Capítulo 4 - O contrato

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Eu abro a porta do passageiro do Audi SUV preto, para Antoinette entrar. Ela desliza para dentro e eu fecho a porta, vou para o lado do motorista, abro minha porta. Começo a dirigir e viro o carro. Eu a vejo com minha visão periférica, posso ver uma variedade de emoções passando por seu rosto. Ela parece perdida. Por duas vezes parece que ela vai dizer alguma coisa, mas ela para. Ela está afetada por nosso beijo. Isso não pode acontecer novamente. Um beijo sem premeditação. Perder o controle não está no meu vocabulário. Saio facilmente da minha vaga no estacionamento. Ligo a música.

O  “Dueto  das  Flores”  de  Delibes  começa  a  tocar. Os olhos de Toni brilham e ela me pergunta: — O que estamos ouvindo Cheryl? Isso é maravilhoso!

— Sim, é. É uma peça de ópera Lakmé. – Eu digo a ela.

Ela quer ouvi-la novamente, então  eu  coloco  o  MP3  no  “repetir”.  Ela  me  pergunta  se  eu  gosto  de  música  clássica,   eu concordo, mas os meus gostos não se limitam a elas.

— Meu gosto é eclético, Antoinette. Depende do meu humor. Clássico, moderno, música de igreja, música da época Tudor... O que melhor se adequar ao meu humor no momento e você?

— Eu também. – Ela diz.

Em seguida, "Sex on Fire" do Kings of Leon chega e ela reconhece. Meu celular toca, e eu saio do meu humor e volto para minha versão de negócios. Pressiono o botão do Bluetooth no volante.

— Blossom. – Digo bruscamente.

— Sra. Blossom, é Welch. Tenho a informação que pediu.

— Bom. Mande-me por e-mail. Algo mais?

— Nada mais, senhora. – Ele responde. Eu desligo o telefone e a música volta a tocar.

Antoinette  me  dá  aquele  olhar  “você  é  tão  mandona”  que  eu  reconheço  tão  bem.  O   telefone toca novamente, e desta vez é Andrea.

— O AND foi enviado para seu e-mail Sra. Blossom. – Ela me informa.

— Ótimo. Isso é tudo Andrea. – Eu digo e desligo. Assim que desligo, o telefone volta a tocar e desta vez é minha irmã Elizabeth.

— Ei mana! Será que você fez sexo na noite passada?

— Oi pra você, Elizabeth. Você está no viva voz, e eu não estou sozinha no carro.– Eu solto um suspiro exasperada.

— Quem está com você? – Pergunta ela. Eu digo-lhe que é Antoinette. Ela ilumina-se através do telefone e cumprimenta Antoinette como se ela a conhecesse por toda a sua vida.

— Hey Toni!

— Olá, Elizabeth – Ela responde, timidamente.

— Ronnie falou muito sobre você,Toni! – Ela irradia e eu posso sentir seu sorriso no telefone.

-— Espero que ela tenha falado bem, Elizabeth. – Diz ela.

— Elizabeth, estou levando Antoinette pra casa. Você precisa de uma carona?

— Sim!

— Vejo você em breve, então. – Eu digo, porque eu não quero que ela flerte com Antoinette. Sinto uma súbita pontada de ciúme.

Antoinette me pergunta por que eu insisto em chamá-la pelo nome completo. Eu gosto. Muito. Eu simplesmente digo que falo assim porque esse é o nome dela. Ela diz que prefere "Toni".

— Sabe... – Eu provoco.

Ela cora como se eu a acariciasse. Mas minha mente está ocupada. Tenho que deixa-la saber que eu tenho regras. Enquanto chego mais perto do seu apartamento digo: — O que aconteceu no elevador... Não voltará a acontecer Antoinette. A menos que seja premeditado. - Claro, eu gostaria de fazer um monte de coisas, mas nos meus próprios termos. Muito mais do que isso... Ela parece magoada e desapontada. Chegamos em seu apartamento. Eu acho uma vaga e estaciono o carro.

Cinquenta tons de vermelho - Aos olhos de Cheryl Onde histórias criam vida. Descubra agora