• Homens também choram •

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Nota da autora:
Gente esse capítulo saiu rápido porque tem bastante diálogo curto. Antes de vocês lerem só vou pedir pra não esquecerem de votar.

Queria agradecer a alma caridosa que me fez um pix inesperado essa semana! Você é perfeita. Ajudando uma autora desfavorecida.

E agradecer também os comentários, eu vou tirar um dia pra responder todos ainda.

Boa leitura.
   

Arte: de

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Arte: de.saturno

"A trégua numa guerra serve apenas para fortalecer o inimigo."
Sun Tzu

1.3
Daniel A.

Eu acordei com uma forte dor de cabeça alojada nos flancos do meu crânio. Ao abrir minhas pálpebras, absorvi a decoração do meu quarto e a alta temperatura abaixo do edredom. Um corpo esguio e tórrido repousava agarrado a meu peito. Inclinei o rosto, afundando a ponta de meu nariz numa cabeleira lisa e escura. O cheiro doce advindo dos fios, me lembrou o perfume de Letícia. As coisas fugiram do controle, depois que Lucas me salvou daquele labirinto de concreto.

Puxei o tecido que nos cobria, tirando seu braço do meu torso e ajustando-o no colchão enquanto me arrastava para fora da cama. Avaliei por alguns segundos sua mão delicada com uma pequena tatuagem de borboleta entre o dedão e o indicador. Vesti minha calça largada no piso e reuni as duas camisinhas que usamos para descartá-las no banheiro. Cv

Letícia dormia com uma expressão amena e inocente no rosto. Poderia me apaixonar facilmente por ela, se já não estivesse com o coração partido. Por melhor que flertar e fazer sexo casual fosse, eu continuava me sentindo carente e emocionalmente vazio. Precisava curar as feridas que Cadu deixou, sozinho, não utilizando as pessoas para sanar parte do problema. 

No entanto, meu corpo não compactuava com a razão, pois ansiava por um tipo de devastidão insólita e imoral, que só Tierre foi capaz de me dar. A balança dos seus defeitos e qualidades se encontrava no mesmo ponto de equilíbrio. O risco que corri naquele poço escuro, me alucinou com uma mistura de pavor e luxúria. Só de lembrar, meu pau começava a latejar dentro da calça. Mas eu não o perdoava pela forma que me descartou.

Consegui urinar e lavar o rosto, esvaziando esses lapsos de memórias também. E enquanto secava meus poros, duas batidas na porta do quarto ecoaram, me obrigando a retornar para o cômodo. Porém, não fui rápido o bastante para impedir que Vera entrasse e corresse suas íris pelo recinto.

— Bem que eu ouvi sons estranhos ontem a noite. — ela murmurou me encarando com uma expressão de perplexidade. Parei em frente a cama, verificando se Letícia ainda adormecia. Então, dei toda minha atenção para minha progenitora.

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