio não sabia nem a idade dos próprios filhos.

- Tô com catorze.

- Tá na idade já. - para quê? Eu não fui louco de questioná-lo naquele segundo. Continuei seguindo os quatro homens altos e armados, me sentindo minúsculo perto deles.

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